Santiago: Roteiro de 3, 5, 7 e 10 dias!
Além da capital chilena, exploramos o litoral e as montanhas no Sul do país
A gente montou um roteiro massa partindo de Santiago, no Chile, mas antes de tudo deixar contar uma novidade: a Latam Brasil agora tem um voo direto de Brasília à capital chilena. Isso diminui em 3 horas o tempo total da viagem se comparado com a conexão que antes era feita por Guarulhos (SP). O voo leva agilidade para quem sai das capitais do N e NE como Recife, Salvador, Fortaleza, João Pessoa, Manaus e Belém. Acompanhe a gente também no Instagram, onde você pode receber várias dicas de viagem e conhecer paisagens incríveis! É só clicar AQUI!
Dia 01
Quem chega em Santiago quer logo dar um giro pela cidade e conhecer o que ela oferece. E não são poucos os atrativos. Por isso, é bom ir bem programado pra ganhar tempo. Começamos então pelo City Tour no Centro Histórico e neste mesmo dia fizemos uma visita à vinícola Concha y Toro. O passeio inicia pelo Parque Bicentenário que tem enorme área verde, lago e um visual lindo. Junto ao lago tem depósito de ração onde o visitante pode comprar por 200 pesos (R$ 1,20) para dar aos pássaros, que vêm comer na nossa mão. Rende boas fotos e vídeos. Se você for daqueles que curte caminhada ou bike e gostar de um programa bem tranquilo vale a pena (se tiver com mais tempo) voltar pra curtir o lugar sem pressa.
Em seguida fomos à área mais central da cidade, passamos pelo Palácio La Moneda (onde o Presidente do país despacha), Palácio do Governo, Plaza de Armas com letreiro de Santiago, Museu Histórico Nacional (precisa levar uma moeda pra guardar mochila ou bolsa no armário), Correios e a linda Catedral Metropolitana, além do Congresso Nacional, Plaza Constitución, rua Augustinas, mais conhecida como Rua das Casas de cambio, e o Banco Central. Finalizando o tour, fomos ao imperdível Morro de Santa Lucía, de onde se tem um mirante lindo da cidade emoldurada pela Cordilheira dos Andes. Por lá há muita área verde, um castelo (sem visitação interna) e canhões. Para subir, fácil acesso por meio de trechos de terra e escadarias de concreto. O lugar tem vários mirantes, mas um no topo de onde todo mundo faz foto. Conta ainda com fontes e jardins.
À tarde, visitamos a tradicional vinícola Concha Y Toro, que fica na província de Pirque, a cerca de 40 min. No Tour Premium, conhecemos a história e o processo de produção dos vinhos e temos direito a 7 degustações, sendo 4 delas acompanhadas de um sommelier, que ensina a harmonizar a bebida com uma tábua de queijos finos. E no final, levamos a taça de vinho como brinde!
Para este tour: @fulltourchile
Duração: 7h – 18h/19h
Inclui: Transfer, Guia, Degustação de cerveja, Tickets da Vinícola, 7 degustações de vinhos, tábua de queijos, Taça de brinde
Preço: R$ 556,50 (adulto)
Dia 02
Viña del Mar e Valparaíso: duas cidades que todo mundo que vai pra Santiago busca conhecer. O passeio é no estilo bate e volta. Saímos cedinho, às 6h30, e com 40 min de estrada paramos num restaurante pra quem quiser tomar café. Adianto que comer no Chile em geral não é barato então se quer economizar vale levar na mochila um lanche, suco etc. Em dois capuccinos e três empanadas paguei cerca de R$ 150 reais pra vocês terem uma ideia. Lá tem ainda lojas de souvenirs, degustação de vinhos e até um brechó com roupas de frio (esse sim preços acessíveis, encontrei peças por R$ 90). E no terreno ao lado estão algumas llamas que a turistada adora fotografar.Não demora muito e chegamos a Valparaiso, que é Patrimônio Mundial pela UNESCO. A cidade com 400 mil habitantes ganhou fama pela pegada boêmia, reduto de artista e poetas. E por estampar o colorido em suas casinhas, tradição que começou com os pescadores da cidade que usavam a tinta que sobrava da manutenção dos barcos para pintar portas e janelas de casa. São muitas ruas, becos, escadarias, cuidem-se que é fácil se perder por lá caso esteja em grupo.
A cidade tem 42 morros, 90% do seu território é em morro e somente 10% plano. Os morros mais turísticos são o Concepción e o Alegre. Tem muito painel artístico, grafitagem, uma vibe incrível! A arquitetura chama atenção pela influência europeia. Muitas casas tem estilo colonial com elementos neoclássicos, renascentistas e barrocos. O escritor Pablo Neruda teve lá uma de suas três casas, que viraram museu. O walking tour dura cerca de 1 hora. Depois descemos o morro no ascensor funicular de 1863. Custa uma moedinha de 100 pesos (R$ 0,60). No desembarque dele funciona uma pequena feirinha de produtos, vale a pena comprar luvas, touca ou lembrancinhas, tudo bem barato. Mais 15 min de van e chegamos ao portal de entrada de Viña del Mar: o relógio das Flores, que foi presente do Governo Suíço ao Chile.
Lá na beira do mar do Pacífico (sim lá é o Pacífico!), a gente tem tempo pra almoçar, o prato custava em média R$ 150 p/pessoa (sem bebida), preferi “almoçar” uma empanada pagando R$ 15, poucos a poucos passos de onde paramos. Temos então um tempo livre pra bater perna no calçadão da praia Reñaca, uma das mais movimentadas por lá. Viña del Mar é a versão moderna e luxuosa de Valparaíso, com cassinos e condomínios de luxo. Os turistas não costumam tomar banho porque a água é bem gelada, e o local perigoso (com sinalização alertando). Como estamos no Pacífico vale pelo menos molhar a mão né não? Assim eu fiz, confesso! Por fim, paramos junto ao Museu Fonck, onde está um Moai verdadeiro da Ilha de Páscoa, aqueles bonecos gigantes de pedra cheios de mistérios que foram instalados no lugar mais isolado do planeta e ninguém sabe explicar como e que chegam a pesar 200 toneladas e medir até 16 metros.
Para este tour: @fulltourchile
Duração: 6h30 / 18h | Inclui: Guia/Motorista, Transfer. Valor: R$ 300 (adulto)
Dia 03
Este tour é daqueles que se você só tiver um dia pra fazer turismo na neve, escolha Farellones de olho fechado. Além de ver montanha e neve pra todo lado, você tem ainda um verdadeiro parque de diversões pra curtir. Fica a 50Km de Santiago. Tem o que chamam de Tapete Mágico mas a gente apelidou de Esquibunda, tem descida na boia individual e também para grupo de até 4 pessoas, pista de esqui e snowboard (pagos à parte e com opção de combo), teleférico, tirolesa, trenó e muito mais! O mapa de atividades soma 23 itens. Ficamos no parque das 9h às 15h, quando retornamos pra Santiago. Se tiver facilidade pra enjoar vale a pena tomar um remédio antes de iniciar o tour, pois até chegar lá são nada menos que 40 curvas. Neste passeio, o visitante precisa escolher entre ir ao Valle Nevado (voltado mais pra quem vai esquiar ou quer contemplação) ou Farellones, que tem diversas atividades pra adultos e crianças.
O parque chega a receber até 4 mil pessoas na alta temporada num único dia. Na baixa, o ingresso custa 37 mil pesos / R$ 217 e na alta 45 mil pesos / R$ 264 (adulto) e criança 19 mil pesos / R$ 135 e 23 mil pesos / R$ 111, respectivamente. O locker custa 8 mil pesos / R$ 47. O local conta com excelente infra, pra vocês terem uma ideia, num dos atrativos pra subir com o equipamento que vamos usar gente utiliza uma esteira rolante tipo aquelas que tem em aeroporto, só que no meio da neve, dá pra acreditar? O parque tem ainda espaço voltado para a criançada, banheiros, opção de aluguel de roupas, lojinha de sounevirs e uma espécie de praça de alimentação com vários traillers vendendo comidas como empanadas, pizzas, e até churras você encontra por lá. Se você quiser tomar uma cerveja na parte de cima onde para o teleférico é possível sair, consumir e voltar. Pra isso você recebe uma pulseirinha de identificação. Dica pra quem quer economizar: quanto mais afastado o restaurante, mais barata a bebida ok? Vale lembrar que o parque também funciona no verão, com atividades específicas para esta temporada.
Para este passeio é preciso estar bem preparado no quesito roupa: bota e calça são fundamentais. Lembre-se de que neve é água, se insistir em roupa comum vai ser bem desconfortável. Se não tiver tão apertado de grana pegue também luva e óculos (daqueles que são mega fashion para as fotos) mas que tem muita funcionalidade. A luz do sol na neve reflete mais que a gente imagina e isso incomoda os olhos, coloca e tira os óculos que você vai ver a diferença. Casaco a maioria das pessoas já leva, mas se não tiver busque um também. Tem uma galerinha que aluga macacão pra dar aquela instagramada na viagem, dependendo do estilo de cada um pode ficar show! O grupo do tour aluga as roupas no caminho de ida ao parque, numa loja que tem de tudo que você precisa pra ficar bonito e confortável. É a Km0rental. Na volta a Santiago, devolvemos as peças. O aluguel da roupa completa (botas, calça, jaqueta e luvas) custa 35 mil pesos / R$ 200 e os óculos custam 5 mil pesos / R$ 30.
Para este tour: @fulltourchile
Horários: a partir das 5h45
Saída da cordilheira: 15h
Chegada em Santiago: 17:30
Preço: R$273 (adulto) | não inclui ingresso
Pra aproveitar ao máximo cada dia, na volta do Farellones já peça pra descer junto ao Sky Costanera, cujo nome oficial é Gran Torre Costanera. O @skycostanera é o prédio mais alto da América do Sul e conta com o mirante mais alto da América Latina. São 300m de altura e uma vista panorâmica da capital chilena e da Cordilheira dos Andes. Pra chegar ao andar 61 o elevador leva menos de 1 minuto. De lá, subimos de escada rolante até o 62. Neste último andar não há cobertura então tem ar condicionado natural funcionando a todo vapor. E se chover? O piso é apropriado para água e fogo, então é desnivelado para que a água escoe sendo reutilizada para banheiros e sistema de refrigeração do edifício. Já adianto que costuma chover muito pouco em Santiago. Nesta trip não peguei chuva nenhum dia. Aliás, ela é super bem vinda pra limpar a paisagem porque o nível de poluição por lá é bem alto a ponto de ser possível observar a nuvem escura que se forma acima da cidade. Como Santiago fica entre vales, a poluição não dissipa facilmente.
Outra curiosidade é que o Sky Costanera tem estrutura com oscilação de 60cm, isso para resistir aos terremotos de até 10 graus na escala Richter. E como os ventos ali chegam a uma velocidade de 160Km/h, o prédio tem uma inclinação contra o vento de 30cm. Para limpar a fachada, os funcionários levam até 3 meses. Nos primeiros 5 andares funciona um shopping inclusive com supermercado. Tem muita loja de marca bacana e vale dar um rolê por lá. O resto é escritório e empresas como os bancos de Tokio e China. Mas só 30% do Sky está ocupado, e isso é por propósito da administração. Para não causar um grande impacto na região (caso ele fosse todo ocupado), deixaram apenas esse índice para ser algo mais sustentável pra cidade.
Os mirantes são 360 graus e contam com lojinha de souvenir, banheiros e restaurante para um drinque nas alturas. Tem também dia com degustação de vinho já incluso no ingresso e até música ao vivo. No térreo do prédio também funciona um Hard Rock Café, pra quem curtir a vibe de cardápio americano e uma pegada bem moderninha. Lá perto também fica o Mercado Urbano Tobalaba, um complexo com bares, restaurantes, lojas, mercearias, super turístico e vale a pena conhecer.
Serviço: Funciona todos os dias, das 10h às 22h. Último elevador sobe às 21h e última descida é às 22h. O Sky Bar funciona das 10h às 22h. Preços: 18 mil pesos / R$ 105 (+ 13 anos); 6 mil pesos / R$ 35 (criança de 4 a 12 anos) e menores de 3 não pagam. Se comprar antes, você precisa selecionar o horário da visita. Metrô mais próximo: Tobalaba (linha vermelha)
Dia 04
Mercado Central: inaugurado em 1872, o local reúne arquitetura (neoclássica) e gastronomia. É aquele tipo de mercado público que tem na maioria das cidades e o turista adora. Um galpão com vários boxes e restaurantes, vendem pescados, mariscos, etc. Vale a pena dar uma passadinha por lá e também comprar uns queijos e outras comidinhas.O prato mais famoso é o caranguejo-gigante (centolla), típico do Chile. Mas prepare o bolso que um pequeno custa cerca de 40 mil pesos / R$ 235 e o maior chega a custar até 90 mil pesos / R$ 529. Para uma refeição com cara de comida caseira, indicamos o El Galeon. Ah, por essa região mais próxima ao mercado tenha cuidado com seus pertences pois não é um local tão seguro. O mercado funciona das 6h às 16h, com exceção do domingo que fecha às 17h.
Dá pra subir à pé mas você vai gastar perto de 1 hora pra isso, além do mais o bacana é usar o funicular e o teleférico pra chegar lá em cima. Você pode usar ambos, basta comprar o bilhete de ida e volta, inclusive usando um modal pra subir e outro pra descer ou vice versa. Não diga por lá que quer chegar no pico do morro porque “pico” pra eles é um palavrão blz? Você diz que quer chegar ao “cume” do cerro (morro). O San Cristóbal tem uma altitude de 300m. A subida demora 8 minutos e tem uma parada no meio do caminho pra quem quiser conhecer o zoo (ingresso pago à parte). e você pode subir de funicular cuja base fica ao lado do zoológico ou por um teleférico.
Lá em cima tem algumas bancas de artesanatos além de lanchonetes. Prove a bebida típica chamada Mote Con Huesillo, servido gelado e sem álcool. Leva trigo e pêssego cozidos e um caldo caramelado. É bem doce (e diferente)!Lá de cima você tem uma vista linda de Santiago e da Cordilheira dos Andes, se for no inverno ela vai estar branquinha de neve! E no topo há uma imagem enorme da Imaculada Conceição, com 22m de altura. O lugar é bem tranquilo e transmite muita paz. Ideal pra quem quer dar uma pausa na correria da viagem e curtir um momento mais introspectivo, fazer uma reflexão ou rezar. Antes de ir embora vale a pena dar uma passadinha no Jardim Japonês que embora pequeno é bem bonito pra fotos e de lá tem uma vista também bacana da cidade. Fecha por volta das 19h.
Serviço: Funciona todos os dias, das 6h às 19h30 (inverno) e das 6h às 20h30 (verão). Preço médio: funicular + teleférico: 5.800 pesos / R$ 35 (dia de semana | 7.170 pesos / R$ 42 (final de semana e feriados)
Bah´áí: este passeio foge do roteiro tradicional normalmente oferecido pelas agências de viagem. Pra chegar lá, desci na estação Los Domenicos e depois peguei um Uber (R$ 45) até o templo. Com transporte por App você consegue descer bem em frente à escadaria de acesso ao templo, mesmo que o estacionamento esteja cheio. Já de transporte próprio (se não tiver vaga) ou for de ônibus terá que subir um bom trecho à pé. Acho que dá perto de 1km de ladeira subindo, subindo. A vista de lá do morro é linda e o templo é o mais bonito que já vi na vida. Inaugurado em 2016, tem estrutura circular e é composto por nove “velas” arqueadas feitas de mármore e vidro fundido. O vidro você só consegue ver quando está dentro do templo, que também é lindíssimo mas de lá não pode fazer fotos ou vídeos. Na frente do templo há um espelho d’água e locais pra sentar. Não paga ingresso e há banheiros no local. Do metrô até o templo levei cerca de meia hora de Uber. Na volta aproveitei pra visitar o Centro de Artesanato Los Domenicos que fica por trás da igreja (pertinho da estação de metrô de mesmo nome) e é super bacana. Tem bares, restaurantes, lojas e ateliês. Lá você vai encontrar produtos em cerâmica, madeira, metal, pedras, além de joias. Funciona das 10h30 às 19h.
Dia 05
Já ouviu falar em Portillo? Esse passeio saindo de Santiago, no Chile, é massa! O trajeto é de 160Km e pra chegar lá passamos por 29 curvas na Estrada Caracoles, portanto, caso enjoe com facilidade já toma um remedinho pra enjoo. A altitude por lá varia entre 2.500 a 3.300m. O tour sai cedinho, umas 6h. Depois de 40 min chegamos à tienda Rental Cachabuco, onde alugamos as roupas especiais pra montanha e neve: jaqueta, bota e calça custam cerca de R$ 60 cada item e luva R$ 30. O kit completo sai por 30 mil pesos ou cerca de R$ 175. No local eles também vendem alguns itens de frio, souvenirs e ainda oferecem café da manhã R$ 40 (suco + chocolate quente + sanduíche). Se não tiver com tanta grana, alugue pelo menos o essencial: calça e botas. No caminho paramos ainda junto à placa de divisa entre o Chile e a Argentina pra fotos e depois chegamos a Portillo, uma charmosa estação de Ski, localizada no Paso Los Liberdadores, na Cordilheira dos Andes.
A localidade conta com um complexo de hotéis, além das pistas de ski. O ponto mais fotografado é a famosa Laguna del Inca, que é artificial e formada por uma represa. O lugar é bem bonito mesmo! A lagoa tem 1,5 hectare de superfície e uns 200m de profundidade, segundo estudos preliminares. A pista é exclusiva para quem quer ter aulas de esqui ou já é adepto ao esporte. Para tal, precisa subir de teleférico e descer esquiando.
No mais, o grupo fica nos arredores da pista curtindo a neve, o visual da lagoa e se divertindo feito criança. A temperatura por lá chega a bater 20 graus ne-ga-ti-vos. Calma! Isso no inverno pesado. Eu peguei 2 graus positivos, ufa! Portillo é um dos locais mais queridos pelos turistas e ficou mais famoso depois do fechamento do Embalse el Yeso, em Cajón del Maipo, em 2018. Vale a pena levar lanchinho na mochila (barra de cereal, chocolate, biscoito). Por lá tem uma lanchonete e restaurante mas o preço é nas alturas: Uma água por R$ 17; um hot dog R$ 30 e por aí vai.
Para este tour, @fulltourchile
*não se cobra entrada / Preço do tour: R$ 378 (adulto)
Dia 06
Vamos de mais um tour pelas montanhas e com neve? Também no estilo bate e volta partindo de Santiago, fomos até Cajon del Maipo, que ganhou muita fama por causa do El embalse El Yeso, uma reserva artificial de água acumulada de uma represa na Cordilheira dos Andes. Mas desde 2018 está fechada por causa de um acidente no local (quando pedras despencaram da montanha atingindo e matando duas crianças brasileiras de 3 e 5 anos), abrindo apenas de dezembro a março, quando os riscos diminuem segundo as autoridades. Durante o passeio, ficamos sabendo que algumas agências continuam fazendo a visita ao Embalse mesmo que de forma clandestina.
Nossa primeira parada neste tour é a uma altitude de 2.700m. Estacionamos o carro entre montanhas cobertas de neve simplesmente pra curtir o visual, caminhar na neve, fazer boneco e tirar muitas fotos, é claro! O lugar é tão lindo que só de estar ali já é tudo! Este tour conta ainda com uma parada num ponto estratégico onde a gente faz um pequeno trekking para observar uma cachoeira com água que brota de vulcão mas que vai mudando de cor por causa dos minerais que encontra pelo caminho e de temperatura por causa do frio na superfície. O acesso é fácil e curtinho.
Por fim, visitamos a casa de uma senhora que vive há muitos anos em Maipo e entende tudo de pedras, ela dá uma explicação dos minerais e também tem produtos à venda. É uma casa bem mística e com visual bonito pra montanha. Finalizamos o passeio com uma parada curta no túnel Tinoco, à margem da estrada, que fazia parte do sistema ferroviário, ligando as cidades da região entre 1914 e 1980. Na volta, ainda paramos numa casa de chocolate (loja). Vale lembrar que iniciamos o tour com parada na Ohyho Rental para aluguel de roupas (jaqueta, calça, bota, luvas e óculos). Cada item custa 10 mil pesos / R$ 60 com exceção das luvas que custam 5 mil / R$ 30. Na volta, devolvemos as peças e no mesmo local curtimos um piquenique (incluso) com o grupo: queijos, vinhos, sucos e frutas. Para este tour: @fulltourchile / Das 6h – 16h; valor R$ 372,75 (adulto)
Dia 07
Começamos o dia visitando a vinícola orgânica e biodinâmica @mateticvineyards, que fica a cerca de 1h de Santiago, no Valle del Rosario, entre os vales de Casablanca e San Antonio. Lá, conhecemos um particular processo de cultivo e degustamos dos mais seletos vinhos chilenos. O diferencial desta vinícola é que a gente conhece todo o ciclo de produção de vinho de forma integrada com a natureza. Eles tem por exemplo criação de galinhas para que elas façam um tour pelo parreiral afim de que comam as minhocas e outras cositas mas que não são interessantes para esta agricultura.As primeira parreiras foram iniciadas em 1999, numa área de 32 hectares de vinhedos (Sauvignon Blanc, Chardonnay, Pinot Noir e Syrah). Esta é a primeira vinícola do Chile a produzir Syrah de clima frio, com o vinho EQ Syrah (colheita de 2001). O local dispõe de hotel chamado La Casona, uma construção colonial de 1900. No início era usada como administração do campo e em 2004 foi remodelada e transformada em hotel boutique.
Foto Divulgação / Cedida pela Matetic
A agricultura orgânica – dinâmica promove a biodiversidade vegetal e animal, cuida da saúde dos agricultores e consumidores. O campo é concebido com uma individualidade na qual a terra, a planta, o animal, o cosmos e o homem constituem um só organismo. Lá são 130 hectares de vinhedo e a produção anual chega a 350 mil litros de vinho e 500 mil kg de uva, com capacidade anual de 1 milhão de kg ao ano.O local de armazenamento dos barris é um templo do vinho, lugar lindo e com arquitetura que chama atenção. Cada barril guarda 225 litros, o suficiente para 300 garrafas. O envelhecimento deles pode durar até 22 meses. Se bem tratada, uma parreira dura até 150 anos. A Matetic já exporta para mais de 20 países, sendo o Brasil um deles. Os maiores mercados consumidores do vinho produzido pela Matetic são Chile, Estados Unidos, Brasil, Inglaterra, China e Holanda. A empresa possui diversos certificados por sua produção orgânica, entre eles o Demeter e o Ecocert.
Foto Divulgação / Cedida pela Matetic
Lá se produz um vinho mais gastronômico, não aquele que você vai encontrar em supermercado mas sim em lojas especializadas e alguns restaurantes. O local vai começar em breve a oferecer também alguns atrativos a mais pela propriedade, a exemplo de cavalgada, bike, etc. Conta com loja de produtos variados que vão desde louças a camisetas e vinhos, é claro! Eles oferecem pinot noir, merlot, carmenere, carmenere sauvignon, syrah, entre outros. Os maiores visitantes da vinícola são ingleses, americanos e europeus (alta temporada) e chilenos e brasileiros (na baixa).A entrada custa 50 mil pesos R$ 300 p/pessoa com direito a degustação. Funciona todos os dias com tour às 11h30. Para quem está hospedado no hotel dentro da vinícola existem outros dois horários disponíveis, 9h30 e 15h30. A duração do tour é de 2h30. A vinícola tem restaurante independente com preço de 46 mil R$ 270 (entrada + almoço + sobremesa e uma taxa de vinho). Funciona de terça a domingo. Das opções de entrada, vá no creme de abobora que é o melhor que já provei na vida. O cardápio é delicioso e muda por temporada.
Foto Divulgação / Cedida pela Matetic
Night: a noite em Santiago é bem animada. Tem vários points, mas o meu preferido é o Pátio BellaVista, um complexo de bares e restaurantes com uma vibe massa. Funciona numa área de 5,5 mil metros quadrados e oferece de tudo no quesito gastronomia, alguns bares têm DJ e o local tá sempre animado. Funciona de qui a sáb (10h às 03h) e dom a qua (até 01h). Tem muitos bares também na região de Los Condes, Lastarria (com feirinha de rua) e Providência. Nesta viagem, vale muito cada noite ir curtir num desses locais! Visitamos o Ciudad Vieja, uma sanduicheria bem tradicional com cardápio variado e atendimento nota dez. Tem salão no térreo e piso superior com uma varandinha bem charmosa. A ambientação é bem bacana e os pratos são pra lá de generosos. Destaques no menu: camembert frito, ceviche, milanesa napolitana, empanaditas, etc. Da variedade de sanduíches, eles saem com merluza frita, churrasco, filé, porco assado, entre outros. O preços de comida no país, de uma forma geral, é pelo menos 30% mais caro que no Brasil. Por outro lado, pra quem gosta de vinho se liga que o Chile produz vinhos de altíssima qualidade e com preços bem mais em conta que os nossos.
Hospedagem: são vários os bairros bacanas para se hospedar em Santiago. Nesta viagem fiquei em dois muito bons: o Sheraton e o Le Meridien, cujas experiências foram as melhores possíveis. O Sheraton fica no bairro da Providencia, a apenas 15 minutos do aeroporto, próximo ao Cerro San Cristobal. Já o Le Meridien está localizado no coração de Santiago, centro da cidade. Ambos ficam perto de bares, restaurantes e estação de metrô, tudo que o turista precisa. Não se esqueça do seu Seguro Viagem, é fundamental estar protegido principalmente estando em outro país que não o seu de origem. Para este tour, contei com a Real Seguro Viagem, que é a primeira comparadora de seguros do Brasil. A empresa compara os planos das melhores seguradoras e lista de acordo com seu destino e necessidades. E para esta viagem, qual moeda levar? Conversamos com o especialista Pedro Pragana, da Recife Câmbio, e ele aconselha que o viajante leve uma pequena parte em peso chileno (10 mil pesos) para para uso logo que chegar ao aeroporto, caso precise pagar um transporte ou chip de celular. E o restante leve em dólar para lá no Chile trocar por peso, que fica menos oneroso. Por causa da importação da moeda é mais caro comprar peso no Brasil. “Levando dólar, o turista troca a moeda numa casa confiável pelo peso chileno e tem um ganho médio de 20 a 30%”, orienta o especialista.
E que tal a gente economizar já na chegada a Santiago no Chile? Se você chegar lá durante a madrugada a melhor forma é mesmo de transfer já contratado previamente, isso porque você já chega com valor acertado (custa em média R$ 170). Lá no aero tem ponto de táxi mas a fama deles é a pior possível. Os próprios chilenos afirmam que eles coagem o turista informando mais de um valor pra corrida e dizem que o turista que entendeu errado. E na cidade, o valor da corrida sai bem mais caro que o cobrado por transporte de App; então evite dor de cabeça! Uber não funciona pra quem chega no aeroporto porque como o transporte não é legalizado no país eles tem muita fiscalização no aeroporto então esqueça essa opção, mas ao longo da viagem dá numa boa pra usar Uber. A forma mais barata é mesmo a do busão. Na saída do aeroporto, você tem uma cabine que vende o bilhete do ônibus que faz um trajeto cortando a capital. E aí é só ver qual fica mais próxima da região onde você ficará hospedado. Sai a cada 10 minutos até 23h30 e depois a cada hora. Custa 2000 pesos / R$ 12. E quando terminar sua viagem, você pode fazer o mesmo percurso de volta.
Para quem vai ficar pela área do centro, a estação mais próxima é a Los Heroes (trajeto dura cerca de 1h20) e lá mesmo pode-se pegar um metrô para a área central, no meu caso desci na Bellas Artes. Pra usar o transporte público você precisa de um cartão chamado Bip, nele você faz o carregamento por valor ou viagem, uma viagem custa em média 750 pesos / R$ 5. O mesmo cartão vale para metrô e ônibus pela cidade. Para serviços de Transfer por Santiago também indicamos a @somostour. No quesito “não posso ficar desconectado”, lá vai uma dica de ouro. Não precisa comprar chip físico ou virtual no Brasil pra usar no Chile. Você encontra em vários locais (bancas de rua) o chip pra quantidade de dias que você precisar. Comprei o meu no quiosque do Shopping que fica no Sky Costanera e funcionou super bem todos os dias, paguei apenas 6 mil pesos / R$ 35.
Dias 08, 09 e 10, que tal ir até Puerto Varas, no Sul do Chile? A gente tem uma reportagem bem bacana sobre este destino, é só clicar AQUI!
*o jornalista Fabiano Antunes viajou a Puerto Varas, no Chile, partindo de Brasília (nova rota da Latam Brasil e de Santiago seguiu até Puerto Montt (onde está o aeroporto da região), à convite da LATAMbrasil, ChileTravel e Fedetur.