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Epilepsia em cães: identificação e tratamento são essenciais para a vida do animal

Durante as crises, os animais costumam apresentar corpo rígido, tremedeira e olhos revirados

Cadela com epilepsia - Cortesia

Cachorros podem apresentar epilepsia, uma doença caracterizada por desordens dos impulsos elétricos no cérebro, em diversas fases da vida. A doença é crônica e geralmente congênita, mas também pode ser causada por traumas ou condições que afetem o sistema nervoso do cãozinho. Assim como em nós, humanos, a crise convulsiva é o sintoma que mais identifica a doença.

A epilepsia pode ser idiopática ou sintomática. A idiopática acontece quando não há nenhuma outra causa aparente para as crises, e a maior suspeita é de herança genética. Já a epilepsia sintomática ou estrutural se relaciona com lesões, comorbidades ou intoxicações. Ela aparece como um “sintoma” de outro problema que pode estar desequilibrando o organismo do animal.



A médica Veterinária Vivian França Souza explicou que para identificar a epilepsia idiopática, uma investigação sobre toda a saúde do animal precisa ser feita.


“Se o animal teve uma crise de epilepsia a gente tem que ver se ele estava com a glicose baixa, se o animal tem algum problema hepático, se tem algum problema nos rins, se ele está com cinomose (uma virose altamente contagiosa entre cães, mas que já conta com vacina para prevenir), entre várias coisas que podem levar à epilepsia. Na maioria dos casos, a epilepsia é reflexo de alguma outra coisa”, explicou a médica.



De acordo com a veterinária, raças de cachorro do tipo toy, por exemplo, podem apresentar crises de convulsão como sinal de hipoglicemia. "Por terem o metabolismo muito rápido, as raças toy, principalmente na infância, podem apresentar hipoglicemia idiopática, que pode ter como sintoma a epilepsia. Eles, por serem cachorros muito pequenos, tem o metabolismo muito rápido e consomem toda a glicose do corpo em pouco tempo”, informou Vivian.  

Diagnosticada com epilepsia idiopática há pouco mais de dois anos, a cadelinha Luna, de seis anos, precisa tomar medicamento todos os dias para levar uma vida comum. Sua tutora, a professora Maria Eduarda Cavalcanti relembrou como foram as primeiras crises:


“Luna estava deitada na escada e foi caindo aos poucos, mas a gente não sabia que era epilepsia. Pensávamos que ela tinha sonhado ou levado uma queda comum. Quando ela teve o segundo episódio, que precisou de socorro médico, não sabíamos o que fazer e socorremos para o Hospital Veterinário do Recife. Foi lá que ela recebeu o diagnóstico”, informou Maria.


De acordo com a médica Vivian, a epilepsia ocorre por conta de um acometimento físico das células nervosas do sistema nervoso central. “É como se ocorresse um curto das células nervosas, aí o animal fica com movimentos descoordenados”, informou.

Durante as crises, por conta dos movimentos descoordenados, os animais costumam apresentar corpo rígido, tremedeira, olhos revirados e falta de atenção a chamados dos tutores.

Os movimentos descoordenados não acontecem sempre no corpo todo, muitas vezes eles são apresentados em apenas uma parte do corpo do animal, nesse caso a epilepsia é chamada de focal. O animal pode apresentar o olho revirando ou mexendo de uma forma incomum. A situação, de acordo com a veterinária Vivian, pode indicar otite, problemas nos rins e outros problemas. O tutor deve procurar atendimento veterinário para identificar o que deve estar causando o problema no pet.

Atualmente, a cadelinha Luna convive com a epilepsia sem que ela ponha sua vida em risco. Os episódios com convulsões são raros, desde que ela continue tomando a medicação indicada pelo veterinário. Ela precisa tomar o remédio duas vezes ao dia, todos os dias.

Cadelinha Luna, após ser medicada durante uma crise de epilepsia
Cadelinha Luna, após ser medicada contra uma crise de epilepsia

“Há muito mito na internet sobre como lidar com o cachorro em crise de epilepsia, como tampar o olho. Sendo que às vezes isso não funciona com o seu cachorro. No começo eu tampava o olho dela e não funcionava muito. Agora a gente apaga a luz, senta do lado dela, faz carinho na cabeça e dá remédio”, informou Maria.


Para lidar com o cachorro durante uma crise, não é preciso segurá-lo para impedir a movimentação. A atitude pode machucar tanto o tutor quanto o cachorro. O ideal é afastar as coisas que possam machucar o animal e esperar que a reação passe. 

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