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Suspeito de matar gatos no Recife prestará depoimento nesta sexta (19)

Identificação do suspeito foi possível graças às câmeras do local, instaladas pela ex-vereadora Goretti Queiroz - Reprodução/Instagram

Após uma ação conjunta entre vários ativistas da causa animal, com intensa campanha de compartilhamento de imagens, o homem suspeito de praticar o crime de maus-tratos contra gatos que habitam o entorno da Beira-Rio, no bairro da Madalena, foi identificado. 

Embora já circulem imagens nas redes sociais, o nome dele ainda não foi anunciado pela Delegacia de Polícia do Meio Ambiente (Depoma), que está à frente das investigações.

Segundo membros do Projeto Independente Gatinhos Urbanos, que encabeça a luta dos ativistas nesse caso, o homem deve prestar depoimento na manhã desta sexta-feira (19).

Só após a ouvida dele e de mais algumas testemunhas é que o relatório será finalizado e encaminhado ao Ministério Público para instauração do processo criminal. 

A delegada responsável pela Depoma, Isabela Veras, é quem está conduzindo a investigação e só irá se pronunciar após a conclusão do inquérito policial.  

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O crime aconteceu na semana passada, com a morte de ao menos cinco animais, e a identificação do responsável só foi possível graças às câmeras instaladas na área.

Câmeras essas custeadas com recursos próprios pela ex-vereadora do Recife Goretti Queiroz, que tem mais de uma década de ativismo na causa animal, na tentativa de inibir as investidas contra os animais. Vale lembrar que esse não é o primeiro episódio de maus-tratos ali. 

Durante o período de mandato, Goretti pleiteou reforço no policiamento para o entorno da Beira-Rio. Sem sucesso, investiu na instalação de dois equipamentos. No ano passado, acrescentou mais dois, justamente os que conseguiram captar o crime bárbaro cometido no último dia 9. 

“Enviei ofícios pedindo a colocação de um posto fixo de policiamento na região. Esse caso mais recente, por exemplo, foi às 3h Além dos gatinhos, seria importante para garantir a segurança das pessoas da também. Lá tem pista de cooper, muita gente transita. Seria muito oportuno, mas nada foi feito. A gente sabe do histórico de massacre que tem ali, sem ter havido nenhuma ação do poder público no local”, frisa a ex-vereadora, que, embora não tenha conseguido entrar para um novo mandato no último pleito municipal, não deixou de atuar em prol da causa animal.  

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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O Boletim de Ocorrência desse caso foi feito por integrantes do Projeto Independente Gatinhos Urbanos, que atua nos arredores da Beira-Rio e foi responsável por tornar o fato público. 

O grupo conta com o apoio de outros protetores e ativistas na luta para que haja punição exemplar, uma vez que a impunidade para os casos de maus-tratos acaba dificultando o combate a esse tipo de conduta.

No ano passado, inclusive, a lei que pune quem pratica atos de maus-tratos contra cães e gatos foi enrijecida, com pena de dois até cinco anos de reclusão. 

Em nota, a Secretaria Executiva dos Direitos dos Animais (SEDA) disse que vai solicitar à Guarda Civil Municipal do Recife (GCMR) um maior suporte nos arredores da Beira-Rio.

A pasta disse estar pedindo também ao Centro de Vigilância Ambiental (CVA) o aumento na fiscalização e recolhimento dos animais encontrados em situação de rua para realizar os procedimentos de vacinação, vermifugação e castração. 

No entanto, após esses procedimentos, que são realizados na sede do CVA, no bairro de Peixinhos, os animais são devolvidos para o local onde foram encontrados. Ou seja, voltam à rua, já que não há locais para abriga-los até uma possível adoção. 

Durante a última campanha eleitoral para a Prefeitura do Recife, o eleito João Campos disse que uma das propostas era, justamente, abrir edital para ajudar a bancar custos de abrigos e ONGs que possam atuar como lares temporários em parceria com a gestão. 

Questionada sobre isso, a Prefeitura do Recife, em nota, apenas reafirmou o discurso, mas não sinalizou medidas práticas. Segue a nota: "A Prefeitura do Recife informa que é compromisso da atual gestão o fortalecimento de parceria com as ONGs e instituições ligadas à causa animal para ampliar as ações de acolhimento e adoção dos animais em situação de rua”. 

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