Com trânsito livre em Brasília, governadora Raquel Lyra fica cada vez mais próxima a Lula
A então candidata ao Governo de Pernambuco, que se manteve neutra no 2º turno das eleições presidenciais, sinaliza hoje, após nove meses governando, que a relação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está cada vez mais estreita e fortalecida. A governadora Raquel Lyra (PSDB) sempre apostou que não haveria dificuldade nas negociações com o Palácio do Planalto.
Ontem, depois de participar de reuniões do Consórcio Nordeste - uma com o Banco Mundial e outra com senadores, para discutir reforma tributária - a chefe do Executivo foi recebida pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, e pelo presidente Lula. Conversaram sobre os investimentos do Novo PAC em Pernambuco e a gestora fez uma espécie de balanço, relatando a situação dos projetos estruturadores já em execução.
“Debatemos os investimentos necessários para a melhoria da qualidade de vida em nosso estado, o que já temos feito nestes primeiros nove meses e as parcerias com o governo federal”, destacou.
Ontem, ela, que havia mudado a agenda no dia 15 de setembro, apostando na visita de Lula a Pernambuco, foi a única do Nordeste a ser recebida pelo presidente, já que a viagem terminou sendo desmarcada.
Nos bastidores, comenta-se que até mesmo ela está impressionada com a capacidade do presidente de abrir portas e construir pontes. Tem sido mais fácil até do que imaginava, e rendido bons frutos. De mãos dadas e com sorriso de canto a canto, ambos posaram para fotos.
O encontro também amplia a ciumeira de nomes ligados ao Partido dos Trabalhadores, que até dia desses registravam a necessidade de Raquel Lyra fazer o "L" várias vezes para garantir a aproximação, e ao PSB pernambucano, que nem de longe trabalha com a hipótese de perder o protagonismo.
O presidente vai precisar fazer outros mimos às duas legendas. Na última sexta-feira, Lula recebeu o governador do Ceará, Elmano de Freitas. No começo do mês, Fátima Bezerra, do Rio Grande do Norte. Ambos do PT. Antes de reunir-se com Lula, Raquel Lyra esteve ontem com o ministro da Justiça, Flávio Dino, e ressaltou a importância da parceria para enfrentar "o desafio da segurança pública".
O 13º ex-prefeito na Assembleia
No seu primeiro discurso na volta à Assembleia Legislativa, o deputado Edson Vieira (União Brasil), 49 anos, agradeceu ao ex-prefeito de Petrolina Miguel Coelho, "o grande condutor de todo o processo", e disse saber da responsabilidade que é substituir Antonio Coelho, agora secretário do Recife. Teve sete apartes, entre eles o do deputado Mário Ricardo, que deu as boas-vindas a mais um ex-prefeito na Casa de Joaquim Nabuco.
MÃO DUPLA > Na disputa pelas mesmas bases, o deputado Diogo Moraes (PSB) marcou presença na Assembleia, mas só apareceu em plenário depois que Edson Vieira encerrou o discurso. Fez um pronunciamento sobre a Corrida das Galinhas. Edson Vieira, nem nem pra ele.
EMOÇÃO > No Dia do Perdão para a comunidade judaica, o prefeito João Campos (PSB) e a vice-governadora Priscila Krause (Cidadania) se encontraram, ontem, na Sinagoga, no bairro da Torre, no Recife. Ele ressaltou a importância da diversidade. Ela, cuja mãe era judia, destacou a família judaica.
SINTONIA > Sempre que tem oportunidade, o prefeito João Campos elogia a atuação do presidente da Câmara do Recife, Romerinho Jatobá (PSB). Foi assim no lançamento do maior parque urbano da cidade, semana passada, e nas redes sociais.