Raquel Lyra afirma que tensão é natural na democracia e vê desinformação sobre faixas salariais
Governo decide deixar que Comissão de Segurança da Alepe resolva o que fazer com o projeto
Indiferente à desvantagem do Executivo na Comissão de Segurança na Assembleia Legislativa, que hoje vota o projeto extinguindo as faixas salariais na Polícia Militar, a governadora Raquel Lyra (PSDB) reforçou estar confiante de que a proposta será aprovada na comissão e por ampla maioria em plenário. "De imediato garantimos mais condições de trabalho", disse na entrega de equipamentos no valor de R$ 93 milhões.
E agradeceu a confiança de militares e deputados. "O trabalho conjunto gera frutos. Há tensionamento natural na democracia, e muitas vezes há desinformação", admitiu. Também elogiou a iniciativa das deputadas Débora Almeida e Socorro Pimentel que criaram em suas redes sociais serviço para que PMs saibam quanto vão ganhar se o projeto for aprovado.
Até a noite de ontem o destino do PL 1671, que inclui também reajuste salarial de 3,5% (este ano e em 2025) e mais 3% em 2026, estava nas mãos dos oposicionistas. Na Comissão de Segurança, o Estado é minoria.
Dos cinco integrantes, dois votam com o Governo, mas um deles - Fabrizio Ferraz - preside a comissão, e só tem direito a voto em caso de empate. A expectativa era de que o Governo tentasse mudar a composição do colegiado, mas até as 20h não havia pedido.
Relatora do projeto na comissão, a delegada Gleide Ângelo se reuniu à noite com os deputados Joel da Harpa e Alberto Feitosa. A ideia era consolidar um substitutivo, o que ficou para hoje, antes da reunião marcada para as 10h30.. "A governadora só fala em bilhões, mas ninguém vê. O que não pode agora é termos um projeto no qual não se possa mudar uma vírgula", registrou Gleide.
O Governo não mandou representante para essa conversa. À tarde, o secretário da Casa Civil, Túlio Vilaça, havia confirmado, mas não foi.
"Sem autonomia para negociar e querendo convencer os deputados a aceitar um projeto que não ouviu a categoria, melhor mesmo não ter aparecido", disparou o coronel Feitosa. Ele defende o substitutivo que propões o fim das faixas até junho de 2025.
PRIMEIRA INFÂNCIA
Tirar do discurso e colocar em prática. É o recado do prefeito João Campos aos gestores de várias cidades do país que estão no Recife desde domingo, discutindo iniciativas para a primeira infância. "É preciso ter orçamento, programa, projeto e monitorar. Tem de ter gestão. Não adianta apenas concordar que é importante fazer. É preciso separar quem concorda de quem de fato realiza".
ESTRATÉGIA
A deputada Débora Almeida, vice-presidente estadual do PSDB, afirmou que boatos de que a governadora Raquel Lyra deixaria o partido foram tentativas de enfraquecer a legenda. Em entrevista à Rádio Folha garantiu que a sigla está firme e vai fazer valer sua história.
OPOSIÇÃO
No Palácio, comenta-se não ser preciso oposição quando se tem Izaías Régis como líder. Ele cobrou promessas do Governo para Garanhuns: melhorias no Hospital Dom Moura e nas estradas e mais um hospital e um IML. Era a munição que faltava ao líder do PSB, Sileno Guedes.