Covid-19: coma frutas, verduras e legumes e use máscara!
A Organização Mundial da Saúde (OMS) informa que um estilo de vida saudável pode ajudar na prevenção e no tratamento do COVID, porém considerando o risco de pandemia, as recomendações da OMS e das autoridades de saúde para ficar em casa devem ser seguidas.
Essas medidas aumentaram a ansiedade, o tédio, o estresse e a depressão devido a emoções negativas como medo de ser infectado, exclusão social, incertezas e outros sentimentos que são influenciados pelo estado nutricional, dieta e hábitos diários. Estímulos estressantes combinados com um perfil nutricional fraco podem provocar um efeito adverso na saúde mental e diminuir a resposta imune.
Como consequência da interrupção das atividades diárias, a redução da atividade física e o maior consumo de ultraprocessados, estão sendo observados. De acordo com pesquisa realizada recentemente com 726 adolescentes de vários países, o Brasil liderou o ranking com maior prevalência de inatividade física antes e depois do isolamento social. Este resultado, reforça a importância de promover um estilo de vida saudável, entre eles exercício e dieta alimentar, durante esse período de confinamento.
Visto que nas infecções virais há grande estresse oxidativo, devido à alta produção de espécies reativas de oxigênio, um dos principais objetivos é a manutenção do equilíbrio oxidativo e a preservação do sistema de defesa para reduzir o risco de contágio ou superar a infecção.
A importância de hábitos alimentares equilibrados, que incluem quantidades adequadas de antioxidantes para manter o sistema imunológico, através do consumo de alimentos sazonais, locais e frescos como frutas, verduras, legumes, azeite, grãos inteiros e com baixa ingestão de alimentos processados, tornou-se cada vez mais relevante durante a pandemia.
“Que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio”, frase dita por Hipócrates há mais de 2.400 anos, descreve a capacidade de alguns alimentos tem de curar ou prevenir doenças.
A comunidade científica tem indicado o consumo acima dos níveis atualmente recomendados de certos minerais, vitaminas e antioxidantes como selênio, zinco, vitamina D, compostos fenólicos e outros, com o intuito de desenvolver terapias antioxidantes eficazes para pacientes com COVID-19 e melhorar o funcionamento imunológico na resistência à infecção. No entanto, as necessidades dietéticas entre as populações podem variar.
No Brasil apesar da alta insolação, a hipovitaminose D é bastante comum, o que constitui um risco adicional às infecções do trato respiratório e à resposta do sistema imunológico da população. A vitamina D pode desempenhar um papel na prevenção e controle de infecções do trato respiratório, que podem incluir a pandemia de Covid-19, especialmente entre a população idosa, porém mais estudos são necessários com urgência para investigar se o nível adequado ou a suplementação podem diminuir a gravidade da doença.
O status de vitamina D pode ser obtido por meio de exposição solar adequada e alimentos como salmão e outros peixes oleosos, óleo de fígado de bacalhau, gema de ovo, leite e cogumelos secos ao sol. Para quem não mora em casas com jardim, a exposição solar pode ser obtida através de janelas abertas ou varandas.
O zinco, presente nas carnes, semente de abóbora, amêndoas, nozes e castanhas, desempenha um papel essencial na saúde humana, melhora a resposta antiviral e ajuda a inibir a replicação viral ou os sintomas que ela causa.
O consumo diário de 2 castanhas do Pará (castanhas do Brasil), pode suprir a necessidade diária de selênio e melhorar a resposta imune ao vírus.
Sabe-se que existe uma conexão entre o cérebro e o trato gastrointestinal, tendo a microbiota o poder de influenciar positivamente o cérebro. Os compostos fenólicos, presentes nos vegetais, funcionam como prebióticos e modulam as bactérias intestinais, desencadeando papel essencial no funcionamento imunológico e na resposta a episódios de estresse. Uma revisão sistemática do papel dos flavonóides contra COVID-19 descobriram que esses fitoquímicos inibiram o ciclo infeccioso viral ao desativar as proteínas envolvidas.
O corpo humano é formado por aproximadamente 100 trilhões de células, das quais 50 bilhões se renovam a cada dia. Para que todo esse processo ocorra, são necessários inúmeros nutrientes, desta forma os órgãos conseguem desempenhar seus papéis de forma esperada, proporcionando saúde ao indivíduo.
Tendo em vista o alto estresse oxidativo ocasionado pelas graves infecções causadas pelo COVID-19 além de perturbações sociais em que a população está vulnerável, o consumo de alimentos in natura ou minimamente processados e a redução da ingestão de alimentos ultraprocessados se faz necessário para combater esse desequilíbrio e ajudar o corpo a manter a saúde integral e desempenhar todo esse processo com maestria.