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Com ou sem um vice petista, Lula e João Campos consolidam relação. Sem ranço e com afeto

Presidente da República e prefeito do Recife trocaram gentilezas durante toda a agenda na capital

Presidente Lula e prefeito João Campos em evento na Ilha Joana Bezerra, área central do Recife - Foto: Rodolfo Loepert / Prefeitura do Recife

A troca de gestos entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o prefeito do Recife, João Campos (PSB), a cada vinda do petista ao Estado, evidencia uma relação muito além de qualquer indicação para vice na disputa pela reeleição na capital pernambucana.

O presidente pode até cogitar ter outros palanques, mas ontem saiu da cidade com apenas um. Ao lado do prefeito, vem construindo laços de trabalho, respeito e afeto. Lula nem parece afagar o líder de um partido que traiu o PT quando votou a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2016. 

No discurso de 16 minutos que marcou, entre outros anúncios, a entrega de 448 apartamentos dos Residenciais Vila Brasil I e II, o presidente até relembrou que "inventaram uma denúncia contra a companheira Dilma Rousseff para tirá-la do poder injustamente".

Mas, diferentemente do ranço que outros petistas carregam, parece só ver em João Campos apoio e esperança. “É uma alegria trabalhar com um prefeito da qualidade de João Campos. Fui muito amigo do pai dele. Eduardo Campos está lá no céu se mexendo, porque esse moleque vai ser melhor do que ele para governar uma cidade.”  

Há reciprocidade na relação. Primeiro a falar no evento, na Ilha Joana Bezerra, bairro da área central, o prefeito agradeceu o que Lula tem feito pelo Brasil e pelo Recife. “O senhor conta comigo e com a nossa cidade. O federalismo voltou, as parcerias voltaram. O Recife está feliz de ter Lula presidente.”

E entregou ao presidente a árvore da felicidade. “Essa árvore ninguém pode comprar. Tem que receber de presente. Eu dou em nome da alegria, da esperança.”

Vaias e parcerias
A governadora Raquel Lyra foi vaiada no começo e no fim do discurso no Residencial Vila Brasil. O presidente Lula se levantou e ficou ao lado dela durante toda a fala, que durou pouco mais de oito minutos. Ela segurou a mão do presidente por um tempo, citou obras da gestão em parceria com o Governo Federal e se fez de desentendida quando o público pediu para ela fazer o “L” de Lula.

Ênfase
Em outra cerimônia, a que assegurou as primeira indenizações a mutuários de prédios-caixão que perderam imóvel e vidas,  Raquel Lyra foi contundente: “Uma coisa é certa: isso não acontecerá mais em Pernambuco. A mim não caberá o recolhimento dos corpos”.

Espera
Para o presidente Lula, a indenização demonstra que “quando o Estado está preocupado em ajudar a resolver os problemas das pessoas não existe nada que não possa ser resolvido”. Ele constatou que o povo não precisava ter esperado 30 anos por uma solução.

Conquista
A indenização para quem perdeu o imóvel passou de R$ 30 mil para R$ 120 mil após articulação entre a governadora, o senador Humberto Costa, Caixa Econômica, Advocacia-geral da União, Tribunal Regional Federal. Mais de 13 mil famílias serão contempladas.

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