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Pesquisa identifica que 87% dos tutores de pets no Nordeste não vacinam animais

O estudo foi realizado com 840 tutores da região

Vacinação de pets - Agener União / Divulgação

Por mais que cuidados com pets sejam amplamente divulgados atualmente, principalmente devido à inserção social de cães e gatos como parte das famílias brasileiras, a falta de cuidados com os animais ainda persiste. Uma pesquisa realizada pelo Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sidan) identificou que em torno de 87% dos nordestinos não vacinam seus pets. 

A baixa cobertura vacinal contra zoonoses e doenças infecciosas que atingem animais domésticos, especificamente cães e gatos, preocupa as autoridades sanitárias e os fabricantes de insumos. 

Um fator adicional de apreensão é o fato de que algumas dessas enfermidades podem ser transmitidas a humanos.

Realizado com 1.751 tutores no Brasil, a pesquisa contou com 840 entrevistados na região Nordeste. 

O indicador nacional de não vacinação de animais domésticos é de 85%. 

No caso do Nordeste, apesar da situação pior comparada à média do país, o quadro ainda é menos crítico que nos estados do Norte, onde o percentual de tutores desatentos à imunização de seus pets chega a 92%.

Apesar das peculiaridades regionais, os resultados do levantamento setorial apontam para um problema nacional grave do ponto de vista da segurança sanitária. Isso porque o controle das doenças infecciosas exige que, pelo menos, 70% dos animais estejam protegidos com a vacinação em dia, garantindo assim, a chamada “imunidade de rebanho”.

“Quanto maior o número de animais vacinados em uma população, menor a chance de transmissão de doenças”, destaca Marina Bonfim, veterinária da Agener União.

A especialista frisa que entre as doenças mais comuns que podem ser evitadas pela imunização de animais de estimação estão a cinomose, parvovirose, hepatite infecciosa canina, leptospirose, raiva e enfermidades associadas a vírus respiratórios.

Tutores de primeira viagem e a proteção vacinal dos pets
Marina Bonfim destaca que a orientação sobre a importância da imunização é fundamental, especialmente no caso dos tutores de primeira viagem.

“Esse público geralmente ainda está numa fase inicial de conscientização e deve ficar bastante atento às indicações e ao calendário vacinal específico para cada animal até que essas informações sejam incorporadas à rotina, da mesma forma que acontece com os pais de primeira viagem, no caso dos bebês”, ressalta.

Cuidados no 1º protocolo vacinal
A veterinária explica também que "cada pet tem um estilo de vida e um histórico materno diferente”. “Por isso, é essencial um nível de zelo máximo com o cronograma vacinal e que precisa ser redobrado nos casos em que não se conhece a mãe do seu doguinho ou bichano”, alerta.

Para ela, o histórico contribui para identificar se a mãe possuía um esquema vacinal adequado, capaz de gerar anticorpos transmitidos pela amamentação. 

“O período de atividade desses anticorpos também pode variar, o que reforça o papel crucial das vacinas nas primeiras semanas de vida do pet”, pontua.

Nessa fase, o animal passa por uma janela de maior suscetibilidade às infecções que vai da 8ª à 16ª semana de vida. Nesse período, os anticorpos que vieram da mãe caem abaixo do nível de proteção e a imunização se torna questão de sobrevivência do seu pequeno companheiro. 

Por isso, o tutor precisa cumprir rigorosamente o calendário vacinal ao longo de toda essa etapa e o veterinário responsável por seu novo amiguinho vai orientá-lo sobre o momento adequado para iniciar a vacinação e encerrar esse primeiro protocolo, de forma a garantir a melhor cobertura.

Outras orientações para o 1º protocolo
Durante todo o período de vacinação, até pelo menos duas semanas após a última dose, é essencial que o filhote permaneça isolado, sem contato com ambientes públicos e animais não vacinados.
 
Marina Bonfim explica que, nas primeiras 24 horas após a vacina, é possível ocorrer reações, que geralmente são leves e de curta duração. O tutor poderá perceber febre baixa, sonolência, dor no local da aplicação ou formação de nódulo no local, que regride progressivamente.

Também é necessária atenção a outros efeitos adversos, como o aparecimento de edema facial, urticárias e reações graves (choque anafilático), que, felizmente, são raras. Caso o pet apresente algum desses sintomas mais preocupantes, o tutor deverá levá-lo imediatamente para a clínica ou hospital veterinário para o tratamento adequado.

 A especialista conclui que, após esse esquema de vacinação das primeiras 16 semanas, o calendário de imunização anual é decisivo para proteger a saúde do pet e seu tutor.

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