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Platinossomose felina: descubra o que é e quais são os riscos para os gatos

Doença afeta, principalmente, o fígado e a vesícula biliar - Pixabay

Eles são brincalhões, adoram explorar ambientes e têm um instinto nato para a caça. Selvagens ou domesticados, o espírito caçador está na essência dos bichanos. E, quase sempre, pássaros, ratos e lagartixas se tornam suas presas. Mas, caçar lagartixas é uma prática que pode significar perigo. Ao comerem ou simplesmente morderem esses pequenos répteis, os felinos podem contrair uma doença chamada platinosomose. 

Embora mais comum em gatos que vivem na rua, felinos domesticados que costumam sair para passear sem supervisão também são vulneráveis. Isso porque a platinosomose felina ou colangite parasitária felina é uma doença causada por um parasita de nome Platynosomum sp. E, geralmente, as lagartixas contaminadas são aquelas que têm mais acesso a locais com esgoto aberto. 

Ao comerem ou morderem uma lagartixa contaminada, o gato contrai o parasita, que vai se hospedar no fígado, vesícula biliar e, em alguns casos, até no intestino delgado do animal. Os sintomas são relacionados a doenças hepáticas, como explica a veterinária Alessandra Veras. 

“O ciclo desse parasita, o Platynosomum sp., se dá no sistema hepato-biliar, ou seja, afeta o fígado e seus ductos. Sendo assim, a maioria dos sintomas encontrados são vômito, diarreia, falta de apetite e, em casos graves, icterícia (mucosa e pele amareladas).” Aumento do fígado e da vesícula biliar e líquido na cavidade abdominal também são sintomas da doença. 

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A prevenção é o melhor caminho. Por isso, é bom evitar que os felinos saiam sem supervisão, sobretudo se nas proximidades da residência tiverem locais com muitos entulhos ou áreas de esgoto aberto. Outro importantíssimo método de prevenção é seguir à risca o protocolo de vermifugação apontado pelo médico veterinário que acompanha o animal. “Em geral, felinos vermifugados com frequência não vão apresentar essa doença”, diz Alessandra. 

Ela indica ainda que os tutores enriqueçam o ambiente onde os felinos vivem com arranhadores e brinquedos, de forma que eles exercitem o instinto de caça - mais aguçado em jovens adultos - sem matar as lagartixas. Diferente dos cães, os gatos não são animais 100% domesticáveis. Mesmo sendo criados em casa, a vontade de caçar pode continuar acompanhando o animal.  
 

cat 4797096_1920O uso de brinquedos ajuda a entreter os bichanos. Foto: Pixabay

O estudante Luiz Lima, tutor um casal de gatos, Getúlio e Getúlia, conta que ambos têm o instinto caçador extremamente aflorado. “Eles saem muito por perto de casa e tem muitas lagartixas nas proximidades. Inclusive, tem um terreno baldio onde eles caçam essas lagartixas e trazem para casa. Às vezes as matam e comem. Após cinco ou 10 minutos, vomitam”, conta ele, desconhecendo os perigos dessa “brincadeira”.

A platinosomose tem cura, contudo, a eficácia do tratamento está diretamente ligada à extensão dos danos causados pelo parasita ao fígado e ductos biliares até o momento da descoberta da doença. Para o diagnóstico, além da avaliação clínica, podem ser realizadas coletas de sangue, urina e fezes, além de ultrassom do abdômen, no intuito de identificar lesões. 

“O tratamento deve ser indicado pelo médico veterinário responsável e, em geral, se baseia no uso de antiparasitários orais”, ressalta Alessandra. Casos mais graves, porém, podem necessitar de antibióticos específicos. 

É importante ressaltar, entretanto, que nem todas as lagartixas carregam o parasita e que elas têm sua importância no controle de insectos e aracnídeos. Além disso, são animais dóceis. Os riscos maiores estão relacionados àquelas lagartixas que costumam ter acesso a esgotos. 

Apesar de serem vetores, nem todas as lagartixas carregam o parasita. Foto: Pixabay

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