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Cuidar da saúde mental: um desafio indispensável

Heleno Pereira, psicólogo clínico que atua no Sesi Saúde Pernambuco

A pandemia da Covid-19 acendeu o sinal de alerta para um tema que, há muito tempo, já deveria ocupar o centro das atenções da população: a saúde mental. O confinamento e o distanciamento social aumentaram os sentimentos de ansiedade, medo, tédio e solidão e, consequentemente, fizeram o assunto ganhar ainda mais relevância. Mas o que é saúde mental? Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tema envolve a saúde física, psicológica e social. Para a psicologia, no entanto, a saúde mental pode ser definida como sentimentos e comportamentos que influenciam nossas vidas.

Ter uma visão positiva de nós mesmos, por exemplo, é reflexo de uma boa saúde mental. Isso porque essa imagem estimula, entre outros aspectos, o bom relacionamento com amigos, familiares e colegas de trabalho. Ser uma pessoa que define metas para a vida, planeja e realiza objetivos também é um bom indicativo. Da mesma forma, manter controle emocional diante de dificuldades da vida e ter a capacidade de superar esses obstáculos também quer dizer que a saúde mental está em dia.

A Covid-19, no entanto, nos deixou vulneráveis e, com a chegada do vírus, outros fatores invisíveis, como a solidão, a ansiedade e os sentimentos de desamparo e tristeza cresceram bastante e resultaram, por exemplo, em ataques de pânico, fobias sociais ou, em casos mais graves, depressão. E se, antes da pandemia, a saúde mental era muito mais negligenciada do que a física, hoje, ela é, acertadamente, tratada como algo essencial e indispensável.

Mas é importante lembrar que a ausência de saúde mental não necessariamente significa estar doente. É preciso diferenciar doenças como depressão de episódios depressivos. Demonstrações de fácil irritabilidade, instabilidade de humor ou não conseguir lidar consigo mesmo ou com o outro são situações que vão refletir na saúde mental daquela pessoa e que podem levá-la ao adoecimento, mas, repito: podem ser sofrimentos passageiros e não, necessariamente, uma depressão.

Para que isso não aconteça ou, pelo menos, para que esse risco seja amenizado, cuidar da saúde mental é imprescindível. E existem comportamentos e hábitos que podem ser inseridos para fazer da rotina mais leve e com mais autocuidado. Além da procura de profissionais, como psicólogos e psiquiatras, acredito que focar no presente e construir o futuro, e não apenas pensar sobre o futuro, é um bom caminho, uma vez que gera menos ansiedade. Uma boa alimentação e atividades físicas também podem ajudar.

O lazer, embora esteja restrito devido à pandemia, é um importantíssimo fator que alivia o estresse e melhora a saúde mental de maneira geral. Para manter uma boa saúde mental, também é preciso se comunicar, falar o que sente, de forma clara, assertiva, sinalizando as próprias necessidades. De uma forma que as pessoas possam compreender. Não há uma fórmula mágica para manter a saúde mental em dia, mas, sem dúvida, manter-se em equilíbrio é imprescindível para ter uma vida mais saudável.

 

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