Logo Folha de Pernambuco

30 Anos de Sustentabilidade (Final)

O Futuro da Estabilidade do Real: Riscos e Tendências

Canva

Neste último texto sobre os 30 anos do Real, não poderia deixar de mirar para o futuro e tratar sobre os riscos e as tendências do Plano. Claro que considero aqui a estabilidade macroeconômica conquistada. Mais precisamente, a partir da perspectiva de um panorama histórico recente, que foi capaz de ser extraído do desempenho alcançado pela economia brasileira.

Mesmo que diante do sucesso do Plano, momentos de instabilidades circunstanciais puseram alguns riscos no percurso. À luz do que pode revelar quaisquer situações de experiências, quero entendê-los e estendê-los, como genuínos aprendizados. Assim, nessa trajetória das três décadas, cada ameaça advinda de um desequilíbrio fiscal, de alguma pressão para que a taxa de juros recuasse "por decreto", ou mesmo, de certas instabilidades cambiais, tudo isso se deu num "modo controlável". Sem que esses "choques" fossem capazes de gerar um "curto circuito" no firme controle da "memória inflacionária".

Numa visão de futuro que se possa projetar para os próximos anos, décadas, ou o que sirva de referência temporal, a lição maior está, justamente, na preocupação de se manter o tripé macroeconômico sob rédeas curtas (fiscal, monetário e cambial). Essa "vigilância" precisa ser municiada tão somente pelos valores e rigores técnicos das equipes responsáveis pelas gestões econômicas. É preciso adensar essa preocupação com o fortalecimento dos compromissos políticos, que se acostumaram a ser distanciados da realudade econômica, quando o assunto é garantir uma estabilidade sustentável.

Por se entender que o Real foi consolidado e que a sociedade não deseja reviver os duros tempos da "espiral inflacionária", não se pode aqui projetar tendências contrárias à tal alinhamento. No sentido, repito, de se ter os controles técnicos e políticos em perfeita sintonia. Afinal, não se pode cogitar alguna razão para se ver uma construção social de 30 anos, ruir e dai trazer de volta um tempo que não merece qualquer instante de saudade.

O desafio está posto, para os técnicos e políticos que queiram ver a economia avançar nos seus sinais de vitalidade. Seguir nesse empenho é assegurar a estabilidade e dela construir um sonhado desenvolvimento: justo e sustentável.

Veja também

Newsletter