Quais vacinas devo dar ao meu gato? A gente explica
Além da imunização contra a raiva, os bichanos devem passar por protocolos de vacinação polivalente
Se existe algo fundamental para ajudar a manter a saúde do pet em dia, é a vacina. Entre os tutores de cães, a vacinação já é uma prática habitual.
Com os felinos, muito por causa do histórico de maior estresse nas visitas ao veterinário, essa etapa do cuidado acaba sendo deixada de lado. Mas não deve.
As vacinas têm papel importante na proteção contra uma série de doenças que podem acometer o bichano. Além disso, ajudam no controle de algumas zoonoses que podem ser transmitidas também para os humanos.
Os felinos devem receber dois tipos de vacina, a polivalente e a da raiva. Entenda mais sobre elas:
Vacina polivalente
Como o nome já diz, essa vacina protege o pet contra um conjunto de enfermidades. Embora seja popularmente chamada de polivalente, existem três tipos diferentes: V3, V4 e V5. A diferença entre elas é o número de antígenos que cada uma possui.
A V3, também chamada vacina tríplice, protege contra panleucopenia, calicivirose e rinotraqueíte. A V4 cobre esse mesmo grupo e adiciona proteção contra clamidiose. A V5, por sua vez, protege contra todas as doenças citadas e ainda produz anticorpos contra a leucemia felina.
O ideal é que o gato seja vacinado nos primeiros meses de vida. Nos bebês, o mais indicado é iniciar o protocolo vacinal entre 45 e 60 dias após o nascimento. Antes disso, ele ainda terá os anticorpos passados pela mãe, o que pode interferir na eficácia da imunização.
Ele receberá outras duas aplicações, com intervalos de duas a quatro semanas entre elas, encerrando essa vacinação polivalente por volta dos quatro meses de vida. Quando o felino já é mais velho, são realizadas duas aplicações, também com o intervalo de duas a quatro semanas.
Segundo a médica-veterinária Aline Brasilino, da clínica Rehabiliter, no Recife, o mais indicado é que as doses complementares sejam feitas com a mesma vacina da primeira aplicação.
Quando chegar a época do reforço, que deve ser realizado anualmente, o tutor pode optar por uma versão mais completa da vacina polivalente.
“O ideal é que, se começou com V3, siga com a V3 no protocolo inicial. O mesmo com a V4 e a V5. Mas, se fez V3 ou V4 e quer proteger melhor o pet, pode fazer a V5 na ocasião do reforço anual. Se for mudar, o melhor é que seja sempre para uma cobertura maior”, indica ela.
Doenças
Panleucopenia (V3, V4 e V5)
Pode provocar febre, vômitos, inapetência, prostração e diarreia em animais infectados, além de prejudicar a coordenação motora de filhotes. É transmitida através de animais doentes ou do contato com objetos contaminados.
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Rinotraqueíte (V3, V4 e V5)
É uma doença bastante contagiosa, a exemplo da gripe em humanos. Entre os sintomas, estão espirros, secreções nasais, rinite, salivação, conjuntivite, febre e falta de apetite. É causada pelo herpesvírus e pode evoluir para casos mais graves, com pneumonia. Os filhotes correm maior risco de morte.
Calicivirose (V3, V4 e V5)
Apresenta sintomas semelhantes aos da rinotraqueíte viral, mas também provoca úlceras na cavidade oral.
Clamidiose (V4 e V5)
Afeta a conjuntiva dos animais, que é a membrana que recobre a parte frontal do globo ocular e, posteriormente, atinge o sistema respiratório. Entre os sintomas, estão a conjuntivite, corrimento nasal e ocular persistente, espirros, dificuldade respiratória, febre, falta de apetite, pneumonia e prostração.
Leucemia Felina - FeLV (V5)
Causada pelo Feline Leukemia Virus - FeLV, compromete as defesas imunológicas do felino, tornando-o vulnerável a doenças infecciosas, lesões na pele e desnutrição. Além disso, os animais infectados podem apresentar cicatrização mais lenta de feridas e problemas reprodutivos.
Entre os sintomas, estão perda de peso, secreção nasal e ocular excessiva, diarreia persistente, imunodeficiência e tumores em células linfáticas.
A infecção acontece através do contato com saliva, urina ou fezes de animais infectados. Em ambientes onde vivem muitos animais, se não houver vacinação coletiva, um único caso coloca todos os outros em um risco alto de contaminação.
Fêmeas portadoras do vírus, quando grávidas, devem ser acompanhadas regularmente, assim como os filhotes, uma vez que o vírus pode ser transmitido da mãe para os bebês durante o parto ou pelo leite.
Valores
Por ser mais completa, a vacina V5 é a mais cara entre as polivalentes, podendo variar entre R$ 100 e R$ 150. A V3 e a V4 têm preços equivalentes, variando entre R$ 80 e R$ 100.
Vacina da raiva
A raiva é uma zoonose que não tem cura e cuja única forma de prevenção é através da vacina. Entre as alterações de comportamento que a doença provoca, as mais comuns são perda de apetite, fotofobia e agressividade.
A vacina contra a raiva é aplicada gratuitamente por órgãos de saúde municipais durante todo o ano, além de existirem campanhas maciças de vacinação, geralmente no último trimestre. No serviço particular, essa vacina tem custo médio entre R$ 40 e R$ 70.
Reações
Alguns gatinhos podem apresentar reações após serem vacinados. As mais comuns são febre, acompanhada de uma molezinha, diarreia e vômito.
Em geral, os sintomas cessam dentro de 24 horas. Mas, por precaução, o tutor deve conversar com o médico-veterinário para ser instruído sobre como proceder. Nada de medicar o pet sozinho, hein?