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Acertos e desacordos na primeira audiência pública sobre o processo de concessão da Compesa

Encontro foi marcado por queixas e dúvidas de parlamentares e representantes da sociedade civil

Representantes do Governo do Estado, da sociedade civil e parlamentares participaram, no auditório da Fiepe, da primeira audiência pública para discutir o projeto de concessão da Compesa - Foto: Davi de Queiroz/Folha de Pernambuco

Antes de mudar tubulação, evitar desvio, reduzir racionamento e levar água às torneiras dos pernambucanos, na planície e nos morros, garantindo abastecimento e saneamento, o Governo do Estado tem uma lista de outros desafios.

Convencer os pernambucanos de que concessão não é privatização; que a parceria com a iniciativa privada vai melhorar os serviços e que isso não representará aumento na tarifa. Ontem, na primeira das cinco audiências públicas para discutir a proposta desenhada pelo BNDES a pedido do Governo, ninguém acreditou. 

Em quase cinco horas, dez parlamentares e mais de 20 representantes da sociedade reverberaram reclamações e dúvidas, expostas por prefeitos na assembleia da Associação Municipalista,  terça-feira. Entre as propostas, difíceis de serem abraçadas, um plebiscito, para decidir o que fazer, e empréstimo para fortalecer a Compesa, universalizando os serviços até 2033, como prevê o marco zero do saneamento. 

O Estado calcula serem necessários R$ 35 bilhões (R$ 18,9 mi da iniciativa privada). Em linhas gerais, a Compesa fica com produção e tratamento da água e a empresa a ser escolhida, com distribuição de água e coleta e tratamento de esgoto, por 35 anos.

“Existe um consenso: todos queremos a Compesa pública e eficiente. Não há consenso sobre a forma de fazer isso. A concessão é necessária para avançarmos”, defendeu o secretário de Recursos Hídricos, Almir Cirilo. 

Para isso, as ouvidas continuam. Hoje será em Caruaru. Até 7 de fevereiro é possível participar da consulta, no site www.srhs.pe.gov.br, e enviar sugestões para o e-mail [email protected].

Ineficiência e multa
Alvo de reclamações de prefeitos como o do Cabo de Santo Agostinho, Lula Cabral, e da sociedade civil, a BRK garantiu investir R$ 1,7 bilhão nos próximos três anos. A informação é do secretário Almir Cirilo. Ele assegurou que a empresa foi multada várias vezes por não cumprir acordo, mas registrou que, nos últimos 12 anos, os governos também não fizeram sua parte.

Disponíveis
A equipe do Governo tem tentado acalmar os ânimos e se coloca à disposição para reuniões específicas sobre a concessão. Na terça, Almir Cirilo e o secretário de Projetos Estratégicos, Rodrigo Ribeiro, chegaram a anunciar o número dos celulares.

Sonho
O ministro da Pesca, André de Paula (PSD), declarou à Rádio Folha o desejo de ver a governadora Raquel Lyra (PSDB) no partido que ele dirige em Pernambuco. “Independentemente de fusão entre o PSD e o PSDB, sonho em ter a governadora Raquel Lyra no PSD.”

Presente
Sobre o PT apoiar Raquel Lyra à reeleição em 2026, o ministro disse não falar pela legenda, mas lembrou que a tucana se aproximou do presidente Lula desde o início da gestão. “Todas as vezes em que presidente e governador trabalham juntos, quem ganha é o povo.”

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