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LVC: Leishmaniose visceral canina, saiba sobre a zoonose que atinge tanto cães quanto humanos

Agosto é o mês de combate à LVC

Cachorro sendo vacinado - Pexels

Agosto é o mês de combate à leishmaniose visceral canina (LVC). Transmitida, por picada do mosquito-palha, a doença pode ser prevenida com a vacinação do animal. A maioria dos cães não desenvolve sinais clínicos, mas quando a doença se manifesta o animal costuma apresentar apatia (desânimo, fraqueza, sonolência); perda de apetite; emagrecimento progressivo; feridas na pele, no focinho, orelhas, articulações e cauda que demoram a cicatrizar; descamação e perda de pelos; crescimento exagerado das unhas; problemas oculares; diarreia com sangue e paresia dos membros posteriores. A doença não é transmissível do animal para a pessoa. A forma de transmissão para humanos é a mesma, por meio do mosquito, que tem a possibilidade de carregar a leishmaniose entre um corpo e outro. Por ser um país endêmico da doença, o Brasil é um dos locais onde é necessária a vacinação.


Órgãos viscerais, como fígado, baço, são os locais que abrigam o parasita da doença, e o resultado da evolução é a morte do animal. A vacina contra Leishmaniose é registrada para cães no Brasil, pelo Ministério de Agricultura e Pecuária. Não existem estudos que comprovem a eficácia na redução da doença em humanos. Por isso, o seu uso é restrito à proteção dos cães e não como ferramenta de saúde pública.

Segundo a médica veterinária da VetBR, Larissa Barros Santos, a transmissão da leishmaniose visceral canina ocorre principalmente pela picada do flebotomíneo, mais conhecido como mosquito-palha. "O cão é considerado o responsável pela manutenção do ciclo biológico no ambiente urbano, pois apresenta o maior número de parasitas, principalmente na pele. O diagnóstico é considerado difícil, pois há grande variedade de sintomas que não confirmam a doença, como crescimento exagerado das unhas, anemia, palidez da mucosa, dermatites, crescimento do baço e fígado, entre outros", afirma o especialista.


Para cães, além da vacina contra a raiva, a outra vacina obrigatória é a polivalente (conhecida como V8 ou V10). Altamente recomendada, a dose protege contra sete doenças infecciosas graves como cinomose, hepatite infecciosa canina, parvovirose, leptospirose, adenovirose, coronavirose e parainfluenza canina

Já a vacina contra leishmaniose para cães, assim como as contra giárdia e tosse dos canis, são consideradas opcionais. São opcionais, mas extremamente importantes. Na prevenção, a primeira aplicação da vacina deve acontecer aos quatro meses de idade do animal, com três doses.  A partir daí, é recomendável a revacinação anual com apenas uma dose.

É fundamental que os donos continuem vacinando os animais com o reforço anual. Outro fator de prevenção, é o uso de pipetas com efeito repelente, que afasta o mosquito parasita, e pode ser feito a partir de sete semanas de vida ou 1,5 kg de peso, protegendo o filhote, bem antes da primeira dose da vacina.

Segundo a VetBR, menos de 3% dos cães chegam a ser vacinados contra essa doença no país. “O índice é baixo mesmo em estados com maior prevalência da doença, como Minas Gerais e Ceará”, sinaliza a gerente comercial da companhia, Ivana dos Santos. É obrigatório o exame sorológico negativo e exame clínico antes da vacinação, certificando que o animal não apresenta nenhum sintoma clínico da doença. Entretanto, a soroconversão (período de janela imunológica) leva, em média, três a cinco meses pós-infecção em animais assintomáticos, podendo chegar a dois anos ou mais. O exame pode apontar um falso negativo para animais já infectados.

Após infectados,há tratamentos para os cães com a leishmaniose que aumentam a sobrevida e qualidade dela para o animal infectado, mas não há cura

Em humanos

A LVC é considerada uma das zoonoses mais graves para cães e seres humanos. Segundo dados do Ministério da Saúde, o país registra, em média, 3,5 mil casos da doença em humanos todos os anos. Nos dados mais recentes, de 2018, aproximadamente 300 pessoas morreram vítimas de leishmaniose visceral no Brasil, o que leva a uma taxa de letalidade de 8%. A título de comparação, a relação de contaminados/mortes de humanos por outras doenças transmitidas por vetores, como zika, dengue e chikungunya não chega a 0,1%.

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