Raças do Brasil: rastreador brasileiro foi salvo da extinção; conheça a história do cão
O rastreador brasileiro foi criado nos anos 1950, por Oswaldo Aranha Filho
Sabia que existem raças de cães criadas no Brasil? Alguns pets foram criados pensando exatamente no clima e na necessidade de uma época específica no País. São seis raças brasileiras reconhecidas pela Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC): rastreador brasileiro, fila brasileiro, terrier brasileiro, buldogue campeiro, ovelheiro gaúcho e veadeiro pampeano. Nesta primeira matéria sobre o tema, falaremos sobre o rastreador brasileiro.
Leia Também
• Calor de 37°C: Policiais resgatam cães de carro; tutores visitavam o Santuário Nacional de Aparecida
• Viral: cães da raça brabançon são mal-encarados?
Com faro muito apurado, urro alto e boa resistência ao clima e terreno do centro-norte do Brasil, o rastreador brasileiro foi criado nos anos 1950, por Oswaldo Aranha Filho, com o objetivo de ajudar caçadores no momento de acuar e abater a presa. O pet ainda é extremamente eficaz para busca e salvamento, o que o faz dele um animal muito indicado para binômios com bombeiros. Segundo a CBKC, a raça integrando, agrupamentos militares de polícia e até do exército brasileiro.
Raya, cadela da raça rastreador brasileiro, incorporada ao Corpo de Bombeiros do Estado do Pará. Na foto, tirada em 2022, Raya tinha apenas três meses.
Na vida doméstica, rastreadores brasileiros são animais tranquilos, dóceis, alegres e apegados aos tutores. Podem ser mais reservados na presença de estranhos, mas não possuem traços de agressividade.
A raça foi desenvolvida por meio de seleção genética, a partir de outras raças, particularmente o foxhound americano. O rastreador brasileiro é considerado a evolução do antigo “urrador brasileiro", com características físicas que se ajustam à vida no interior do Brasil.
Rastreador brasileiro, raça brasileira criada nos anos 50
Animais da raça são de grande porte, com peso entre 20kg e 30kg, variando entre machos e fêmeas. São fortes, musculosos e resistentes, capazes de correr por longos períodos em terrenos acidentados.
O corpo desses animais é esguio, com pelagem curta bicolor na maior parte do corpo ou mosqueada (preto e branco, dando um efeito de cor azul ardósia). A cabeça do animal tem orelhas longas e coloração caramelo/alaranjada com focinho branco (lembra o beagle). O pet pode ainda apresentar manchas pretas de tamanho médio na pelagem.
Extinção
Nos anos 1970, o rastreador brasileiro foi acometido por uma epidemia de piroplasmose. Muitos animais da raça pereceram. Em decisão conjunta com o Brasil Kennel Club e a Federação Cinológica Internacional (FCI), a raça, por ausência de registros, foi retirada do rol daquelas reconhecidas pela FCI.
Depois de 30 anos do ocorrido, nos anos 2000, um grupo de criadores mapeou os filhotes e descendentes remanescentes do plantem de Oswaldo Aranha e conduziram um intenso trabalho de revitalização, seleção e reconstrução da raça.
"Esse esforço incansável no melhoramento da raça, na preservação de suas características únicas e o reforço do compromisso com a cinofilia foram os grandes responsáveis por tamanho feito. O rastreador brasileiro passou a ser reconhecido novamente pela FCI e ocupa o padrão de número 275 no grupo 6 de cães tipo hound, sabujo e rastreadores”, comentou o presidente da CBKC Fábio Amorim.
Atualmente o Brasil possui criadores de rastreador brasileiro em vários estados, mas especialmente na região centro-norte, como Acre e Amazonas.
Cinofilia
A cinofilia é o estudo e criação de raças. Ao pé da letra, o nome significa amor aos cães. No Brasil, a cinofilia é orientada e dirigida pela CBKC.
Pela confederação, são tomadas decisões sobre a forma correta de criação dos animais para a manutenção da raça e garantia de bem-estar dos pets que estão sendo reproduzidos.