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O que é medicina baseada em evidência e como ela pode ajudar na segurança e qualidade de sua saúde

Natalia Cabrini é diretora de estratégias de mercado da Wolters Kluwer Health no Brasil, empresa líder em tecnologia clínica e soluções baseadas em evidências. - Inspiração Saúde

A pressão em torno do sistema de saúde, tanto em esfera pública como privada, no Brasil, sempre foi gigantesca. Em tempos de pandemia isso fica ainda mais evidente. Muitas das questões que acabavam ficando mais restritas ao ambiente das instituições da saúde, acabaram sendo evidenciadas em um âmbito mais geral, para a população. É fato que aprendemos e nos envolvemos, de certa forma, muito mais com a nossa saúde e aspectos relacionados à segurança e qualidade. O que, para falar a verdade, é o correto.   

Um desses pontos é a importância de médicos e profissionais da saúde contarem com o apoio de informações científicas e de qualidade para tomarem a decisão a respeito do melhor caminho a seguir em cada caso. Principalmente, levando em consideração que conhecimento científico é algo mutante e em constante evolução. Novas doenças, novas drogas, tratamentos e testes de diagnósticos surgem todos os dias. E tudo isso traz não somente uma série de possibilidades diferentes de agir para tratar o paciente, bem como dúvidas.  Ou seja, é humanamente impossível que os profissionais de saúde saibam tudo e acompanhem a velocidade desses avanços para garantirem o melhor cuidado ao seu paciente.  Isso não os faz melhores e nem piores médicos. 

Para se ter uma ideia, uma pesquisa realizada internacionalmente pelo time da Wolters Kluwer Health, revelou que aproximadamente duas em cada três consultas geram uma dúvida clínica e os médicos têm, aproximadamente, 11 dúvidas por dia, sendo que apenas 40% delas são resolvidas de “bate e pronto”. Tem também outro ponto: é complicado prever quando uma doença está prestes a transformar-se em uma ameaça à segurança da população. E, quando isso acontece, lidar com uma pandemia – como bem temos visto – não é tarefa fácil. 

É exatamente o que estamos vivendo. Provocada por um dos vírus mais contagiosos da história da humanidade, a COVID-19 propagou-se rapidamente, requerendo um engajamento geral para viabilizar a luta e o controle de sua disseminação. Primeiro a carência de informação e, em seguida, uma enxurrada delas, em grande parte não confiáveis.  

Outro aspecto, que transcende o cenário atual, é a divergência no nível de conhecimento médico. Cada profissional estudou em determinada universidade, participou de congressos e desenvolveu a sua bagagem e olhar únicos. Essa questão torna-se ainda mais alarmante em um país extenso como o Brasil, onde as condições de trabalho e estudo, somadas às questões culturais, fazem com que exista uma enorme diferença no tratamento clínico de uma região para outra. O que se denomina variabilidade do cuidado. 

E aí que voltamos ao ponto inicial: a medicina baseada em evidência. Supostamente, você segue se perguntando do que se trata isso e como ela está relacionada ao cenário descrito acima. 

Em linhas gerais, a medicina baseada em evidências consiste na aplicação do método científico a toda a prática médica e ao estabelecimento de protocolos a serem seguidos com base em pesquisas.  Esse tipo de informação está disponível em livros, artigos científicos, nos protocolos em papel feitos pelos hospitais, claro.  Porém, é importante lembrar de que quando falamos da decisão que um médico tem que tomar em relação a nossa saúde, não há tempo a perder. É preciso que sua dúvida ou mesmo que uma proposição de diagnóstico ou tratamento seja respondida de forma rápida, concisa e com informação de qualidade.  É aí que juntamos a esse cenário a tecnologia o que chamados recursos de suporte à decisão clínica. 

Ao contrário do que muitos pensam, não estamos falando de substituir ou até mesmo menosprezar o conhecimento do médico. Isso é insubstituível. Como o próprio nome já diz, esse tipo de recurso, apoia os médicos nas melhores decisões, pois reúne e combina tecnologias avançadas, como inteligência artificial, com o conhecimento e o trabalho de pesquisa científica de centenas de especialistas espalhados pelo mundo todo.   

O objetivo é trazer segurança, evitar erros médicos, tanto no diagnóstico, como na prescrição de medicamentos, aumentar a qualidade do atendimento e, ao final, ter a cura ou melhor resultado possível para aquele tratamento, sem onerar os pacientes e nem o sistema de saúde. O que no “mundo de saúde” chamamos de garantir a “efetividade clínica”. 

Os recursos de suporte à decisão clínica e a medicina baseada em evidência já tem sido usado no mundo todo e no Brasil também. Na pandemia, especialmente, têm sido fundamentais.  Inclusive foi pensando nisso, que a Wolters Kluwer disponibilizou gratuitamente o 19, que reúne informações sobre as atividades de pesquisa clínica realizadas por médicos do mundo todo, trazendo insights preditivos para orientar ações; e também uma série de tópicos atualizados sobre a  doença e recursos para clínicos e educação do paciente. Esses recursos seguem disponíveis. 

Além disso, esse tipo de tecnologia é usado como critério, inclusive, para que os hospitais tenham seus padrões de qualidade alinhados e reconhecidos por instituições de renome mundial, o que na prática atesta que os cuidados que recebemos em aderência ao que há de mais avançado na medicina. 

Essa combinação salva-vidas e permite ao médico dedicar o seu preciso tempo ao que realmente interessa: nós, os pacientes.  Sem falar que ajuda a nivelar o conhecimento e permite que todos estejam na mesma página, garantindo que uma mesma doença seja tratada da mesma forma independente da região ou do hospital. 

Natalia Cabrini é diretora de estratégias de mercado da Wolters Kluwer Health no Brasil, empresa líder em tecnologia clínica e soluções baseadas em evidências.

 

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