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Pitú: legitimamente pernambucana

Localizada em Vitória de Santo Antão (PE), a Engarrafamento Pitú Ltda conta com um parque fabril de 18.500 m² de área construída e os mais modernos equipamentos tecnológicos para produção, engarrafamento e armazenamento dos produtos PITÚ. - Divulgação Pitú

A Pitú, uma das cachaças mais consumidas do Brasil e a mais amada pelos pernambucanos, coleciona superlativos. Além de ser uma das maiores indústrias de bebidas do país, é líder absoluta na região Nordeste e a maior exportadora de cachaça brasileira para o exterior, engarrafando e comercializando milhões de litros de aguardente por ano. 


 
Fundada em 1938 pelos irmãos José e Severino Ferrer de Moraes junto com Joel Cândido Carneiro, a história começou de maneira curiosa. Inicialmente, eles trabalhavam como comerciantes, vendendo peles de bode no interior de Pernambuco, mas sentiam que a atividade não estava dando retorno do jeito esperado. Exemplos de trabalho e dedicação para aqueles que os conheciam, resolveram então adquirir uma máquina de engarrafamento de bebidas.

Severino Ferrer de Moraes junto com Joel Cândido Carneiro


Inicialmente, fabricavam vinagre e engarrafavam bebidas à base de frutas, além de aguardente de cana fornecida por engenhos locais. Com a aceitação dos seus produtos no mercado, adquiriram em 1945 o Engenho Arandú do Coito, depois chamado de Engenho Pitú, no município pernambucano de Vitória de Santo Antão.
 
Com novas máquinas, permitindo a produção própria de uma aguardente de cana em destilaria, o nome da empresa é mudado para Indústria de Aguardente Pitú, fazendo referência ao nome do engenho e ao camarão de água doce que existia em abundância nos mananciais que o banhavam.
 
Tal sucesso chamou a atenção do artista plástico Henrique de Holanda Cavalcanti, grande amigo de Severino, que o presenteou com o primeiro rótulo da cachaça com a famosa ilustração do camarão Pitú acompanhada do slogan “melhor que todas”. O que os fundadores não sabiam é que essa imagem ficaria marcada para sempre no imaginário dos apreciadores da bebida, não só no Brasil, mas mundo afora.
 
Entre os anos de 1950 e 1970, a produção da destilaria não parava de crescer, chegando a bares e botecos de todo o país. A relação entre Joel Cândido Carneiro e Severino Ferrer ia muito além da sociedade na empresa, estando sempre presente durante os anos em que conduziram juntos a sociedade, um grande e forte laço de amizade.
 
Viva a resenha pelo mundo
 
Graças à alta demanda de produção, nos anos 70, a empresa inaugurou suas novas instalações às margens da BR-232 em Vitória de Santo Antão, onde funciona até hoje com os mais modernos equipamentos tecnológicos do segmento. Em 1980, após grande sucesso no Brasil e no exterior – que começou a ser explorado através da Alemanha - a marca inova o seu produto original e lança a inédita aguardente envasada em recipiente metálico, a famosa “latinha de Pitú”.


 
E para focar ainda mais na expansão do mercado consumidor, em 1990 a empresa resolve encerrar as atividades de destilaria para desenvolver o negócio de comercialização da cachaça, criando um programa de qualidade e profissionalização dos fornecedores. Nesse mesmo período é lançada a Pitú em garrafa de um litro.
 
Hoje, além de diferentes tamanhos de lata, da clássica garrafa de 600ml e do litro, o portfólio da empresa conta ainda com a vodka Bolvana, a Pitu Limão, bebida mista de cachaça com limão, e a Pitú Cola, bebida alcoólica mista à base de noz de cola. A marca também conta com uma cachaça premium, a Pitú Gold, e uma extra premium, a Vitoriosa, que foi lançada em sua comemoração de 75 anos e é hoje um grande sucesso entre os apreciadores de aguardente. Em média 100 milhões de litros de Pitú são vendidos por ano, seguindo rígidos padrões de qualidade.

Empregando aproximadamente 600 funcionários, a Pitú é hoje a segunda cachaça mais vendida no Brasil e se mantém entre as 20 marcas de bebidas destiladas mais produzidas no mundo. Na Europa, a Pitú comanda o mercado e tem a Alemanha como o país líder em consumo, marcando presença também em países como Áustria, Suíça, Espanha, Grécia, Reino Unido e França. A marca ainda está presente nos Estados Unidos, Canadá, México, Argentina, Israel, África do Sul e em lojas duty-free espalhadas por todo o mundo.
 
Inovação e consciência ecológica
 
Não é apenas na produção e exportação que a Pitú se destaca. Tendo pautado todo o seu crescimento no desenvolvimento com responsabilidade social e ambiental, o grupo tem a constante preocupação de preservar o meio ambiente através de cinco pilares: gerenciamento da água, reciclagem, reflorestamento, educação ambiental e preservação cultural e histórica. 
 
Em conformidade com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que regulamenta o tratamento dos depósitos utilizando a logística reversa, 94% das garrafas da Pitú são reutilizadas depois de circularem pelo mercado. Com isso, o ciclo se repete de forma sustentável. Além disso, o restante do material utilizado (tampinhas, rótulos e até o iodo dos efluentes da fabricação) é destinado a empresas e cooperativas pernambucanas parceiras que fazem parte da cadeia de reciclagem ou destinação de resíduos
 
Além da consciência ecológica, outra preocupação constante da Pitú é com relação à conscientização sobre o consumo responsável de bebida alcoólica. A empresa procura levar informação sobre esse importante tema de maneira leve e que gere identificação com o público, além de seguir à risca as regras do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária – CONAR em suas ações de marketing.
 
Mania de brasileiro
 
Com mais de 80 anos de trajetória e muitos motivos para celebrar, a Pitú já é parte da história de Pernambuco, estando diretamente ligadas às tradições e cultura do estado. Por isso, quem deseja conhecer um pouco mais sobre a empresa pode visitar o seu Centro de Visitação, que reúne fatos e objetos exclusivos dos seus primeiros anos de existência. O espaço fica localizado dentro da fábrica em Vitória de Santo Antão e, por lá, o visitante encontra painéis cronológicos, vídeos, rótulos antigos e outras relíquias desse patrimônio nacional.
 

Atualmente na quarta geração de gestores familiares, o diretor-presidente da empresa é Alexandre Ferrer, neto de Severino. A gestão do atual time tem dado continuidade à potência que é a Pitú, com admiração ao grande legado construído por seus fundadores com muito trabalho, resiliência e disposição.

Para o futuro, a gigante planeja expandir ainda mais a sua abrangência geográfica, lançar novos produtos e continuar modernizando seus canais de contato com os consumidores que, mais do que clientes, são verdadeiros fãs. Mas o maior propósito de todos que fazem a Pitú é continuar levando a alegria, a leveza e o genuíno sabor brasileiro para a vida das pessoas. 

 

Este conteúdo, disponibilizado publicamente em parceria com a Folha de Pernambuco, foi desenvolvido com exclusividade pela equipe da Editora Inspiração para o livro Inspiração Pernambuco, com breve lançamento para 2022.

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