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Excesso de banho e tosa podem não ser as melhores estratégias para aliviar o calor para seu cãozinho

Banho sem secagem pode aumentar a chance do pet desenvolver problemas dermatológicos 

Cachorro após o banho - Tima Miroshnichenko / Pexels

Em Pernambuco, a primavera chegou com temperaturas máximas de até 30°C, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Para tutores de cães, essa época requer muita atenção aos sinais de calor do animal para ajudar o pet a amenizar a sensação térmica.  

Algumas técnicas amplamente divulgadas, como aumentar a frequência de banhos e tosar o animal, podem não estar tão corretas assim. 

O pelo molhado reduz a imunidade do pet e pode aumentar as chances do animal desenvolver problemas dermatológicos.

"Em hipótese alguma o cachorro pode ficar com o pelo molhado, pois há risco de contrair algum tipo de problema de pele. Se deu banho, é preciso secar e, com isso, a sensação de refrescância não vai durar muito tempo", explicou, sobre o banho, a médica-veterinária Annie Tenório, da Vet4All. 

Segundo a veterinária, a tosa curta, para reduzir o volume de pelos do cachorro, pode arriscar expor a pele sensível do pet aos raios solares. O pelo do animal de estimação atua como um isolante térmico, ou seja, uma proteção que impede que os raios solares cheguem mais rápidos à pele. Quanto mais baixo estiver o pelo, mais rápido haverá o contato com o calor, sobretudo nos animais que possuem a pele mais clara.

No quesito de amenizar efetivamente o calor sentido pelo animal, a oferta de água gelada para reforçar a hidratação é a primeiríssima estratégia que o tutor deve tomar. Outra opção para refrescar o cãozinho é ofertar picolés de frutas frescas e de água de coco. 

É importante, também, prestar atenção aos passeios. Em dias de calor muito intenso, é preciso atentar aos horários: saídas com o cão apenas entre 6h e 10h e a partir das 16h. 

"Sempre escolher locais com sombra e grama, evitar passeios muitos longos, levar água fresca para ajudar a refrescar, aplicar o protetor solar nos focinhos (ajustar esse e os demais, o correto é focinho) e nas áreas mais brancas da pele, e fazer paradas para descanso", listou a médica-veterinária.

Um alerta importante: os cães braquicefálicos necessitam de atenção ainda mais especial por causa da anatomia do crânio. São aqueles que apresentam focinho achatado e, em alguns casos, o palato mais alongado, causando mais dificuldade para a respiração. São raças como pug, shih tzu e buldogue, por exemplo.

Exaustão, fraqueza, respiração ofegante, salivação excessiva, cianose (boca roxa) e perda de consciência são algumas das reações que o calor intenso pode causar no animal. Fique atento aos sintomas que o seu pet apresenta.

“Em caso de qualquer intercorrência, acione o médico-veterinário imediatamente, pois os sintomas podem evoluir e causar a morte”, orienta Annie.

Maus-tratos
É importante frisar que não oferecer condições de qualidade de vida aos animais de estimação durante este período de calor intenso pode ser considerado maus-tratos. 

"Animais com casinha no sol, sem árvore próxima, sem cobertura e ventilação, e até mesmo animais amarrados por coleiras em ambientes abafados são atitudes configuradas como crime e o tutor pode ter que responder judicialmente", alertou a médica-veterinária.

Em Pernambuco, a delegacia responsável por receber denúncias de maus-tratos e abrir a investigação é a Delegacia de Polícia do Meio Ambiente (Depoma). Os contatos são (81) 3184-7119 ou (81) 99488-7366 (WhatsApp).

Também é possível denunciar atos criminosos contra animais através do número 190. 

"Se você se dispõe a cuidar de um pet, então tem que garantir uma vida confortável e saudável para ele", frisou a profissional.
 

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