60 anos do golpe militar: um grito no silêncio da caminhada

Movimentos sociais se reúnem na segunda (1) para cobrar a reinstalação da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos

Monumento Tortura Nunca Mais - Foto: Luiz Santos/Divulgação

Uma Caminhada do Silêncio, em homenagem às vítimas da ditadura no Brasil, será o grito de representantes da Comissão de Justiça e Paz, do Centro Manoel Lisboa, do Comitê Nacional de Memória, Verdade e Justiça e de outros grupos da sociedade civil

 A programação, na segunda (1º), marca os 60 anos do golpe militar e pretende reforçar ao Governo Federal a necessidade de reinstalar a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos, criada em 1995 e extinta em 2022. 

"Sabemos que nunca vamos encontrar os corpos, mas não queremos que os responsáveis nunca sejam punidos", esbraveja Amparo Araújo, integrante do comitê em Pernambuco.

O apelo das famílias teve acolhida do ministro de Direitos Humanos, Silvio Almeida, e do assessor especial Nilmário Miranda. Mas, segundo os ativistas, esbarra na falta de decisão política.

"O presidente Lula se rendeu às Forças Armadas. O governo civil está tutelado pelos militares", ataca Amparo Araújo, irmã de um desaparecido e viúva de um executado na repressão. 

No início do mês, o Ministério Público Federal recomendou ao Governo a reabertura dos trabalhos em 60 dias.

Justificou a necessidade do cumprimento das condenações impostas pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, que estabeleceu a importância de o Brasil adotar medidas para que as ações sejam consideradas crimes contra a humanidade e não prescrevam.

Até 2014 a Comissão da Verdade havia registrado 434 mortos ou desaparecidos durante a ditadura. 

Organizadores estimam 80 atos pelo país. Alegam que 2023 foi de tolerância e 2024 será de confronto.  

A Caminhada do Silêncio no Recife sairá às 15h30 do Monumento Tortura Nunca Mais, em Santo Amaro, em direção ao prédio da Polícia Civil, onde funcionou o Departamento de Ordem Política e Social, (Dops) na área central. 

SEMENTE DAS DIRETAS JÁ 

O local onde há 41 anos aconteceu o primeiro ato público em defesa das eleições diretas no país vira, na próxima segunda, a partir das 10h, a Praça da Democracia. A antiga Praça da Bandeira, no Centro de Abreu e Lima, homenageia os  idealizadores do movimento: Aguinaldo Fenelon, Antônio Amaro, José da Silva Brito, Reginaldo Silva e Severino Farias e ganha uma escultura do artista Demétrio Albuquerque, mesmo autor do monumento Tortura nunca mais

RESISTÊNCIA

Sessão solene na próxima segunda-feira homenageia as pessoas que lutaram contra a ditadura. Será às 18h, no Auditório Sérgio Guerra, na Assembleia Legislativa, Centro do Recife. A proposição é do deputado Waldemar Borges (PSB).


REPRESENTAÇÃO

Na Câmara do Recife, a sessão homenageia Mércia Albuquerque, advogada de presos políticos da ditadura militar, que morreu em 2003 por problemas cardíacos. Será na segunda (1º), às 19h, no plenário. A iniciativa é da vereadora Liana Cirne (PT).

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