Encontrou carrapato no seu pet? Saiba o que fazer

Carrapatos são vetores da febre maculosa, que pode levar à morte humana se não tratada

Cachorro com coceira - Rachel Claire / Pexels

Se você deu uma olhadinha no seu cãozinho ou gatinho e percebeu que há um carrapato sugando o sangue do seu pet, é hora de tomar ainda mais precauções no cuidado com seu animal. Diferente do que muitos pensam, o parasita não é exclusivo de ambientes afastados ou de pets que vivem em quintais. Eles podem ser encontrados facilmente nas praças dos centros das cidades, parques e até mesmo nos jardins residenciais e quintais, especialmente aqueles com grama alta e muros com frestas.

Carrapatos são ecoparasitas que se alimentam do sangue de animais e seres humanos, considerados uns dos principais vetores de doenças causadas por vírus, bactérias e protozoários. A febre maculosa, doença que já registrou 8 mortes de pessoas no Brasil este ano, é transmitida pelo carrapato. 

“Transmissores de algumas doenças, estes bichinhos são indesejáveis para quase todas as espécies. Cães e gatos também são suscetíveis à febre maculosa, mas neles a manifestação da doença é muito branda. A Babesiose e a Erliquiose são mais comumente transmitidas pelos carrapatos para os pets e têm manifestações clínicas mais importantes, podendo trazer graves consequências para o animal”, explicou Nathalia Fleming, médica-veterinária da Ceva Saúde Animal.

Carrapato estrela, transmissor da febre maculosa
Carrapato estrela

A Babesiose é um problema muito comum e é causada pelos protozoários do gênero Babesia sp., que são transmitidos aos pets pela picada do carrapato. Esses protozoários se instalam nas hemácias dos animais, multiplicando-se dentro dela e causando sua ruptura, o que pode desencadear quadros de anemia recorrente, problemas no fígado e nos rins. Os cães são os mais afetados, mas casos de Babesia em gatos domésticos têm sido comuns.

A Erliquiose, por sua vez, é uma doença bem temida pelos tutores. Causada por bactérias do gênero Ehrlichia sp., a erliquiose é conhecida por afetar as células sanguíneas de defesa do organismo, desenvolvendo uma doença multissistêmica complexa, que pode afetar a produção de plaquetas e comprometer diversos órgãos do animal.

“O tratamento da Erliquiose é complexo e demorado. Se a doença chega em seu estágio crônico, pode ocorrer supressão da medula óssea, afetando gravemente a produção de células de defesa do organismo, das plaquetas que são responsáveis por conter sangramentos e também das hemácias, células vermelhas do sangue responsáveis pelo transporte de oxigênio para os órgãos e tecidos”, alertou a veterinária. 

O que fazer? 
Nos animais, carrapatos se instalam geralmente nas orelhas, na base da causa, entre os dedos e nas axilas e virilha – são as áreas mais quentinhas e abrigadas da luz, preferidas por este parasita.

“Se possível, é recomendado que o tutor faça essa inspeção no pet a cada passeio ou uma vez ao dia. Quando o animal fica no quintal, dar uma olhada atenta no animal e em sua casinha pelo menos duas vezes por semana pode ajudar a detectar a presença do carrapato. A inspeção também deve ser feita nos gatos, mesmo que eles não tenham acesso à rua”, recomendou Nathalia. 

Se você encontrou um carrapato no seu peludo, o mais recomendado é buscar auxílio de um médico-veterinário de confiança para que o parasita seja retirado de forma segura. Isso porque, arrancar o carrapato com a mão ou com uma pinça comum, pode provocar o desprendimento da peça bucal do carrapato, que permanece presa na pele do pet e pode servir como fonte de infecção para outras doenças.

“Outro motivo pelo qual é importante entrar em contato com o veterinário é que o profissional vai poder identificar qual é a espécie do carrapato e quais doenças ele pode transmitir ao pet, além de solicitar algum exame específico caso o pet tenha algum sintoma que pode estar relacionado com a infestação de carrapatos”. 

Após a retirada dos carrapatos, é importante ficar atento: se mais carrapatos aparecerem no pet, é necessário verificar com mais cuidado o seu quintal e áreas que o pet frequenta, já que esses bichinhos inconvenientes passam a maior parte do tempo no ambiente. Higienizar bem a área é fundamental para eliminar os ectoparasitas.

Nathalia também orientou os tutores a deixar anotada na carteira de vacinação ou em alguma documentação do animal a data em que foi percebida a presença desses parasitas no pet, visto que alguns sintomas relacionados às doenças que podem ser transmitidas pelos carrapatos podem se desenvolver após algum tempo. Ter essa informação registrada ajuda o médico-veterinário a guiar melhor o seu diagnóstico ou mesmo descartar a possibilidade de doenças do carrapato em alguma intervenção futura. O mesmo deve acontecer caso os humanos encontrem algum carrapato em si: essa informação é valiosíssima para uma conduta médica mais adequada e melhor direcionada.

A prevenção existe
Apesar de todos os problemas que eles trazem, os carrapatos são fáceis de serem evitados nos pets. Manter uma boa higiene do animal e do ambiente, e fazer uso regular dos antiparasitários recomendados pelo veterinário, sempre respeitado o período certo, são as formas mais simples de evitar esses ectoparasitas.

“Existem diversas soluções no mercado que auxiliam os peludos a ficarem livres destas complicações.  Os produtos pour-on à base de Fipronil, também conhecidos como pipetas como o Fiprolex®, são os mais comuns e podem ser aplicados com segurança em cães e gatos, indo de acordo com a indicação de espécie, idade e de quilos do animal. Utilizando esses produtos de acordo com a regularidade sugerida pelo fabricante, as chances de o pet ser infestado por carrapatos cai drasticamente, garantindo uma maior saúde para o peludo”, explicou a médica-veterinária. 

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