Pets com Alzheimer? Conheça os sintomas da Síndrome da Disfunção Cognitiva
Doença neurodegenerativa provoca alterações nas capacidades cognitivas no tecido nervoso dos animais
Você já ouviu falar na Síndrome da Disfunção Cognitiva (SDC)? A doença se desenvolve porque o cérebro dos animais sofre mudanças durante o processo de envelhecimento, o que acarreta perda de memória, dificuldade no entendimento de comandos, entre outros sintomas.
Para tornar mais fácil a compreensão, trata-se de uma manifestação semelhante ao Mal de Alzheimer, que acomete os humanos. Geralmente, o processo de envelhecimento dos pets tem início por volta dos sete anos de idade.
Contudo é mais comum encontrar animais com demência senil a partir dos 12 anos. Com o avançar da idade, cães e gatos naturalmente podem apresentar problemas como perda da visão e da audição, diminuição da energia para atividades e distúrbios do sono.
Justamente por essa questão orgânica, o diagnóstico para a SDC fica, muitas vezes, prejudicado. Mas isso não deve desencorajar os tutores a procurarem esclarecimentos médicos ao notarem sintomas semelhantes à SDC, pois, embora a doença não tenha cura, há opções de tratamentos paliativos que podem ajudar no retardo da progressão da patologia.
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A Síndrome da Disfunção Cognitiva é uma doença neurodegenerativa que provoca alterações significativas nas capacidades cognitivas no tecido nervoso dos animais, que é extremamente sensível aos radicais livres. Essas moléculas são culpadas pelo envelhecimento e morte dos neurônios em regiões do cérebro responsáveis pela execução de tarefas importantes.
Como o cérebro não consegue criar novos neurônios para substituir aqueles que foram danificados, não existe maneira de evitar o desgaste, segundo a veterinária Livia Romeiro, do Centro Veterinário Vet Quality, de São Paulo.
É basicamente como um processo degenerativo do sistema nervoso animal, que pode acontecer de forma lenta e gradual no início, se tornando mais acelerado conforme o tempo e dependendo da genética e condições de saúde do pet.
A causa da SDC ainda é desconhecida. Mas esse transtorno pode afetar animais idosos, como os cães, independente de raça ou gênero.
Por ser uma doença que se manifesta na velhice, os tutores de animais nessa fase da vida precisam levar os pets para uma avaliação clínica e laboratorial para identificar o que é sintoma natural da idade e o que pode estar associado à DDC.
Os sinais podem variar. Dependendo de cada caso, os animais podem desenvolver um conjunto de sintomas clássicos ou apresentar apenas alguns.
Conhecer o animal faz toda a diferença. Assim, o tutor poderá perceber mudanças no comportamento diário dele. Entre as manifestações que merecem atenção, estão:
Desorientação
Um animal estar repentinamente desorientado pode ser um dos primeiros sintomas da doença. Um bom exemplo é quando um animal começa a perambular pela casa e acaba tropeçando em tudo, como se o local fosse completamente estranho.
Além disso, o pet pode ficar bloqueado e não conseguir se mexer, uma vez que a desorientação pode se manifestar na quietude e no olhar fixo para um determinado lugar.
Menos interação
O animal com SDC também pode apresentar comportamentos mais agressivos quando está diante de outros pets ou seres humanos, como também pode acontecer de não reconhecer o próprio dono.
Essa agressividade é uma forma que o animal tem para se defender, mesmo em um local onde o seu cheiro é predominante. A apatia também pode surgir na falta de interesse em receber carinho ou brincar.
Alteração no sono
Muitos tutores levam a dificuldade de dormir de um pet idoso como uma situação sem muita seriedade, o que resulta na falta de investigação de onde se encontra o problema, o que pode ser muito prejudicial para o amigo de quatro patas.
Noites mal dormidas podem acarretar dores, desconfortos, perda de visão ou audição e ansiedade.
Xixi e cocô fora do lugar
Mesmo que seja típico de animais idosos fazerem suas necessidades em locais impróprios, ainda é dever do tutor ficar atento.
O que pode diferenciar um pet idoso com disfunção cognitiva é a forma que ele está urinando e defecando. Os cães idosos costumam urinar em lugares indevidos porque não são capazes de segurar o xixi por muito tempo.
Já os animais com essa doença não sentem vontade de fazer xixi ou defecar, uma vez que o cérebro não é mais capaz de assimilar tal informação. Eles podem fazer suas necessidades deitados, dormindo ou em momentos de brincadeira.
Como proceder?
Ao notar mudanças comportamentais desse tipo no pet, a primeira coisa a ser feita é levá-lo para uma consulta com o médico-veterinário de confiança e, se possível, associar a avaliação com um especialista na área de neurologia veterinária.
É necessário realizar uma série de exames para descartar outros possíveis enfermidades causadoras de mudança de comportamento nos animais idosos, como hipotireoidismo, obesidade, tumores cerebrais, encefalopatia hepática, cardiopatias e doenças articulares.
Tratamento
Alguns medicamentos podem ser prescritos para melhorar o impulso de transmissão dos neurônios. O tratamento deve ser feito com base nas particularidades de cada animal.
Por isso, é fundamental que o tutor esteja alinhado com o médico-veterinário de confiança e realize um acompanhamento regular.