Gata diagnosticada com coronavírus felino em Pernambuco precisa de tratamento que custa R$ 15 mil
Peritonite Infecciosa Felina(PIF) é causada por uma variante mutante do Coronavírus Entérico Felino
Leia Também
• Resgatado da rua após temporal no fim de março, cachorro se assusta com fogos e foge de casa
• Seu pet é obeso? Saiba como prevenir e lidar com o excesso de peso em cães e gatos
Adotada no início de abril, a gatinha Nara passou poucos meses com sua tutora antes de começar a apresentar sinais de doença. Na última quinta-feira (30), ela foi diagnosticada com Peritonite Infecciosa Felina (Pif), que é causada por uma variante mutante do Coronavírus Entérico Felino. Até 2020, a doença não tinha cura. Hoje, com os avanços da farmacologia, existe tratamento, não comercializado no Brasil, que custa aproximadamente R$ 15 mil.
O medicamento GS-441524, ainda não comercializado no Brasil, apresenta sucesso de 85% a 90% de cura da doença. Por sua compra ser feita em dólar, o custo total do tratamento chega a $2.800 USD (aproximadamente R$ 15 mil). Para conseguir tratar Nara, a família da gatinha, que mora no bairro da Madalena, na Zona Oeste do Recife, está recolhendo doações por meio do pix: [email protected].
Sua tutora, Carolina Gomes Pugliesi Branco, de 24 anos, informou que não abriu uma Vakinha por conta da porcentagem que o site retém. "Nessas condições, cada centavo conta", justifica. Além de doações, será realizada uma rifa no perfil do instagram criado para a arrecadação de dinheiro que deve custear o tratamento de Nara (@naracontraapif).
Diagnóstico
A doença se manifesta por meio de um quadro inflamatório que pode evoluir para o acúmulo de líquido nas regiões do tórax e do abdômen. Outra forma de se apresentar é na perda de função de órgãos abdominais, graças à formação de granulomas inflamatórios.
Para o tutor, a doença se apresenta em forma de febre intensa, falta de resposta a tratamento via antibiótico, falta de apetite, queda de pelos, inflamação nos olhos e icterícia (cor amarelada da pele e dos olhos).
"Ela sempre foi muito quietinha, daí a gente decidiu investigar e descobriu a Pif... A irmã de Nara tinha falecido com Pif, que tem tendências genéticas que casavam muito com o comportamento e os sintomas que ela estava apresentando", informou sua tutora.
Carolina tinha acabado de perder uma gata por complicações após a castração, no início do ano. Por isso, o medo de perder um outro pet num intervalo de tempo tão curto desencadeou crises de ansiedade. "Senti um pânico tremendo, eu comecei a chorar muito, comecei a ter crises de ansiedade, porque só me remetia ao dia em que perdi Gal (gata que faleceu no início do ano)", informou Carol.
No Brasil, a Pif é remediada para que o animal fique estabilizado: fluidoterapia, apoio nutricional, remoção do líquido torácico (toracocentese) e abdominal (abdominocentese) podem ser adotados durante o tratamento.
"É muito triste que não tenha nenhum medicamento aqui no Brasil, porque a maioria dos tutores opta pela eutanásia, exatamente por não ter condições de arcar com a medicação. Eu estou na luta, não vou desistir dela (Nara)", contou Carolina.
Transmissão
É importante salientar que o coronavírus felino não acomete pessoas. Embora a doença também seja causada por um coronavírus, ele não é transmissível para humanos. Já a transmissão de um animal doente para o outro é comum. Ela acontece por meio de mordidas de um gato doente em um saudável. E, em alguns casos, o felino contrai o coronavírus ao ter contato com o ambiente contaminado e até mesmo por usar uma caixa de areia que também foi usada por um pet doente.
Isso é possível pelo fato de o vírus ser eliminado pelas fezes, pois, após a infecção, o microrganismo se replica no epitélio intestinal.
Em alguns animais, o vírus evolui para a Pif, em outros, não. A mudança se dá por fator genético e/ou até por baixa imunidade do animal. Se o coronavírus entérico, geralmente abrigado no intestino de gatos, sofre uma mutação, as proteínas de superfície do vírus são alteradas e ele passa a se espalhar pelo corpo, gerando a Pif.