Domingo para celebrar São Francisco de Assis e os animais
Este domingo, 4 outubro, é dia de homenagear São Francisco de Assis, considerado padroeiro da ecologia e dos animais. Por este motivo, o Dia Mundial dos Animais também é celebrado neste domingo. A data é de extrema importância, pois estimula a reflexão sobre a importância de cuidar deles e prezar pelos direitos presentes na Declaração Universal dos Direitos dos Animais.
A escolha desta data para celebrar o Dia Mundial dos Animais aconteceu em 1931, durante uma convenção de Ecologia realizada em Florença, na Itália, e está ligada justamente à celebração de São Francisco de Assis. No Brasil, 4 de outubro virou ainda o Dia Nacional de Adotar um Animal.
O santo inspirou a escolha do nome do primeiro Papa nascido nas Américas, sob a justificativa de querer espelhar-se nele para fazer um papado voltado à busca por igualdade de classes. Mas, sabia que São Francisco de Assis não foi batizado como Francisco e que a pobreza passou a acompanhá-lo somente após a segunda década de vida? Ele ainda foi prisioneiro e brigou com o pai antes de seguir o caminho que o tornou um dos santos mais rapidamente canonizados - apenas dois anos após a morte. Confira algumas curiosidades sobre a história dele.
De batismo, Giovanni
Nascido em 5 de julho de 1182, em Assis, na Itália, o filho do rico comerciante de tecidos Pedro Bernardone Maricone e de Pica Bourlemont foi batizado como Giovanni di Pietro di Bernardoni. A origem do nome Francisco é incerta. Alguns falam que seria pela ligação com os negócios do pai, que exportava tecidos da França, outros citam uma possível homenagem às raízes francesas da mãe. Há ainda uma teoria de que, após uma viagem à França, o então garoto teria se apaixonado pela cultura do país e passado a ser chamado de Francesco (francês em italiano) pelo pai.
Riqueza
Ele estudou na escola Episcopal, onde aprendeu a ler, escrever e contar. Enriquecer era uma obsessão da época. A vida de ajudante do pai no comércio não lhe atraía, embora bancasse os banquetes, roupas da moda e outras extravagâncias que o faziam um jovem popular na região. Mas tinha uma índole bondosa, gostava das histórias de cavalaria e sonhava ser herói.
Prisioneiro
Participou de dois combates. O primeiro, ainda adolescente, quando entrou para o exército e encarou, ao lado de mercantes, um conflito civil contra a burguesia de Assis. Anos mais tarde, o exército local atuou em conflito com a vizinha Perúgia, e ele acabou sendo feito prisioneiro. Quase morreu por malária e tuberculose antes de ser liberto. Após retornar para Assis e recuperar-se totalmente, nutriu o desejo de entrar para as Cruzadas, mas, outra vez doente, decidiu abandonar a missão.
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Conversão
Não há um consenso nos registros históricos sobre o momento que determinou a conversão dele. As duas versões mais abordadas falam em um beijo que ele teria dado no rosto de um homem com lepra (doença pela qual tinha repulsa), após ajudá-lo com vestes para amenizar o frio, o que lhe teria lhe causado uma intensa emoção; e em um momento na capela de São Damião, em Assis, quando, orando, teria ouvido um chamado Deus para que restaurasse a sua casa. Isso, em 1206.
Briga com o pai
Ao recado, entendeu que deveria reconstruir a estrutura física da capela. Voltou para casa, vendeu parte dos tecidos do pai e entregou aos serviços na igreja. A ideia, porém, não agradou a Pedro Bernardone, que o perseguiu, o aprisionou e o acusou de roubo. Francisco, após esconder-se por um tempo, voltou à cidade e, na frente de todos, após ser dado como louco, se despiu, colocou toda a roupa aos pés do pai e abriu mão da herança. Pediu a benção do bispo e, assim, seguiu para uma vida de ajuda aos pobres. Posteriormente, ele teria compreendido que o chamado de Deus não seria necessariamente para uma restauração física da igreja, mas institucional, no intuito de ajudar a reparar o afastamento do povo dos ensinamentos de Cristo. De toda feita, ajudou a restaurar algumas igrejas em sua caminhada, incluindo a de Porciúncula, lugar sagrado até hoje para os franciscanos.
Amor pelos animais e pela natureza
De devoto, ele passou a missionário e, em suas peregrinações, contemplava a natureza e mostrava dom para interagir com os animais. Não são raras citações de pregações com a presença de animais como coprotagonistas na literatura que se refere a São Francisco de Assis. Ele, inclusive, chegou a sugerir à Igreja Católica que os recebesse em celebrações. Por esse motivo, veio a ser nomeado padroeiro dos animais e do meio ambiente.
Criador do Presépio
Símbolo do Natal, o Presépio foi montado pela primeira vez por São Francisco de Assis. A fim de se aprofundar mais sobre o mistério do nascimento de Cristo, ele teria feito figuras representando a virgem Maria, São José e Jesus, compondo o primeiro Presépio. Isso teria acontecido em uma gruta, na pequena cidade italiana de Greccio, em 1223.
Morte
A literatura conta que, durante uma meditação, em 1224, ele teria visto um homem de seis asas, semelhante a um Serafim, e, neste momento, sentiu abrir em seu corpo feridas que o tornaram o primeiro cristão estigmatizado. Embora feliz, por ver naquilo um sinal divino, sentia muitas dores, passou a ter limitação dos movimentos e sangrar com frequência. Aos poucos, a saúde foi se deteriorizando, com perda de visão e dores de cabeça frequentes. Ao sentir a morte se aproximar, pediu para ser levado de volta a Porciúncula, local onde nasceu a Ordem dos Franciscanos e onde ele morreu, em 3 de outubro de 1226.
Canonização
O papa Gregório IX foi pessoalmente a Assis para a canonização de São Francisco de Assis, em 6 de julho de 1228. Dois anos mais tarde, uma nova basílica foi inaugurada no Centro Histórico de Assis, onde estão guardados seus restos mortais. O local já passou por reforma e é Patrimônio da Humanidade desde 2000.