Entenda por que é fundamental escovar os dentes do pet

Doenças periodontais podem causar dores, inflamações e até infecções

Escovação deve ser feita diariamente, observando se a escova alcança os dentes traseiros - Pexels

Você escova os seus dentes quantas vezes por dia? E os do seu pet? Parece até uma pegadinha, mas, na verdade, esse assunto é bem sério. A escovação diária dos dentes de cães e gatos é essencial para a manutenção de uma boa saúde.

A falta de cuidados com a dentição pode causar problemas sérios. Aquele bafinho que soa desconfortável para você quando o pet respira juntinho é apenas a ponta do iceberg.

Por trás dele, podem existir cáries dolorosas, dentes quebrados, inflamações, tártaros duros, entre outras possibilidades.  

E a doença periodontal pode até começar na boca, mas as consequências dela afetam o organismo do pet de maneira geral. Quem já teve dor de dente sabe o desconforto que é. 

Agora imagine como é sentir essa dor e não conseguir externar. O convívio diário com dores chega a afetar a disposição do pet para brincar e, por vezes, tira até o apreço pela comida.

Fora que o acúmulo de placas bacterianas nos dentes e na gengiva é um chamariz para gravidade, uma vez que essas bactérias podem cair na corrente sanguínea e afetar outros órgãos, sobretudo coração e rins. Essas placas se acumulam justamente pela falta de uma rotina de higiene bucal. 

"O tártaro são aquelas manchinhas na base do dente que variam da cor amarelada até o marrom escuro. Se não tratado, esse tártaro (a placa já endurecida) pode causar a doença periodontal. A condição é responsável por graus variados de inflamação e infecção da gengiva. Em casos mais severos, não é raro que o animal já tenha perdido algum dente ou que eles estejam bem amolecidos", explica a médica veterinária Thaís Matos, especialista da área de Confiança e Segurança da DogHero.

Use produtos para pets
Agora que você entendeu a importância da escovação diária dos dentes dos pets, calma. Não adianta pegar a primeira escova e pasta pela frente e sair esfregando na boca do quatro patas.

Existem produtos específicos para isso. E é importante utilizar apenas eles, pois cremes dentais humanos podem causar intoxicação. Fórmulas caseiras, se não forem prescritas por médicos veterinários, também não são uma boa ideia.

"A pasta dental utilizada por nós, humanos, possui flúor em sua composição, um ingrediente extremamente tóxico para cães e gatos", esclarece Thaís.

Entre as opções no mercado pet, a pasta mais recomendada pelos profissionais é a C.E.T, da Virbac - fique atento às instruções de uso, que sugerem amornar a água que vai molhar a pasta antes de levá-la à boca do animal. 

Foto: Divulgação

Os modelos de escovas são numerosos. Nesse caso, a melhor opção vai variar de acordo com o porte do animal e o manuseio do tutor.

Uma dica é observar se o tipo escolhido alcança os dentes na parte de trás da arcada, que são os que acabam acumulando mais sujeira.

Caso nenhuma opção nas lojas de pet der certo, tente uma escovinha de dentes de crianças pequenas, que têm a cabeça estreita e cerdas bem macias. Ou ainda uma gaze enrolada ao dedo. 

Escovação não é milagre
Se você nunca escovou os dentes do seu pet e percebe que ele tem acúmulo de tártaro, antes de incluir essa tarefa na rotina diária é interessante levar o mascote para uma consulta com o médico veterinário. Existem, inclusive, especialistas em saúde bucal (#ficaadica).

Gato bocejando Foto: Pexels


Quando o tártaro já está em um grau avançado, o tutor não conseguirá fazer a remoção apenas com a escovação. Isso, inclusive, pode causar sangramentos e deixar a região ainda mais sensível.

Nesses casos, é necessário que o animal passe por uma tartarectomia, procedimento semelhante à profilaxia bucal que os tutores fazem nas visitas ao dentista.

A diferença é que os pets não têm um nível de consciência que os permitam ficar quietos enquanto o profissional realiza a limpeza.

Muitas vezes, a depender do nível de comprometimento dos dentes, são realizadas extrações durante o procedimento. Para isso, é necessário que o animal esteja sedado. 

Animal com tártaroAnimal com doença periodontal. Foto: Cortesia 

Em geral, a tartarectomia é um procedimento simples, sem grandes riscos, sendo indicada para cães e gatos de todas as idades, incluindo os mais idosos.

A recomendação, contudo, é que a anestesia utilizada seja do tipo inalatória, por oferecer menos riscos e promover uma recuperação mais rápida.

Petiscos não substituem escovação
Você já deve ter reparado na quantidade de petiscos em casas de produtos pet com a proposta de ajudar a limpar os dentes de cães e gatos, bem como soluções em spray ou gel que prometem remover tártaros.

No caso dos tártaros duros, assim como a escovação, esses recursos também não funcionarão. Pelo contrário. Se os petiscos forem muito duros, podem até piorar a situação, quebrando dentes já fragilizados.

Repetimos, então, que, se o seu pet tiver tártaros muito avançados, leve-o ao médico-veterinário antes de qualquer coisa. 

Dentes de cachorroUm verdadeiro sorriso colgate do mundo canino. Foto: Pexels


Uma vez que o pet estiver com os dentes limpos, vale a pena oferecer brinquedos de roer, orelhas desidradatas e até ossos crus (sempre com orientação do médico-veterinário, pois é preciso saber o que ofertar com segurança). Ossos de couro (aqueles brancos) não são muito indicados, pois podem causar engasgo. 

O rói-rói ajudará a evitar a formação de novos tártaros. Mas lembrando sempre que não substituirá a escovação. 

Começando cedo 
A melhor época para acostumar o pet com a escovação é quando ele é filhote, por ser uma fase mais receptiva a novidades.

No caso dos cães, apresente o creme dental e deixe-o sentir a textura e o gosto. Em seguida, apresente a escova de dentes com a pasta e vá, aos poucos, fazendo a escovação. Use sempre palavras de incentivo, como “bom garoto/boa garota” ou “muito bem”. 
 

pexels anna shvets 4588018Escovação deve ser um hábito diário. Foto: Pexels 

Quando o canino é mais velho, esse processo pode exigir um pouco mais de paciência, mas não é impossível fazer essa adaptação. Opte por um horário em que ele esteja mais relaxado e tente tornar a escovação parte da rotina. 

Mas não comece abrindo a boca do pet e já escovando. Vá massageando as gengivas com o dedo, depois acrescente a pasta.

Então, comece a fazer movimentos com a gaze enrolada ao dedo e, por fim, insira a escova. Só passe para o passo seguinte quando sentir que o animal está confortável. 

Felinos 
No caso dos bichanos, além da escova e do creme dental, é bom ter ao lado um paninho e alguns petiscos (escondidos do animal) para recompensá-lo. É bem provável que, ao pegar o gato no colo, ele fique agitado e queira brincar. 

Espere o gato se acalmar e, com uma das mãos, suavemente, comece a levantar os lábios do felino em curtos intervalos. Com a outra mão, faça carinho no corpo dele. 
 

Gato carinhosoAmbiente tranquilo e tutor paciente são fundamentais para os felinos. Foto: Pexels 

Depois que ele se acostumar ao toque dos dedos, é hora de mostrar a escova e a pasta de dente. Deixe-o sentir o cheiro de todos os itens e até dar uma pequena lambida na pasta para conhecer o sabor. 

Com a escova, faça sempre movimentos suaves e mantenha a voz tranquila para transmitir segurança. A escovação deve começar pelos dentes grandes (caninos), como se os varresse de cima para baixo. À medida que o pet for acostumando, avance para os outros dentes. Outra opção é usar a técnica da gaze. 

No final de tudo, ofereça um petisco (mesmo que ele não tenha se comportado de forma exemplar) para ele entender que se trata de uma experiência positiva. 

A Academia Americana de Medicina Veterinária recomenda que a escovação dos dentes dos pets seja feita diariamente. Os tutores que não conseguirem colocar essa tarefa na rotina, no entanto, podem tentar fazer em dias alternados. 

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