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Deminha: um nome que sobrevive na história de luta e resistência pela democracia

O ex-deputado Waldemar Alberto Borges Rodrigues Filho, carinhosamente chamado de Deminha, morreu na manhã da sexta (29)

Velório do ex-deputado Waldemar Borges Filho, na Alepe, reúne parentes e amigos - Foto: Paullo Allmeida//Folha de Pernambuco

Aos 93 anos, o ex-deputado Waldemar Alberto Borges Rodrigues Filho, carinhosamente chamado de Deminha, morreu na manhã de ontem, de causas naturais  Mas quem lutou para combater desigualdades não morre.

Colocou a vida em risco, no período da ditadura militar, defendeu a democracia e não deixou se esvaírem os sonhos de conquistas, como o da reforma agrária. Deixa tristeza, vazio, saudade. Sobrevive no legado que orgulha amigos e parentes e que embasa a história de novas gerações.

“É um momento de muita dor e tristeza, mas também de agradecimento. Quero agradecer o privilégio de ter contado com um pai cuja vida foi um testemunho de decência, correção, generosidade e coerência", afirmou o deputado estadual Waldemar Borges Neto (PSB), um dos quatro filhos.  

Para a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, não à toa o ex-deputado é uma pessoa muito amada. "Tem uma história de retidão, dedicação ao outro, de coragem. Nesses tempos tão desumanos é uma pessoa que faz falta. É um homem da paz."

Ex-presos políticos, Francisco de Assis Barreto da Rocha Filho e Marcelo Santa Cruz se inspiraram na sua história de luta. Eleitores estreantes, ambos lhe deram o primeiro voto para deputado estadual, em 1966.

"O nome de Deminha está inscrito no panteão dos que compuseram a resistência à ditadura civil-militar de 64, sendo por ela cassado pelo famigerado Ato Institucional nº 5. Pernambuco e o Brasil estão de luto", registrou Chico de Assis.

Para o ex-vereador de Olinda Marcelo Santa Cruz,  Deminha será sempre uma referência. "Pela sua integridade, coerência e compromisso pela radicalidade em defesa da democracia. Estou  muito pesaroso com o seu encantamento."

Aos 30 anos, o prefeito do Recife, João Campos, ressalta a importância do legado para as novas gerações. "A gente mais jovem tem que conhecer a história e ter boas referências de alguém que resistiu contra a ditadura, e teve em mandatos populares a marca de sua vida. É bom saber disso para construir um futuro melhor e mais digno", ressaltou.

A governadora Raquel Lyra (PSDB) não foi ao velório, na Assembleia Legislativa, Centro do Recife. Pelas redes sociais, prestou solidariedade à família e aos amigos.

 

Prefeito de Quipapá renuncia ao cargo
O prefeito de Quipapá, Alvinho Porto, 34 anos - filho do presidente da Assembleia, Álvaro Porto, e da prefeita de Canhotinho, Sandra Paes - renunciou ao cargo ontem. Pelas redes sociais, prestou contas dos três anos de gestão e alegou motivos pessoais para deixar o posto. Teve 6.438 votos (54,48%) em 2020 e era nome forte à reeleição. O vice, Genivaldo Timóteo Bezerra, conhecido como Pité, assume a gestão do município, na Zona da Mata.

SEMELHANÇAS > O padre Fábio (Potiguar) dos Santos, de Currais Novos (RN), celebrou a missa para Deminha. Militante dos direitos humanos e capelão na Igreja das Fronteiras, onde Dom Helder viveu, está há dez anos no Recife. "Mesmo nos anos mais difíceis, ele tinha um lado”. declarou.

SAÍDA > Chefe do cerimonial do prefeito João Campos, Fábio Guimarães está se despedindo da prefeitura. Na área desde o primeiro Governo de Eduardo Campos, em 2007, vai trabalhar agora com o novo presidente do Tribunal de Contas. O conselheiro Valdecir Pascoal toma posse no dia 8.

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