Suspeito de matar gatos no Recife não aparece para prestar depoimento
Esperado para a manhã desta sexta-feira (19), o depoimento do suspeito de torturar e matar ao menos cinco gatos nos arredores da avenida Beira-Rio, no bairro da Madalena, Zona Oeste do Recife, não aconteceu porque o mesmo não compareceu à Delegacia de Polícia do Meio Ambiente (Depoma), em Tejipió, também na Zona Oeste da Capital pernambucana.
Um grupo de ativistas esteve no local pela manhã, com faixas e camisetas, cobrando justiça pelo crime cometido. Vale ressaltar que a lei para quem comete maus-tratos contra cães e gatos foi enrijecida no ano passado.
A pena é de reclusão de dois a cinco anos, podendo ter aumento de 1/6 a 1/3 se houver morte do animal, além de multa. O suspeito, um estudante universitário, pode faltar mais uma vez. Na terceira, caso não apareça, será intimado para condução coercitiva.
"Ontem, os advogados de defesa estiveram na delegacia e disseram que ele iria depor hoje. Segunda-feira, os ativistas voltarão para a frente da Depoma. Vamos pressionar, pois, para além de toda a tristeza, gera indignação o que está acontecendo. O crime aconteceu no dia 9. Foi feita a denúncia no dia 12, com todas as imagens. Hoje já é 19”, disse Douglas Brito, integrante da Comissão Nacional de Proteção Animal e da ONG Anjos do Poço. “Se fosse um pobre, já estaria detido e com o nome exposto”, completou.
À tarde, foram colhidos os depoimentos de quatro das cinco testemunhas sugeridas pelo do Grupo Independente Gatinhos Urbanos. A última deverá ser ouvida na segunda-feira (22).
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O crime foi cometido na madrugada do último dia 9, quando o homem foi filmado pelas câmeras da área torturando os animais, encontrados mortos posteriormente. Ao menos cinco felinos foram vítimas do agressor.
O caso foi denunciado por integrantes do grupo Gatinhos Urbanos, um dos que atuam no suporte aos gatos que habitam a região, tradicionalmente conhecida por ser um ponto de desova.
“Foi entregue tudo mastigado. Entregaram as imagens e, com o compartilhamento nas redes sociais, não demorou para a pessoa ser identificada, o que também foi repassado à Polícia. Queremos a instauração do processo, que se cumpra a lei. A gente, enquanto ativista, vai continuar em cima”, frisou Douglas.
O temor é que o caso caia no esquecimento, assim como aconteceu em 2019, quando mais de 30 gatos foram envenenados na Beira-Rio e, até hoje, não foi concluído o inquérito policial.
Ameaça
Um outro Boletim de Ocorrência foi gerado nesta sexta-feira, após uma das integrantes do Gatinhos Urbanos ter recebido ameaças do pai do suspeito através das redes sociais.