Quando um debate vira meme, a cidadania perde força

Agressões verbal e física entre candidatos minimizam discussão política e desrespeitam o eleitorado

José Luís Datena agredindo Pablo Marçal durante debate na TV Cultura - Reprodução/TV Cultura

Para além dos memes que provocaram gargalhadas, a cadeirada do candidato José Luís Datena (PSDB) sobre o adversário Pablo Marçal (PRTB) no debate de domingo à noite, na TV Cultura, traz à tona a violência que não deveria ser o cerne da política. Coloca em xeque a função dos debates. Distancia os eleitores das pautas que ajudariam a decidir o voto. 

Candidatos desperdiçam a chance de expor seus planos ou se valem da estratégia para esconder a inexistência deles. O vexame não se deu em uma cidade qualquer, mas em São Paulo, a maior metrópole do país.

Não podemos normalizar o absurdo. É o que pensam alguns políticos. “A exorbitância de agressividade não cabe na política. Nem agressões verbais, nem físicas. Quer ser contundente? Argumente, apresente proposta, critique a proposta do adversário, mas não parta para a violência”, alerta a senadora Teresa Leitão (PT).

O deputado federal Pedro Campos (PSB) ressalta que a política é o oposto da violência. “Ela existe para que a gente possa resolver os problemas sem precisar fazer guerra. Quando a violência entra na política é porque a política acabou”, lamenta.  

A opinião é reforçada pelo superintendente da Sudene, Danilo Cabral. “A democracia exige respeito com o eleitor. Cada agressão entre candidatos é uma agressão à cidadania. É preciso separar os que usam a violência como arma eleitoral e votar em quem discute os problemas e aponta caminhos para resolver.”

Segundo o professor e cientista político Hely Ferreira, é cedo para avaliar se algum dos postulantes saiu ganhando. “Vamos aguardar as próximas pesquisas. Em princípio, todos perdemos”, sustenta. 

Afastamento e baixaria
O candidato à Prefeitura de Paulista Junior Matuto (PSB) disse que adversários têm requentado processos que geraram seu afastamento duas vezes quando foi prefeito (2012-2020). À Rádio Folha FM 96,7, alegou que os casos já estão resolvidos na Justiça. “A gente não vai entrar nessa baixaria. Nossa campanha é propositiva. É lamentável porque deixa de ser um debate no campo das ideias.”

Tranquilidade
Projetos que reajustam salários da Adagro, Procuradoria, Fazenda, policiais penais e delegados devem ser analisados e votados na Alepe hoje. O dos policiais civis foi enviado à Casa ontem. Com aval das categorias, o deputado Antônio Moraes afasta o impasse.

Transição
Acostumado aos bastidores, o ex-chefe de gabinete e candidato a vice de João Campos (PSB), Victor Marques (PCdoB), já aprendeu a lição. No fim de semana, em Brasília Teimosa e em Casa Forte, acenou para o povo, fez coraçãozinho, soltou beijos e tirou selfies.

Representatividade
Antes reduto do PT, Brasília Teimosa viu a equipe de João Campos encher as ruas do bairro sem nenhum líder da legenda. Estavam lá os petistas Felipe Cury, secretário-executivo de Habitação, e o candidato André Campos, muito mais ligado ao PSB.

 

 

 

 

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