Presidente da Alepe mobiliza deputados e cobra ao Estado ação para mães de crianças com microcefalia
Álvaro Porto relatou a dor de 138 famílias, anunciou audiência pública e espera solução do Governo de Pernambuco
Desde que um áudio do deputado Álvaro Porto (PSDB) vazou, em fevereiro, na Assembleia Legislativa, com críticas ao discurso da governadora Raquel Lyra (PSDB), o presidente da Casa tem sido discreto em relação ao Executivo estadual. Dizem que nos bastidores anda articulando investidas contra o Governo, expondo outros parlamentares.
Mas ontem a dor de 138 famílias fez o deputado quebrar o silêncio publicamente. Não limitou ataques nem mediu disposição para ajudar mães de crianças que nasceram com microcefalia, vítimas do zika vírus, e que precisam de cirurgia. Crianças cujas dores nem morfina alivia.
Em discurso que durou cerca de uma hora e contou com nove apartes, relatou trechos da conversa com a presidente da ONG União de Mãe de Anjos, Germana Soares. Ela narrou descaso da Secretaria de Saúde. “A demora e o silêncio do Estado não podem continuar a angustiar as famílias. Esta Casa não vai aceitar calada o pedido de socorro das mães. Vamos nos mobilizar.”, anunciou o deputado
Na segunda (29) haverá audiência pública, às 9h30, no Auditório Sérgio Guerra. A secretária Zilda Cavalcanti foi convocada pela Comissão de Saúde. Álvaro Porto também propôs que o Estado faça parcerias com hospitais filantrópicos e particulares. Registrou que se o Governo não dispõe de R$ 5 milhões para as intevenções, cada deputado apresente emendas para as despesas.
O vice-líder do Governo, Joãozinho Tenório (PRD), informou que a Secretaria de Saúde retoma as cirurgias amanhã . A capacidade é de dois procedimentos por mês.
"Eu só acredito na cirurgia quando a criança entrar e sair do bloco. Não é só a volta das cirurgias. É manter e dar celeridade. A gente vai levar cinco anos e um mês para operar as 138 crianças da minha lista. Fora as que estão com outras patologias", alerta Germana, mãe de Guilherme, 8 anos, que ainda não fez a cirurgia. Mas que, segundo ela, não está entre os casos urgentes.
SURPRESA DOBRADA
Presidente da Comissão de Segurança, o deputado e coronel Fabrizio Ferraz surpreendeu Governo e oposição ao ser contrário ao Projeto de Lei 1671 e imprimir derrota ao Executivo. A favor da extinção das faixas na PM, ele discorda do aumento salarial (3,5% este ano e em 2025 e 3% em 2026). "Voto de acordo com minha consciência. O reajuste foi muito baixo". No dia anterior, discursou ao lado da governadora na entrega de equipamentos aos Bombeiros.
AUSÊNCIA
Um dia após cobrar à governadora Raquel Lyra ações em Garanhuns, o líder do Governo, deputado Izaías Régis (PSDB), não foi ao Palácio. Mediou encontro entre a gestora e empresários, mas não participou da conversa. "Não entendo do assunto", alegou.
AFETO
Um ano e dois meses após o início da legislatura, o ex-senador Jarbas Vasconcelos visitou pela primeira vez o gabinete do deputado Jarbas Filho (MDB). Foi na Casa de Joaquim Nabuco que ele começou sua trajetória política.