Passeios para cães e gatos são iguais? Cada um pede uma adaptação específica
O passeio é uma necessidade para os cães, mas uma opção para os gatos
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Tutores de cães são acostumados com a rotina de levar seus pets para passear ao menos duas vezes ao dia. Essa prática, com inúmeras vantagens para o pet e para o convívio em comunidade, também pode ser realizada com gatos, mas com uma introdução bem diferente.
Embora possa parecer um simples momento de descontração, o passeio contribui para a qualidade de vida dos animais, independentemente da raça ou do tamanho.
Passeio com cães
"O passeio é indispensável, especialmente para os cães. Embora sejam dóceis e acostumados com a vida doméstica, eles ainda guardam muito de seus instintos”, alerta Bruno Alvarenga, professor de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Brasília (CEUB).
Segundo ele, os cachorros precisam brincar, correr e ter momentos de lazer. Quando saem de casa, além de interagir com seus tutores, têm contato com cheiros e texturas diferentes, o que ajuda a combater a ansiedade.
“Com isso, retornam para casa mais tranquilos, destruindo menos objetos e latindo menos. Eles também lambem menos as patas, reduzindo o risco de desenvolver doenças de pele, especialmente entre os dedos”, explicou o veterinário.
Na manutenção da saúde física dos cães, o docente do CEUB destaca que o passeio regular ajuda a prevenir obesidade, problemas articulares, cardíacos e até metabólicos, como diabetes.
Segundo ele, a prática aumenta a expectativa de vida dos animais e reduz a incidência de infecções urinárias, já que muitos não urinam dentro de casa.
“Passear três vezes ao dia, por exemplo, reduz significativamente essas infecções. O passeio também auxilia na socialização, ajudando o animal a lidar melhor com outros cães e pessoas, diminuindo a agressividade e o medo”, explicou.
Alvarenga sugere evitar passeios durante o pico do sol para prevenir queimaduras nas patas e até hipertermia. Ele recomenda que o tutor opte por passear em horários mais frescos, como no início da manhã ou à noite.
“Coleira é item obrigatório durante os passeios”, lembra o veterinário. Mesmo que o cão seja treinado, ele pode se assustar ou ficar curioso com algo e fugir, resultando até em atropelamentos, brigas ou a ingestão de substâncias perigosas.
Cabe lembrar que durante o passeio, deve-se recolher os dejetos dos animais e evitar que cadelas no cio entrem em contato com outros cães para prevenir brigas.
Passeio com gatos
A prática de passear com gatos, por mais que não seja tão comum, pode ser divertida e prazerosa para o pet. Alguns tutores já incluem a atividade na rotina em prol das melhoras no bem-estar do pet.
De acordo com a médica veterinária comportamentalista de gatos Samara Viana (@svrfelinos), gatos podem gostar de passeio se estiverem bem adaptados.
"O passeio é uma rotina que pode ser executada tranquilamente com o paciente felino, sempre com guia. Mas o passeio do gato, diferentemente do cão, precisa ser bem articulado, pois o gato precisa, sim, passar por um processo adaptativo para passear. Primeiro com a peitoral e guia e depois com a rotina em si.
Nem todos os gatos estão aptos a passear, pois alguns não se sentem à vontade em sair nem com a rotina adaptativa que precisa ser executada, e isso sempre precisa ser encarado com atenção de indivíduo para indivíduo. Mas o ideal é passar por um comportamentalista pra ajustar essas demandas", explicou a médica veterinária.
Apesar do pensamento comum sobre gatos limitar os animais a seres pouco sociáveis e menos dinâmicos, cada animal é um ser único que se adequa à rotina apresentada por seu tutor com o decorrer do tempo.
A comportamentalista explica que, para introduzir o passeio para gatos, os tutores precisam ter em mente que o animal precisa se sentir à vontade.
"Quem vai escolher o local para passeio sempre será o gato. Alguns só sobem e descem escadas, outros chegam a passear na rua. Sempre vai depender do gato. Precisa ser uma rotina prazerosa e bem executada para o animal", explicou Samara Viana.
Para que a ação seja adaptada de forma correta na vida dos gatinhos, o acompanhamento de um comportamentalista pode auxiliar o tutor na mudança de rotina do animal.