Para que o Brasil não reviva um 8 de janeiro e a democracia não enfraqueça
Ato programado para segunda-feira deve reunir representantes de todos os Poderes
Uma mobilização para que o Brasil nunca mais repita o 8 de janeiro nem esqueça que o processo democrático está em eterna consolidação
O Governo Federal pretende reunir em Brasília, na próxima segunda-feira (8), representantes de todos os Poderes. Chefes dos Executivos foram convidados.
A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB) não perderá a chance de estreitar os laços com o presidente Lula (PT).
"Será um belo ato de celebração democrática, de unidade nacional. Tem o sentido de fortalecer a democracia que, atacada, foi revigorada com a pronta, enérgica e indispensável atuação das instituições", declara o secretário nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar.
Segundo ele, existe o condão simbólico de sinalizar às novas gerações a importância da união em defesa da democracia.
Na avaliação do sociólogo Rudá Ricci, o manifesto da segunda é um tiro no pé. "O 8 de janeiro (do ano passado) foi um ato terrorista da extrema-direita bolsonarista. Tentar capturar uma data de demonstração de força do principal inimigo da democracia brasileira é ridículo", argumenta o presidente do Instituto Cultiva, ONG fundada em 2002.
"O governo fica com a teoria acadêmica de que ' nós derrotamos...'. Derrotamos coisa nenhuma. Simplesmente o golpe não foi a cabo, mas eles tiveram o poder imenso", dispara, reforçando que o 8 de janeiro é uma data do fascismo. "Acho uma brincadeira de mau gosto."
O também sociólogo Manoel Moraes discorda. Para ele, o ato é importantíssimo. E episódios como uma CPI para investigar o trabalho do padre Júlio Lancellotti, com moradores de rua em São Paulo, e a entrevista de Alexandre de Moraes só reforçam a necessidade da mobilização.
O ministro do STF e presidente do Tribunal Superior Eleitoral denunciou a existência de um plano para assassiná-lo. "Isso é muito grave. O Judiciário entende como se fossem eles a serem mortos", analisa.
A força do recesso
Os ministros pernambucanos André de Paula, José Mucio Monteiro, Luciana Santos e Silvio Costa Filho e os secretários Tadeu Alencar e Wolney Queiroz atenderão à convocação do presidente Lula e estarão em Brasília. Os senadores Fernando Dueire, Humberto Costa e Teresa Leitão tinham outros compromissos. Da bancada federal, até ontem, confirmaram presença a deputada Maria Arraes e os deputados Pedro Campos e Túlio Gadêlha.
AÇÃO Coordenador da Cátedra Unesco/Unicap de Direitos Humanos e integrante do Cendhec, Manoel Moraes está reunindo instituições e entidades. A ideia é reforçar o ato organizado pela CUT no Monumento Tortura Nunca Mais, eM Santo Amaro, no Recife, segunda, às 10h.
TRADIÇÃO Presidente da Comissão de Educação da Alepe, o deputado Waldemar Borges (PSB) já tem a primeira pauta pós-recesso. Quer entender melhor a desapropriação do terreno do Colégio Americano Batista pelo Governo do Estado. Um investimento de R$ 100 milhões.
ESPERANÇA O vereador do Recife Davi Muniz aguarda do TRE-PE parecer favorável à ação movida contra o deputado Jarbas Filho. O deputado migrou do PSB para o MDB antes da janela eleitoral, mas com anuência do partido. O vereador é o 1º suplente da bancada peessebista na Alepe.