Deputado Fabrizio Ferraz ganha cargo no Governo e deve votar a favor do fim das faixas salariais
Presidente da Comissão de Segurança, o voto dele derrubou o projeto do Executivo
Após a indicação de um parente para cargo no Governo de Pernambuco, aumentam as expectativas em torno do voto do deputado estadual Fabrizio Ferraz (Solidariedade) ao projeto de lei do Executivo que extingue as faixas salariais na Polícia Militar. A votação do PL 1671, no plenário da Assembleia Legislativa, está prevista para a tarde de amanhã, terça-feira (7/5/24),
Responsável pela derrota do projeto na Comissão de Segurança da Alepe, no dia 23 de abril, o deputado teve a nomeação do primo Luis Felipe da Rosa Ferraz publicada no Diário Oficial do último sábado (5). Ele vai ocupar o cargo de gerente de Planejamento e Acompanhamento na Secretaria de Desenvolvimento Agrário, Agricultura, Pecuária e Pesca do Estado.
Na condição de presidente da Comissão de Segurança, o parlamentar desempatou o placar de dois votos a favor do projeto do Executivo e outros dois votos a favor do substitutivo, apresentado pela deputada Gleide Ângelo (PSB). A emenda propõe antecipar o fim das faixas salariais para junho de 2025. No projeto original, a extinção se dá de forma escalonada, de junho deste ano até junho de 2026.
Mas esse não foi o empecilho usado pelo deputado para justificar o voto. Fabrízio Ferraz, coronel reformado da PM, alegou ter considerado baixo o índice de reajuste salarial proposto pelo Governo. O PL também trata do aumento para a categoria, definindo 3,5% para este ano e o próximo e 3% para 2026. Na ocasião, não tinha um percentual a propor, mas considerou ser necessário mais tempo para discutir outros valores.
Nos bastidores, governistas alegam ter sido surpreendidos com o voto. No dia anterior, o deputado participou de evento no Palácio das Princesas para entrega de equipamentos ao Corpo de Bombeiros. Discursou como presidente da Comissão de Segurança e chegou a ser citado no pronunciamento da governadora Raquel Lyra pelo empenho da Assembleia. No mesmo dia teria garantido ao Governo votar a favor da proposta.
Com o placar de 3 a 2 contra o Executivo, o projeto voltou à estaca zero. Precisou retornar à Comissão de Constituição, Legislação e Justiça. Na última segunda (29), em reunião extraordinária, a CCLJ decidiu por 5 votos a 4 manter o projeto original.
Procurado, o deputado ainda não falou sobre o assunto.