Conheça o Recife: Cidade de Mil Encantos
Parques, Praças e Pátios, Teatros, Centros Culturais e Mercados de Recife
No Recife, a beleza se revela a cada passo. Resultado do encontro de diferentes culturas, a diversidade única da capital pernambucana pode ser encontrada em seus monumentos, praças, teatros, museus, igrejas e no legado de seus escritores, poetas e construtores. Recife é uma cidade de cheiros, olhares e lembranças. Sua cultura majestosa e imponente narra memórias ancestrais, mas que ainda pulsam.
Nas próximas páginas, convidamos você, leitor, a navegar pelas ruas da capital e fazer uma viagem no tempo. Vamos te guiar por alguns dos principais pontos culturais e turísticos da cidade, localizá-los na história e, assim, adicionar um novo significado a esse passeio. Ele começa agora.
PARQUES, PRAÇAS E PÁTIOS
Praça do Marco Zero: o Recife dá as boas-vindas
“Eu vi o mundo, e ele começava no Recife.” Essa frase, do escritor e pintor modernista Cícero Dias, traduz a existência da Praça do Marco Zero, já que é de lá que se abrem os caminhos da capital. É de Cícero Dias, inclusive, a projeção e pintura da rosa dos ventos instalada bem no centro da praça, como símbolo oficial das distâncias percorridas a partir dali.
A Praça do Marco Zero, localizada na Avenida Francisco Lisboa, espelha o início de uma nova fase no centro histórico do Recife, marcada pela construção de prédios modernos e de influência europeia e pelo aperfeiçoamento do Porto do Recife, escoadouro de nossas exportações.
Batizada de Praça Rio Branco, lá é possível encontrar o busto do Barão de Rio Branco, patrono da diplomacia brasileira. Quem passeia ali se deleita com a visão do estuário do Recife, formado pelo Rio Capibaribe. Tudo fica ainda mais belo na altura do dique natural do estuário, que abriga o Parque das Esculturas, museu de arte a céu aberto, com obras do artista plástico Francisco Brennand.
Praça da República: um belo jardim de prédios históricos
No coração do Recife, existe um belo jardim. Não apenas belo, mas também um dos mais antigos das Américas, projetado pelo conde holandês Maurício de Nassau. Este lugar repleto de árvores frondosas, peixes e viveiros de aves é a famosa Praça da República, fincada no bairro de Santo Antônio e cujo solo abriga construções importantíssimas da cidade, como o Palácio do Campo das Princesas, o Teatro de Santa Isabel e o Palácio da Justiça.
Governador do Brasil durante o domínio holandês, Maurício de Nassau tinha direitos de propriedade sobre o espaço da praça, que tem mais de 20 mil metros quadrados. Nesse espaço, ainda no Século XVII, Nassau fez um mini zoológico, vom plantas medicinais, uma alamedas de coqueiros e muitos espaços de sociabilidade.
Depois da saída holandeses, esse espaço teve a sua paisagem transformada, primeiro com a construção do Teatro de Santa Isabel e o Palácio do Governo. Mas foi apenas na década de 1870 que um projeto paisagístico foi feito para o local, a carco de Émile Beranger.
Posteriormente, já na década de 1930, o paisagista Burle Marx fez um projeto que alterou significativamente a ideia anteriormente concebida. Criou um fonte no meio do Praça, uma alameda de palmeiras imperiais e deu a tônica para a paisagem que hoje encontramos nesse lugar.
Quem caminha pela Praça da República não deixa de se espantar com as maravilhas da paisagem, a arquitetura clássica e neoclássica de seus prédios e, especialmente, com o imponente baobá que vive por lá. Dizem até que a árvore produziu tamanho efeito em Antoine de Saint-Exupéry que o autor a usou como inspiração para escrever a sua obra mais famosa, “O pequeno príncipe”.
Pátio de São Pedro: onde religiosidade e cultura popular se encontram
Protegido pela imponente Catedral de São Pedro dos Clérigos, o Pátio de São Pedro é uma das maiores dádivas da cultura popular recifense, fincado bem no centro da cidade e borbulhando com música, gastronomia, arte e boemia. A construção do espaço data do ano 1700 e tem profunda ligação com a igreja, que também lhe deu o nome.
Hoje, ela e o pátio são considerados um dos conjuntos arquitetônicos e urbanísticos mais expressivos da cultura barroca em Pernambuco. A Catedral de São Pedro dos Clérigos foi construída pela irmandade católica de mesmo nome, que comprou o terreno no centro do Recife para a construção da igreja e, logo em seguida, realizou a reforma do casario ao redor, tudo em decoração barroca e com calçamento de pedras irregulares, que dá um charme especial ao lugar.
O nascimento do pátio tem raiz religiosa, mas ele é reconhecido, principalmente, por ser palco de manifestações culturais diversas e populares, especialmente de origem negra, como o samba de raiz, o afoxé, o coco de roda e o maracatu. Hoje, ele respira arte e lazer e é rodeado de bares, ateliês, museus e restaurantes.
Rua do Bom Jesus: a via mais antiga e mais bonita do Brasil
.
É bem sabido o quanto o recifense é bairrista e adora se envaidecer da sua cidade, mas não é raro que ele receba uma boa validação. Um bom exemplo é o título de “Terceira Rua Mais Bonita do Mundo” que a Rua do Bom Jesus recebeu da revista de arquitetura internacional Architectural Digest.
Não é para menos. Ladeada por palmeiras e rodeada por um casario colorido, ela captura o olhar de quem passa, mas não se limita à sua incontestável beleza, já que sua história se cruza com a do próprio Brasil. É a primeira rua do Recife, e seu chão é repleto de memórias que se iniciam nos primeiros séculos da colonização.
No início dos anos 1500, o território do Recife se limitava ao que hoje é chamado de “Recife Antigo” e todo o território adjacente pertencia a Olinda. Foi assim até a chegada dos holandeses, sob o governo de Maurício de Nassau, que anexou mais ilhas ao Recife e montou a sua própria gestão. Um destaque da nova administração era a liberdade religiosa, que atraiu os judeus, fugidos da inquisição europeia.
Eles se instalaram na Rua do Bom Jesus e lá construíram a Sinagoga Kahal Zur Israel. Sua presença foi tão marcante que a rua passou a se chamar Rua dos Judeus. Outro marco da chegada dos holandeses foi a construção do “Arco do Bom Jesus”, porta que indicava o lado norte da cidade. A porta foi destruída, mas sua existência foi reconhecida posteriormente e acabou por batizar a rua que a recebeu.
Nos anos 1990, a Rua do Bom Jesus passou por diversas reformas e restauros e hoje é parada obrigatória nas visitas turísticas pelo Recife. Fechada para pedestres, ela guarda um charme só dela, como um respiro de beleza e memória em meio à agitação da cidade.
Jardim do Baobá: morada de uma gigante centenária
Localizado no bairro das Graças, desde 2016 o Jardim do Baobá abre acesso ao píer flutuante na beira do Rio Capibaribe, que é rodeado por vegetação nativa. A grande estrela é, claro, a árvore que dá nome ao local. Imponente, a espécie com 15 metros de altura é tombada como Patrimônio do Recife desde a década de 1980. Ponto de encontro dos recifenses nos finais de semana, no Jardim do Baobá é possível contemplar a natureza, andar de bicicleta, fazer piquenique e aproveitar os equipamentos de lazer. Além de bancos para compartilhar, o visitante encontra mesas comunitárias de madeira e balanços para brincar em família.
Marco do Atlântico: encontro de águas
Reza a lenda que neste cais, onde se encontram os rios Capibaribe e Beberibe, surgiu o Oceano Atlântico. O espaço de convivência fica na Rua da Aurora, em um trecho onde se pode admirar a união dos rios. Na área está um pórtico que anuncia: “Aqui Nasce o Atlântico”, além de uma rosa dos ventos no chão, em referência ao Marco Zero do oceano. Na mesma área fica a estátua do precursor do Movimento Modernista, o jornalista e cronista pernambucano Manuel Bandeira (1886-1968), que integra o Circuito da Poesia.
Parque das Esculturas Francisco Brennand: exposição a céu aberto
Não vale morar ou visitar o Recife sem dedicar um tempo para apreciar as obras do artista plástico e ceramista Francisco Brennand expostas no Parque das Esculturas. Do Marco Zero, no coração do centro histórico, é possível ver uma galeria permanente montada no ano de 2000 sobre os arrecifes naturais que protegem o porto. Destaque para a Coluna de Cristal, com mais de 30 metros de altura, feita em concreto, cerâmica e elementos esculturais de bronze. Estonteante, a peça divide espaço com outros objetos fantásticos em forma de ovos e aves, por exemplo.
Parque Dona Lindu: cultura e lazer à beira-mar
Na orla da famosa Praia de Boa Viagem, é possível contemplar o Parque Dona Lindu, projetado pelo renomado arquiteto Oscar Niemeyer. A área está localizada entre os principais hotéis da cidade, como uma ótima opção de espaço para lazer. O equipamento, que é aberto ao público, conta com uma quadra poliesportiva, uma pista de skate no formato bowl, pista de cooper e parque infantil. Além de itens para lazer que abrangem toda a família, o Dona Lindu abriga ainda o Teatro Luiz Mendonça, com palco reversível para a esplanada do parque, e uma galeria, que homenageia a arquiteta e designer pernambucana Janete Costa. Com uma sala principal e um mezanino, o espaço abriga peças de grandes dimensões, com acesso gratuito.
Pracinha de Boa Viagem: fomento à economia local
Reunindo os principais produtos de artesanato do Recife, a Pracinha de Boa Viagem é um dos principais lugares da Zona Sul da capital para conhecer melhor a cultura local. Com cerca de 200 barraquinhas, a praça reúne produtos em cerâmica, renda, bordados e madeira. O local ainda é conhecido pelo polo gastronômico repleto de produtos típicos, como as tapiocas recheadas. Além disso, no centro da praça está localizada a Igreja de Nossa Senhora de Boa Viagem, que funciona nos horários das missas.
Segundo Jardim de Boa Viagem: ponto de referência na principal praia urbana da capital
Este é um dos três jardins localizados ao longo da famosa orla de Boa Viagem. Funciona como o centro das praças públicas, com atrativos que enchem os olhos de moradores e turistas. É considerada como um ponto de referência e uma importante área de lazer da Zona Sul, com direito a pequenas operações comerciais, bancos, estação de bicicleta e até um letreiro com a expressão que todo nordestino conhece bem: “oxe”. Isso sem falar no Centro de Atendimento ao Turista (CAT), que tem a função de orientar os visitantes.
Praça de Casa Forte: um jardim histórico
Os jardins da Praça de Casa Forte mostram o primeiro projeto de jardim público assinado pelo paisagista Burle Marx (1909-1994), em 1935. Um trabalho que sempre valorizou a natureza em meio a elementos arquitetônicos. Não à toa, reúne uma variedade de espécies originárias da Amazônia e da Mata Atlântica, além de plantas exóticas, em contexto perecível e renovável. Significa dizer que a fisionomia do jardim está em constante transformação, por conta do movimento cíclico do ecossistema. Por isso, é um dos espaços mais admirados da Zona Norte do Recife, rodeado por operações comerciais e pela Paróquia Sagrado Coração de Jesus.
TEATROS
Teatro de Santa Isabel: o imponente castelo das artes do Recife
Nas primeiras décadas do século XIX, o Recife se encontrava em plena transformação social. Inspirados pelos modos de vida dos visitantes europeus, os recifenses passaram a nutrir interesse pelas artes e pela filosofia, que culminou no desejo por uma vida mais boêmia e erudita. Francisco do Rego Barros, presidente da província de Pernambuco entre 1837 e 1844, identificou essa agitação e começou a idealizar a construção de um teatro público, equipamento cultural que ajudaria a atender a essas necessidades.
Seu sonho virou realidade em 1850, e o teatro acabaria por se tornar o primeiro e mais expressivo exemplar da arquitetura neoclássica em Pernambuco, de acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O realizador da empreitada foi o arquiteto francês Louis Léger Vauthier. Ele se inspirou em construções europeias e deu acabamentos gloriosos ao edifício, tornando o monumento suntuoso e rico em detalhes.
Em sua inauguração, o prédio localizado na Praça da República foi batizado de Teatro de Santa Isabel para homenagear a filha de Dom Pedro II. Era um novo tempo, e os moradores se arrumaram para a ocasião, encomendando carruagens, trajes de gala e acessórios elegantes para prestigiar os espetáculos.
O Teatro de Santa Isabel e sua majestosa figura vêm atravessando gerações. Ele é palco de produções culturais de altíssima qualidade e recebe visitantes ilustres do mundo inteiro. Sua presença inaugurou uma nova era na cidade do Recife, de passeios públicos, opulência e, acima de tudo, de valorização das artes. Por esses e outros motivos, em 2016 ele foi eleito o melhor teatro do Brasil segundo o Prêmio Cenym de Teatro Nacional.
Teatro do Parque: um teatro-jardim repleto de histórias
Existem poucos teatros-jardim no Brasil, e o Teatro do Parque é um deles. Inaugurado em 1915, o cineteatro já chegou inovador, com um canteiro arborizado que refresca o prédio e leva beleza e calma para quem o visita na Rua do Hospício, no bairro da Boa Vista. Mas a inovação do edifício não para por aí: em suas dependências, os moradores do Recife puderam ver, pela primeira vez, produções do cinema falado, filmes da Disney, comédias musicais, ficções policiais e muito mais. Ele é tão vanguardista que, em 1973, passou a ser considerado o primeiro Cinema Educativo Permanente do Brasil.
Construído pelo comerciante português Bento Luís de Aguiar e decorado pelos pintores Henrique Elliot e Mário Nunes no estilo art nouveau, o equipamento iniciou suas atividades exclusivamente como teatro. Com o despertar da curiosidade pelos filmes glamorosos de Hollywood, ele foi ampliado para atuar como cineteatro e passou a exibir produções do cinema mudo. Logo os filmes falados entraram em cena, e o Teatro do Parque fez os moradores do Recife testemunharem essa transformação, entregando produções magníficas.
Os anos têm passado e o Teatro do Parque tem vivido muitas reformas, de restauro e conservação de sua estrutura, que é um tesouro da arquitetura. Ele é palco de peças teatrais, produções cinematográficas e visitas guiadas. Uma verdadeira pérola no centro da cidade.
CENTROS CULTURAIS
Caixa Cultural: em honra e preservação da arte do Recife
Que Recife é geradora e propagadora de cultura, ninguém duvida. Uma das provas é a existência de um prédio angular, na esquina do Marco Zero, totalmente destinado à promoção da música, das artes visuais e de outras expressões culturais. A Caixa Cultural Recife existe desde 2012 e dispõe, em suas dependências, de um teatro, duas galerias para exposições, sala multimídia, auditórios para seminários e apresentações, além de um rico acervo, com peças arqueológicas que contam a história da capital pernambucana.
A Caixa Cultural Recife foi inaugurada no mesmo prédio do Bank of London & South America Limited, antiga bolsa de valores de Pernambuco e da Paraíba. Do local, foi preservado um cofre, com ações, cédulas e outros documentos, além de um elevador construído em madeira de lei.
A preservação é, inclusive, um dos objetivos centrais do espaço, que também tem mais de 11 mil peças das ruínas do antigo Recife, entre caixas, materiais de construção, pedras e outros. Tudo isso pode ser visto através de um piso de vidro logo acima do térreo, tornando a visão ainda mais impressionante. História, artes e cultura, tudo abrigado em um dos edifícios mais bonitos da cidade, presente atemporal para os recifenses.
Paço do Frevo: museu e centro de referência da cultura recifense
É difícil imaginar algo tão recifense quanto o frevo. Uma das manifestações culturais que mais representa o estilo e características da cidade, ele possui tanto encanto que é reverenciado no Brasil e no mundo inteiro. Não é para menos que, no ano de 2012, ele foi considerado Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco. É nesse contexto de reconhecimento e homenagem que surge um dos museus mais interessantes da capital pernambucana e que faz a sua parte louvando a dança e suas manifestações: o Paço do Frevo, localizado no centro histórico do Recife, em frente à Praça do Arsenal.
O Paço foi inaugurado em 2014, resultado de uma parceria entre a Prefeitura do Recife e o Iphan, a Fundação Roberto Marinho e o Governo Federal. Seu objetivo é o de difundir a história do frevo e seu impacto cultural, capacitar nas áreas de dança e música, fomentar pesquisas, proteger a memória e ajudar a desenhar o legado do frevo no mundo.
Quem o visita se depara com uma linha do tempo das origens do ritmo, desde 1900 até os dias atuais, passando pelas agremiações, personagens célebres e, claro, pela presença histórica do frevo no Carnaval do Recife e de Olinda. É um lugar para viver e experimentar cultura, aprendendo sobre ela, resgatando suas memórias e criando outras, novas, através de oficinas e apresentações musicais fantásticas. Mais do que um simples passeio, a ida ao Paço do Frevo simboliza um encontro íntimo com o Recife.
Centro de Artesanato de Pernambuco: economia que floresce através da arte
Não é segredo que o Recife dá aula de economia criativa para as capitais do país. Com uma cultura rica, diversa e atemporal, a cidade se abastece e alimenta o mundo inteiro com o que produz artisticamente, se desenvolvendo e prosperando por meio da sua arte. É possível entender esse fenômeno com clareza ao pisar no Centro de Artesanato de Pernambuco, visita essencial não só para os turistas, mas para qualquer pessoa que admira e valoriza a arte.
O Centro de Artesanato teve investimento de mais de R$ 6 milhões em sua instalação e foi construído no Marco Zero, na beira do rio, em uma área de 2.511 metros quadrados. Por lá, fomenta-se a cultura, há estímulo à economia e valorização dos artistas locais. Há um contato íntimo entre o público e os artesãos e artistas que expõem no centro, dinâmica que explica o seu sucesso. Além dos objetos à venda, beleza é o que não falta no local, com sua iluminação, corredores amplos e uma vista inesquecível.
Casa Zero: espaço de conexões
Situada na Rua do Bom Jesus, a Casa Zero é um local de conexões e de novos começos. Primeiro shopping sociocultural do Brasil, o espaço, idealizado pelo empreendedor social Fábio Silva e estruturado com apoio da Prefeitura do Recife, foi inaugurado em 2022 com o objetivo principal de promover cultura, criatividade, voluntariado e inovação, novos negócios e ações sociais.
A Casa Zero ocupa dois casarões com vários ambientes distribuídos por quatro andares. Neles, a população recifense pode usufruir de espaços com projetos educacionais e culturais de ONGs, oficinas de artesanato, cozinha gourmet, coworking, biblioteca, sala de inovação, estúdios, entre outros. Além disso, organizações e iniciativas sociais podem expor seus projetos e produtos para que consigam gerar renda. É um lugar pensado para servir a comunidade e um espaço onde a comunidade serve à cidade.
Casa da Cultura: antiga prisão hoje é reduto do artesanato pernambucano
Tombada pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), a Casa da Cultura abriga símbolos da arte popular. No espaço, localizado no bairro de Santo Antônio, é possível encontrar artesanato pernambucano do litoral ao Sertão, como xilogravuras, bonecas de pano, redes e produtos de cerâmica. Mas o comércio é só um dos atrativos do lugar, construído em 1850.
Na época, a então Nova Casa de Detenção do Recife foi inspirada no modelo de penitenciária na França, sendo inaugurada em 1855, no formato de cruz. O local funcionou como penitenciária por mais de 100 anos antes de se transformar na Casa da Cultura, mas ainda é possível notar, durante a visita por seu corredores, as celas que abrigaram nomes como o romancista Graciliano Ramos.
Casa do Carnaval: ponto de encontro dos amantes da folia
Há mais de 30 anos, a Casa do Carnaval, localizada no Pátio de São Pedro, fornece um acervo valioso da mais famosa festa pernambucana, entre livros, fotografias, objetos, catálogos e partituras. A mistura de som e multidão, em que o frevo se insere, é percebida em detalhes na documentação que serviu de fundamento para o ritmo se tornar Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
Além disso, na Casa do Carnaval também é possível entender mais sobre outras expressões da cultura popular vividas em festejos como São João e Natal. O local possui uma agenda cultural efervescente, recebendo lançamentos de livros, ciclos de debates, oficinas e apresentações culturais.
Embaixada de Pernambuco: passeio pela arte e alegria dos símbolos do Carnaval
As maiores celebridades do Brasil e do mundo reunidas em um só lugar. A Embaixada de Pernambuco é um espaço cultural estruturado para receber turistas e recifenses interessados na magia da nova geração dos tradicionais bonecos de Olinda para além do Carnaval.
A Embaixada, que fica em um casarão histórico na Rua do Bom Jesus, no Bairro do Recife, conta com uma exposição permanente de 63 criações, dentre os 300 existentes da nova geração. No local, estão as representações de Alceu Valença, Michael Jackson, Chacrinha, Ayrton Senna, Chico Science, Dominguinhos, Luiz Gonzaga e outros.
MERCADOS
Mercado de São José: onde se alimenta o corpo e o espírito
O Mercado de São José tem uma aura toda especial. No passado, já foi palco de apresentações de mágicos, músicos e acrobatas. Por lá, ouviam-se os sons de pandeiros, sanfonas e o surgimento de inúmeras manifestações artísticas tipicamente recifenses. Hoje, ele segue abrigando cultura, acomodando artistas e seus artesanatos em barro, couro e tecido, além dos comerciantes de produtos místicos, próprios das religiões de matriz africana, ervas medicinais e especiarias. Inaugurado em 1875, o mercado tem inspiração parisiense, mas seu pé é bem fincado no Nordeste do Brasil.
O contexto histórico que permitiu a construção do Mercado de São José foi o da Revolução Industrial, transformação global que se refletia em uma nova concepção de projetos arquitetônicos. O protagonista dessa nova perspectiva era o ferro, um novo material que brilhava na construção de trilhos, estações de trem e até armazéns. Ele foi usado em todas as peças da obra, importado da Europa. O projeto do mercado foi uma encomenda da Câmara Municipal do Recife e teve como responsável o engenheiro Louis Léger Vauthier. Apesar de ter sido concebido como uma construção de inspiração francesa, o empreendimento foi adaptado para o clima tropical do Recife.
Assim, foi criado um enorme centro de abastecimento alimentar para a cidade. Por lá, os moradores encontravam carnes, peixes, frutas, verduras, farinha; mas não só isso, eles também podiam se abastecer de música, literatura e artesanato, graças à presença frequente de cantadores, poetas e outros artistas por ali. Até hoje, o Mercado de São José revela o Recife mais popular, aquele que se experimenta no dia a dia.
Mercado da Boa Vista: um tesouro do bairro mais central do Recife
Localizado no coração do Recife, o Mercado da Boa Vista encanta os visitantes com sua atmosfera vibrante e repleta de cores, sabores e histórias. Erguido no século XIX, é um endereço que une utilidades e boemia. Isso porque seus mais de 60 boxes se dividem entre a comercialização de objetos para o lar e o melhor da culinária regional. Ou seja, por suas vielas, é possível comprar frutas, verduras e frios, mas também degustar um saboroso café da manhã ou almoço típico, tudo em um mesmo lugar. Antigamente, onde hoje está o mercado, funcionava uma estrebaria e o cemitério da capela que hoje é a Igreja de Santa Cruz.