Passeios para cães e gatos são iguais? Cada um pede uma adaptação específica

O passeio é uma necessidade para os cães, mas uma opção para os gatos

Gato usando coleira para passeio - Harman Kardon-Pexels

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Tutores de cães são acostumados com a rotina de levar seus pets para passear ao menos duas vezes ao dia. Essa prática, com inúmeras vantagens para o pet e para o convívio em comunidade, também pode ser realizada com gatos, mas com uma introdução bem diferente. 

Embora possa parecer um simples momento de descontração, o passeio contribui para a qualidade de vida dos animais, independentemente da raça ou do tamanho. 

Passeio com cães

"O passeio é indispensável, especialmente para os cães. Embora sejam dóceis e acostumados com a vida doméstica, eles ainda guardam muito de seus instintos”, alerta Bruno Alvarenga, professor de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Brasília (CEUB).

Nina, cadela Sem Raça Definida que já foi atacada por um cão que estava sem coleiraCadela usando coleira - Ed Machado / Folha de Pernambuco

Segundo ele, os cachorros precisam brincar, correr e ter momentos de lazer. Quando saem de casa, além de interagir com seus tutores, têm contato com cheiros e texturas diferentes, o que ajuda a combater a ansiedade. 

“Com isso, retornam para casa mais tranquilos, destruindo menos objetos e latindo menos. Eles também lambem menos as patas, reduzindo o risco de desenvolver doenças de pele, especialmente entre os dedos”, explicou o veterinário. 

Na manutenção da saúde física dos cães, o docente do CEUB destaca que o passeio regular ajuda a prevenir obesidade, problemas articulares, cardíacos e até metabólicos, como diabetes. 

Segundo ele, a prática aumenta a expectativa de vida dos animais e reduz a incidência de infecções urinárias, já que muitos não urinam dentro de casa. 

“Passear três vezes ao dia, por exemplo, reduz significativamente essas infecções. O passeio também auxilia na socialização, ajudando o animal a lidar melhor com outros cães e pessoas, diminuindo a agressividade e o medo”, explicou.

Alvarenga sugere evitar passeios durante o pico do sol para prevenir queimaduras nas patas e até hipertermia. Ele recomenda que o tutor opte por passear em horários mais frescos, como no início da manhã ou à noite.

“Coleira é item obrigatório durante os passeios”, lembra o veterinário. Mesmo que o cão seja treinado, ele pode se assustar ou ficar curioso com algo e fugir, resultando até em atropelamentos, brigas ou a ingestão de substâncias perigosas.

Cabe lembrar que durante o passeio, deve-se recolher os dejetos dos animais e evitar que cadelas no cio entrem em contato com outros cães para prevenir brigas.

Passeio com gatos

A prática de passear com gatos, por mais que não seja tão comum, pode ser divertida e prazerosa para o pet. Alguns tutores já incluem a atividade na rotina em prol das melhoras no bem-estar do pet. 

Gato é acostumado a passear e Gato acostumado a passear no litoral - Reprodução/Instagram/@satanaspantera

De acordo com a médica veterinária comportamentalista de gatos Samara Viana (@svrfelinos), gatos podem gostar de passeio se estiverem bem adaptados. 

"O passeio é uma rotina que pode ser executada tranquilamente com o paciente felino, sempre com guia. Mas o passeio do gato, diferentemente do cão, precisa ser bem articulado, pois o gato precisa, sim, passar por um processo adaptativo para passear. Primeiro com a peitoral e guia e depois com a rotina em si.

Nem todos os gatos estão aptos a passear, pois alguns não se sentem à vontade em sair nem com a rotina adaptativa que precisa ser executada, e isso sempre precisa ser encarado com atenção de indivíduo para indivíduo. Mas o ideal é passar por um comportamentalista pra ajustar essas demandas", explicou a médica veterinária.

Apesar do pensamento comum sobre gatos limitar os animais a seres pouco sociáveis e menos dinâmicos, cada animal é um ser único que se adequa à rotina apresentada por seu tutor com o decorrer do tempo. 

A comportamentalista explica que, para introduzir o passeio para gatos, os tutores precisam ter em mente que o animal precisa se sentir à vontade. 

"Quem vai escolher o local para passeio sempre será o gato. Alguns só sobem e descem escadas, outros chegam a passear na rua. Sempre vai depender do gato. Precisa ser uma rotina prazerosa e bem executada para o animal", explicou Samara Viana. 

Para que a ação seja adaptada de forma correta na vida dos gatinhos, o acompanhamento de um comportamentalista pode auxiliar o tutor na mudança de rotina do animal. 
 

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