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Falta de consenso sinaliza que Amupe começa a desvalorizar legado de Patriota

Eleição para o comando da associação já é marcado por embate entre Marcelo Gouveia e Pedro Ermírio

Amupe realiza primeira sessão extraordinária de 2025 e, entre outras pautas, define comissão eleitoral - Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

A movimentação na Associação Municipalista de Pernambuco ontem, em sua primeira reunião ordinária de 2025, apontou que parte do legado de José Patriota (1960-2024) não vai sobreviver. Ex-prefeito, ex-deputado, presidente da Amupe por dez anos, o sertanejo de Tabira sempre pregou o diálogo e o consenso.

Em uma de suas últimas iniciativas pacificadoras, uniu os prefeitos Marcelo Gouveia (Podemos) e Márcia Conrado. Eles disputavam a presidência da associação e acabaram compartilhando o mandato. 

Conversas não faltam, mas um entendimento entre Marcelo Gouveia, ex-prefeito de Paudalho, e Pedro Ermírio Freitas (PP), prefeito de Aliança, parece cada vez mais distante. Os passos de ambos não convergem.

Ermírio afirma não querer projeto pronto e ressalta ser hora de inovar. Quer mudar o estatuto e impedir ex-prefeitos na disputa. Gouveia vê potencial no adversário, mas acha ser precoce entrar no páreo quem ainda desconhece as dores do Executivo. 

Os dois se articulam e já começam a montar a chapa para a eleição no próximo mês, ainda sem data definida. Ermírio terá como vice a prefeita de Igarassu, Elcione Ramos (PSDB), que é ligada à governadora Raquel Lyra (PSDB) e faz parte da atual diretoria.

Josafá Almeida, prefeito de São Caetano e integrante da Confederação Nacional de Municípios (CNM) deve ser o vice de Gouveia. Mas já se disse disposto a abrir mão do espaço e escolher o que for melhor para a associação. 

Ontem três prefeitos se voluntariaram a integrar a comissão das eleições:  Joel Gonzaga (PSD), de Feira Nova; Lula Cabral (SD), do Cabo de Santo Agostinho;  e Zé Martins (PSB), de João Alfredo. 

Ainda sem destino
Em meio a rumores de que também poderia disputar a presidência da Amupe, a prefeita de Serra Talhada, Márcia Contado (PT), conversou com Marcelo Gouveia e com Pedro Ermírio, mas ainda não sabe para onde vai. Admite que um ano é insuficiente para imprimir marca na Amupe e não aposta mais em mandato compartilhado.

Equilíbrio
A ex-prefeita de Surubim Ana Célia Farias (PSB) está terminando o mandato como tesoureira da Amupe. Diz ter consciência tranquila do trabalho feito e afirma que as contas estão equilibradas. Lamenta a falta de consenso e não descarta ocupar algum espaço na nova diretoria executiva. “Estamos conversando”, pontuou.

Maturi
Indignado com o que chamou de desrespeito à esquerda, em discursos feitos na Casa no dia anterior, o vereador do Recife Chico Kiko (PSB) relembrou ontem o decano Liberato Costa Júnior. “Quando chegava vereador novo, ele chamava de maturi.” Maturi é como se chama a castanha de caju ainda verde.

Sem retrocessos
Estreante na Casa de José Mariano, a vereadora do Recife Jô Cavalcanti (PSOL) alertou a extrema-direita. Afirmou estar disposta ao diálogo, mas avisou que não vai negociar retrocessos. Também se colocou como independente em relação ao Poder Executivo.

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