Raquel Lyra pode ter no Morro da Conceição um caminho para reencontrar o Recife
Recuperar a igreja é estreitar laços com os que adotaram a santa como padroeira afetiva da cidade
A fé em Nossa Senhora da Conceição pode ajudar a governadora Raquel Lyra (PSDB) a resgatar a crença do povo recifense em sua gestão. O Morro é o caminho.
Hoje o reitor do Santuário de Nossa Senhora do Morro, padre Emerson Borges, celebra a missa de sétimo dia para Maria da Conceição França Pinto, 68 anos, e Antônio José dos Santos, 54.
Um ritual que para os católicos significa pedir a Deus a salvação das almas. Eles morreram na última sexta-feira, quando o telhado da paróquia, na Zona Norte da cidade, desabou completamente.
A governadora não titubeou em, no mesmo dia, voltar de Inajá, município sertanejo a quase 400 quilômetros do Recife, para solidarizar-se com a comunidade. Poderia ter deixado a vice administrando a crise em uma região que Priscila Krause conhece como a palma da mão.
Mas fez questão de, pessoalmente, prometer recuperar o santuário sem nem saber quanto vai representar aos cofres públicos.
Na noite do dia seguinte, na primeira celebração em homenagem às vítimas, fez um discurso emocionado. Reforçou o compromisso e afastou o uso político da decisão.
"Não estamos aqui para disputar palanque", declarou, durante a missa que acompanhou ao lado de assessores e do prefeito e adversário João Campos (PSB).
Em 2022, entre os cinco principais candidatos ao Governo do Estado, Raquel Lyra liderou o número de votos no Recife: 222.431 ou 24,33% dos votos válidos.
No segundo turno, esse número quase triplicou. Foram 632.450 votos (65,32%) numa disputa com Marília Arraes, que já havia concorrido à prefeitura da capital em 2020.
Depois de um ano e sete meses, viu esses números irem ladeira abaixo. O Instituto Datafolha registrou, em julho, que 48% dos recifenses reprovam sua gestão.
Recuperar a Igreja do Morro da Conceição é abrir caminhos para estreitar laços com os que adotaram a santa como padroeira afetiva da cidade.
Caneta e tinta para a vice
Rompido com o prefeito de Olinda, Lupércio Nascimento (PSD), o vice-prefeito e candidato à Prefeitura da cidade, Márcio Botelho (PP), assegurou que a candidata a vice em sua chapa, a ex-conselheira tutelar Priscila Agra (PP), não será uma figura decorativa. "Ela vai ser tratada como uma auxiliar do prefeito. Vai ter caneta e tinta para resolver os problemas e dificuldades da população olindense", declarou em entrevista à Rádio Folha FM 96,7, depois de afirmar que teve em mãos caneta sem tinta.
Trajeto
Mesmo sem espaço na prefeitura, Márcio Botelho diz ter sido premiado duas vezes como vice mais atuante. "Não sou de estar dentro de gabinete. Nesses últimos anos, procurei me destacar. Se fosse depender da gestão, não estaria em canto nenhum".
Dedicação
Há um ano na Casa Alta, o senador Fernando Dueire (MDB) tem pavimentado a estrada para 2026. Substituiu o senador Jarbas Vasconcelos, tem ajudado a articular pautas para o Estado, e de lá para cá não parou de visitar as bases. Já ampliou o número de prefeitos.
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