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Força do presidente da Alepe revela um Legislativo cada vez mais autônomo

Por unanimidade, a Casa aprovou projeto que autoriza a antecipação da eleição para a Mesa Diretora

Roberto Soares/Alepe

A aprovação, ontem, por unanimidade, do projeto que autoriza a antecipação da eleição para a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Pernambuco consolida a influência do presidente da Casa, deputado Álvaro Porto (PSDB). Ser correligionário da governadora Raquel Lyra (PSDB) tem facilitado o trânsito entre Legislativo e Executivo, mas em momento algum é motivo para subserviência.

Respeitado pela disposição ao diálogo, o deputado reforçou a autonomia da Alepe, esgotando todas as possibilidades de negociação, como aconteceu com o piso salarial para os professores que ainda não recebiam, e mais recentemente com os vetos da governadora às emendas apresentadas à Lei de Diretrizes Orçamentárias. O Executivo venceu no primeiro e perdeu no último.

Com a aprovação do Projeto nº 1.387/2023, do deputado João de Nadegi (PV) e relatado por Mário Ricardo (Republicanos), ambos ligados ao Governo, a eleição da Mesa para 2025-2026 pode acontecer a qualquer momento. Antes, o pleito só ocorreria entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025,  

"O parlamento é soberano. O presidente é altivo e em nenhum momento a Casa trabalha contra o Governo, mas em defesa das políticas públicas", argumentou João de Nadegi. "A aprovação do projeto fortalece a Mesa e demonstra que a Casa está coesa. Existe um sentimento muito forte de unidade", justificou o relator.

Nos bastidores, a reeleição de Álvaro Porto é garantida. Difícil agora, dizem, seria a do primeiro secretário, Gustavo Gouveia (Solidariedade) que está longe de ser unanimidade entre os pares. Mas existe um consenso de não expô-lo. O cargo é estratégico. É o primeiro secretário quem administra os recursos.

Ainda em reserva, parlamentares alegam que a governadora estaria articulando um presidente "mais maleável" com o Executivo e que o nome seria o do presidente da Comissão de Justiça, Antônio Moraes (PP).

Deputados ligados ao Governo afirmam que os 41 votos a favor não podem ser considerados derrota do Executivo. Dizem ter avisado à gestora sobre o projeto, na segunda, e ela decidiu deixar os aliados livres. Comenta-se, por outro lado, que não houve tempo para correr atrás do prejuízo.

O projeto, analisado na CCLJ pela manhã e votado em plenário à tarde, não era esperado.  Pelo menos para ontem. Dos 49 deputados, sete estavam ausentes. O presidente só se manifestaria em caso de empate. Álvaro Porto não quis falar sobre o assunto. Antônio Moraes está de licença.

 

Retorno e orçamento para o próximo ano
 prefeito do Recife, João Campos (PSB), reúne-se, em Brasília, com a bancada pernambucana no Congresso. Segundo o deputado federal Augusto Coutinho (Republicanos), que coordena a bancada com Carlos Veras (PT), o gestor vai apresentar ações orçamentárias para 2024. E pedir aos parlamentares que destinem emendas às propostas. Às 16h, na Câmara.

SOLENIDADE > A ordem de serviço para duplicação da BR-423 é a 1ª destinada a um Estado, nesta gestão, que o presidente Lula assina no Planalto. O petista estava sendo esperado em Pernambuco, mas a cirurgia impediu. A governadora Raquel Lyra participa. Será hoje, às 11h30. A obra vai contemplar 43,1 km entre os municípios de São Caetano e Lajedo, no Agreste.

ARTICULAÇÕES > Cada vez mais perto da Federação PT, PV e PCdoB, o prefeito de Caruaru, Rodrigo Pinheiro (PSDB), reuniu-se em Brasília com o senador Humberto Costa (PT) e o deputado federal Clodoaldo Magalhães (PV). Até ontem, só o senador não havia registrado o encontro nas redes sociais.

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