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Seu animal pensa que é gente? Entenda por que pets imitam seus tutores

De acordo com a medicina veterinária, o comportamento de "imitar" o tutor faz parte de uma adaptação do animal à rotina de seu dono

Cachorro deitado na cama - ready made / Pexels

Comer no mesmo horário, cochilar no mesmo horário, ler junto, digitar junto e acompanhar todas as atividades do dia são atitudes comuns para animais domesticados. Quem já teve que lidar com um pet tentando digitar no teclado do computador ou tentando morder a caneta na hora de fazer uma anotação importante sabe muito bem do que estou falando. De acordo com a medicina veterinária, o comportamento de "imitar" o tutor faz parte de uma adaptação do animal à rotina de seu dono. 

Gato no home office

"Esse comportamento de “imitar” os tutores, na verdade, é uma adequação do pet à nossa rotina diária. Eles precisam da nossa rotina para estabelecer a deles, e isso acaba sincronizando nossas ações, como dormir junto, acordar, 'tomar café'etc. Esse comportamento acaba sendo impulsionado tanto pelo tutor quanto pelo pet, já que, à medida que a rotina se estabelece e se firma, há um aumento do vínculo entre tutor e pet dessa rotina compartilhada", explicou Laura Ferreira, especialista em comportamento animal da Guiavet, uma plataforma de acompanhamento integral da saúde animal. 

Alguns animais passam a ideia de que não sabem que são de outra espécie, não humana. Isso pode acontecer se ele tiver comportamentos naturais reprimidos e for tratado de forma mais humanizada. Se um pet é proibido de cavar a terra e incentivado a andar sempre no colo ao invés de percorrer distâncias curtas andando, ele pode se afastar do seu lado "animal" e se aproximar de uma criação muito parecida com a de uma pessoa. 

Cachorro acompanha tutor durante home officeCachorro acompanhando tutor no home office

"É difícil afirmar como os pets se identificam dentro da nossa família multiespécie. Ainda mais porque isso depende muito da forma como o tutor trata seu pet: se o animal pode expressar comportamentos naturais mais livremente ou se é tratado de maneira mais humanizada, o que faz com que fique mais retraído em relação a outros animais", informou Laura. 

A capacidade de mimetizar o comportamento de seus tutores é mais acentuada em pets que passam desde filhotes até a vida adulta sob cuidado especificamente humano. "E é justamente nessa fase de filhote, até os 12 meses, que há o maior desenvolvimento social do pet. Logo, quanto mais ele vive e compartilha a rotina com seu tutor, mais ele absorve e replica essas atividades", explicou a especialista da Guiavet. 

O comportamento humanizado não é um problema, desde que o animal não tenha apenas ele como seu guia. "Tudo depende. Se o animal tem o costume de fazer as coisas com seu tutor, mas ainda tem a sua rotina, fazendo as coisas que deveria fazer como o animal que é, essa rotina compartilhada com o tutor não traz malefícios. Por exemplo, cães devem poder passear e cheirar o chão da rua, e gatos devem brincar de caçar brinquedos. Se o animal vive como o tutor sem realizar seus comportamentos naturais, ao  longo do tempo pode desenvolver problemas emocionais, como ansiedade.", concluiu Laura.  

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