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Sem mobilização dos governadores, montadoras do Nordeste terão menos incentivos

Perdas foram registradas na votação da reforma tributária ontem, na Câmara dos Deputados

Fábrica da Stellantis em Goiana, Pernambuco - Foto: Arthur de Souza/Movimento Econômico

Deputados federais do Nordeste sentiram falta da mobilização dos nove governadores. A votação da proposta de reforma tributária na noite de ontem acabou reduzindo o benefício concedido a montadoras da região.

O crédito a ser abatido do imposto do automóvel segue a partir de agora uma escala decrescente: de 14,5% para 11,6% nos 12 primeiros meses e de 11,6% para 10% no 13º ao 48º mês. A decisão impacta diretamente o polo automotivo da Stellantis, em Goiana, na Mata Norte de Pernambuco. 

A postura retraída dos gestores chamou a atenção. Muito diferente da adotada pela governadora Raquel Lyra (PSDB), no ano passado, depois que a proposta de subsídios para as empresas não passou na Câmara por apenas um voto, o do deputado Fernando Monteiro (PP).

Ela correu atrás de apoio da bancada, telefonou várias vezes ao correligionário e governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, apelou por entendimento. Acompanhou voto a voto até o desfecho favorável. 

O assunto não entrou em pauta de última hora. Nos grupos de trabalho os parlamentares estavam animados, sinalizando a importância de fazer valer o compromisso com o desenvolvimento regional.

Era uma tentativa de demarcar território, já que os governadores do Sul e do Sudeste não descansaram. Montadoras como Volkswagen e Toyota argumentaram que o benefício ao Nordeste estaria criando uma distorção no mercado. Romeu Zema, de Minas Gerais, e Tarcísio de Freitas abraçaram a reivindicação. 

A derrota de ontem para os nordestinos poderia ter sido maior não fossem líderes de partidos, evitando votação em destaque e fechando acordo, considerado "menos ruim". Agora cabe aos governantes correr atrás do prejuízo e à governadora Raquel Lyra, repetir a estratégia do ano passado: incluir as garantias na matéria quando ela chegar ao Senado.

Comissões extraordinárias
A governadora Raquel Lyra convoca hoje a Assembleia Legislativa para sessões extraordinárias. Quer a apreciação de sete projetos - cinco pendentes do semestre passado e dois que estabelecem verba suplementar para o Tribunal de Justiça e o Ministério Público. No passo a passo do regimento, as três principais comissões devem reunir-se no dia 22. A previsão é do deputado Antônio Moraes, presidente da Comissão de Justiça.

Segurança
O deputado Alberto Feitosa vai entrar com uma representação junto ao Tribunal de Contas de Pernambuco. Cobra explicação do Estado para a compra, sem licitação, de um helicóptero por R$ 45 milhões. A denúncia foi feita pelo Sindicato dos Policiais Civis.

Separados
Base do prefeito do Recife, João Campos, o Republicanos em Olinda seguirá rumo diferente: vai apoiar a pré-candidata Mirella Almeida à prefeitura da cidade. O PSB reforça a federação PT, PV, PCdoB e já fechou com Vinícius Castello.

Famílias
Em Igarassu, Miguel Ricardo, filho do deputado e ex-prefeito Mário Ricardo, é o pré-candidato do Republicanos à prefeitura da cidade. Jana Uchoa (PSB), mulher do deputado federal Guilherme Uchoa Jr, chega como vice. 

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