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Ministro da Justiça blinda governadora de cobranças e ataques na segurança

Sem referências às críticas, Flávio Dino defende a falta de um plano e a não escuta de especialistas para o Juntos pela Segurança

Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), e a governadora Raquel Lyra (PSDB) - Foto: Ricardo Fernandes/Folha de Pernambuco

Mais que liberar recursos para Pernambuco - R$ 160 milhões contra a criminalidade - o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), escancarou a sintonia entre o Governo Federal e a governadora Raquel Lyra (PSDB). Saiu em defesa de um dos pontos nevrálgicos de sua gestão, durante discurso ontem (11/10/23), na Arena de Pernambuco.  Disse o que ela gostaria de ouvir, para justificar o atraso do Juntos pela Segurança, plano com as políticas públicas do setor.

"Às vezes, sou cobrado por um plano. Plano de papel? Não contem comigo. Plano de papel tem uma ruma de mais de dois metros. Plano se faz na prática, com ação, conversando, fazendo parceria, viajando o Brasil", argumentou. Sim. O ministro sabe que a governadora tem sido cobrada por ter anunciado, em julho, as linhas gerais do plano e prometido esmiuçá-lo em 28 de setembro.

O Estado também tem sido questionado por não ouvir especialistas na hora de formatar a proposta. Sem citar as indagações, o ministro mais uma vez defendeu a gestora.  "Me dizem sempre que tenho de ouvir especialistas. Fui juiz criminal, deputado e relator de um monte de lei mudando o Código Penal. Sou professor de processo penal e ministro da Justiça, mas não me considero especialista. Os maiores especialistas em segurança pública são os policiais, os profissionais da segurança, e é com eles que a gente trabalha, e não olha para trás perguntando em quem votaram. Não nos interessa o voto de ontem. Interessa o Brasil de hoje e a construção de um amanhã melhor para todos os brasileiros".

Com a segurança de quem ouviu os recados do presidente Lula, a governadora disse procurar trabalhar “com menos discurso e mais ação e responsabilidade".  Contabilizou estar fazendo o maior investimento militar do Estado nos últimos 10 anos: R$ 23 milhões em equipamentos, através do Fundo Nacional de Segurança Pública.

Dos empréstimos obtidos, reservou R$  600 milhões para a segurança. No Plano Plurianual (2024 a 2027), R$ 350 milhões. Os detalhes do Juntos pela Segurança saem até o início de novembro.

 

Defesa coloca o Brasil no pódio
A repatriação de brasileiros de Israel rendeu elogios ao ministro da Defesa, José Mucio, em discursos na Arena, entre eles os da ministra Luciana Santos, do prefeito João Campos e de Flávio Dino. "Compomos uma dupla: ele na Defesa e eu no ataque", brincou, colocando Pernambuco no pódio mundial por ser um dos primeiros a retirar pessoas da zona de guerra.

BANDEIRA > Ao cumprimentar o ministro José Mucio, a governadora Raquel Lyra disse que o trabalho dele em Brasília é motivo de orgulho, e prometeu: "A Escola de Sargento vai sair".

BUSCA > A secretária da Mulher do Estado, Mariana Melo, está à caça de um terreno, no Recife, para a Casa da Mulher Brasileira, que atenderá vítimas de violência. O resto será com o Governo Federal. Obra começa em 2024.

MIMOS > Flávio Dino confessou a Luciana Santos e ao deputado Renildo Calheiros: "Tenho dois corações: um do PSB e outro afetivamente do PCdoB". Nenhum aceno ao PT, que questionou sua indicação a ministro e agora ao STF.

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