Fundamentais na anatomia dos pets, as “almofadinhas" merecem atenção especial
Mais do que exibir fofura, os coxins, popularmente conhecidos como “almofadinhas”, desempenham um papel importante na saúde dos cães e gatos. Localizados na parte de baixo das patinhas dos pets, os coxins ajudam a neutralizar o impacto das corridas, caminhadas e saltos, protegendo as articulações desses animais. Também fazem proteção contra as forças de tração e de atrito.
“Nos coxins, também estão localizadas as glândulas sudoríparas. Os pets não têm glândulas espalhadas pelo corpo, como os humanos, que transpiram por várias partes. Por isso, principalmente os gatos, se estiverem ‘suados’, podem deixar umas marquinhas bem fofas no piso. É uma forma de ajudar na termorregulação, que é feita principalmente pela língua, mas os coxins têm um papel auxiliar”, explica a médica veterinária Manuela Passos.
Fundamentais desse jeito, os coxins merecem cuidados especiais. Até porque, rachaduras, feridas, bolhas e até queimaduras nessa região podem provocar não só dor, mas atrair outros problemas, como infecções. A depender da camada da pele atingida pela lesão, a termorregulação também pode ser afetada. Entre os sinais que o pet dá quando sente algum desconforto no local, está a lambedura excessiva, mudanças no caminhar, podendo mancar, sobretudo, em lugares com pisos mais ásperos ou quentes, além de sangramentos.
Causas
Os coxins podem sofrer ressecamento natural em ambientes muito frios, por exemplo. Mas os terrenos por onde o pet caminha têm influência importante. Locais sujos, com pedregulhos, gravetos, espinhos, vidros, pregos ou ainda restos de alimentos que possam grudar nas patas são ruins, assim como superfícies muito quentes. Os passeios em horários de sol forte, portanto, devem ser evitados, uma vez que, entre outros problemas, podem ocasionar queimaduras sérias através do contato com o solo quente. Essa, inclusive, é uma das principais causas de danos às extremidades das patas.
Balanceando
É necessário, contudo, ter um equilíbrio. Oferecer ao animal contato gradativo com superfícies diferentes ajuda a região a desenvolver mais resistência. Pisos mais ásperos, areia e grama, por exemplo, são importantes para ajudá-los a adquirir “casca grossa” sem necessariamente terem calosidades. Aqueles que caminham apenas em ambientes internos tendem a ter almofadinhas mais sensíveis a qualquer exposição. Esses passeios, porém, devem acontecer em horários de temperatura amena, e é interessante observar se não há resíduos de sujeira que possam representar perigo. O uso de sapatinhos, que já são encontrados com facilidade no mercado pet, ajuda a proteger contra os riscos de ferimento. Mas, no caso das saídas em horários de temperatura inapropriada, podem causar ainda mais aquecimento nas patas.
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Cuidados
É bom sempre checar os coxins e investir na limpeza e hidratação com produtos adequados para eles. Nada de passar sabão ou aquele hidratante pessoal, nem outras soluções caseiras, pois podem causar reações alérgicas e até colocar o animal em risco - ele pode lamber o produto ou se acidentar caso as patas fiquem escorregadias. Há ainda o fato de o Ph do animal ser diferente do humano e, por isso, caso haja alguma ferida, um produto inadequado pode até piorar a situação.
Se o pet apresentar queimaduras ou feridas nos coxins, deve ser levado ao médico veterinário para fazer um tratamento adequado - em alguns casos, é necessário um curativo com bandagem e o uso de colar elizabetano para evitar que ele mexa na região. Fora isso, há situações em que é preciso fazer medicação antibiótica e antiinflamatória, que deve ser indicada apenas por um profissional.