Raças do Brasil: Rastreador Brasileiro foi salvo da extinção; conheça a história do cão
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Sabia que existem raças de cães criadas no Brasil? Alguns pets foram criados pensando exatamente no clima e na necessidade de uma época específica no País. São seis raças brasileiras reconhecidas pela Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC): rastreador brasileiro, fila brasileiro, terrier brasileiro, buldogue campeiro, ovelheiro gaúcho e veadeiro pampeano.
Rastreador Brasileiro
Com faro muito apurado, urro alto e boa resistência ao clima e terreno do centro-norte do Brasil, o rastreador brasileiro foi criado nos anos 1950, por Oswaldo Aranha Filho, com o objetivo de ajudar caçadores no momento de acuar e abater a presa. O pet ainda é extremamente eficaz para busca e salvamento, o que o faz dele um animal muito indicado para binômios com bombeiros. Segundo a CBKC, a raça vem integrando agrupamentos militares de polícia e até do exército brasileiro.
Na vida doméstica, rastreadores brasileiros são animais tranquilos, dóceis, alegres e apegados aos tutores. Podem ser mais reservados na presença de estranhos, mas não possuem traços de agressividade.
A raça foi desenvolvida por meio de seleção genética, a partir de outras raças, particularmente o foxhound americano. O rastreador brasileiro é considerado a evolução do antigo “urrador brasileiro", com características físicas que se ajustam à vida no interior do Brasil.
Animais da raça são de grande porte, com peso entre 20kg e 30kg, variando entre machos e fêmeas. São fortes, musculosos e resistentes, capazes de correr por longos períodos em terrenos acidentados.
O corpo desses animais é esguio, com pelagem curta bicolor na maior parte do corpo ou mosqueada (preto e branco, dando um efeito de cor azul ardósia). A cabeça do animal tem orelhas longas e coloração caramelo/alaranjada com focinho branco (lembra o beagle). O pet pode ainda apresentar manchas pretas de tamanho médio na pelagem.
Extinção
Nos anos 1970, o rastreador brasileiro foi acometido por uma epidemia de piroplasmose. Muitos animais da raça pereceram. Em decisão conjunta com o Brasil Kennel Club e a Federação Cinológica Internacional (FCI), a raça, por ausência de registros, foi retirada do rol daquelas reconhecidas pela FCI.
Depois de 30 anos do ocorrido, nos anos 2000, um grupo de criadores mapeou os filhotes e descendentes remanescentes do plantem de Oswaldo Aranha e conduziram um intenso trabalho de revitalização, seleção e reconstrução da raça.
"Esse esforço incansável no melhoramento da raça, na preservação de suas características únicas e o reforço do compromisso com a cinofilia foram os grandes responsáveis por tamanho feito. O rastreador brasileiro passou a ser reconhecido novamente pela FCI e ocupa o padrão de número 275 no grupo 6 de cães tipo hound, sabujo e rastreadores”, comentou o presidente da CBKC Fábio Amorim.
Atualmente, o Brasil possui criadores de rastreador brasileiro em vários estados, mas especialmente na região centro-norte, como Acre e Amazonas.
Cinofilia
A cinofilia é o estudo e criação de raças. Ao pé da letra, o nome significa amor aos cães. No Brasil, a cinofilia é orientada e dirigida pela CBKC.
Pela confederação, são tomadas decisões sobre a forma correta de criação dos animais para a manutenção da raça e garantia de bem-estar dos pets que estão sendo reproduzidos.