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A Condução do Carro Automático Pede Atenção nos Pedais

É Preciso que os Pilotos dos Possantes da Política Econômica Saibam Dosar Aceleração e Freio

Pixabay

No meio de uma aprovação de 52% entre ótimo e bom, além de uma confiança no futuro de quase igual dimensão (51%), este terceiro governo Lula segue sua trajetória de razoável estabilidade no plano econômico. Os indicadores são de um recente relatório da FEBRABAN, sob os auspícios da pesquisa contratada junto ao IPESPE. A análise prévia do que está colocado conceitualmente como estabilidade na economia, representa minha singela opinião. E neste contexto que simulo minha analogia alegórica com o mundo automotivo, em termos da operação automática entre o freio e o acelerador de um simples carro.

Se por um lado tenho me surpreendido com a postura da dupla fazendária Haddad e Galípolo, por outro, não tenho como desconsiderar as preocupações com a falta de controle da inflação e seus efeitos contracionistas sobre os lados fiscal e monetário da política econômica. É o que está expresso pelos atos e pelas atitudes das autoridades monetárias. 

Já expus aqui na coluna de que não vejo motivos para desacreditar no trabalho da equipe econômica, aqui inserida pelo papel auxiliar da equipe do ministério do planejamento. A baliza  oferecida ao mercado pelo tal arcabouço sinaliza para uma razoável credibilidade. Só não a vejo como plena, porque os nuances estão muito mais vistos pelas lentes da receita. Por mais que se tenham brechas para crescer a arrecadação, sem grandes impactos reativos dos contribuintes atingidos, a aposta por direcionar a estratégia para o controle de certos gastos, também teria um efeito demonstração de se acreditar na habilidade política. Um gesto de extrema relevância, que poderia see traduzido por controles no custeio da máquina e na coragem para reagir diante de certos corporativismos. Ou seja, uma proposição de cortes que, em nada tem a ver com o espírito oportuno de se "por o pobre no orçamento". Os pilotos da escuderia econômica do governo, destinados a pisarem no acelerador dos gastos sociais  necessarios, teriam que agir do mesmo modo, ao sentirem a necessidade de frear diante de despesas mais adiposas.

Um ponto que ainda me cabe nessa reflexão. Refiro-me ao controle da inflação. É preciso entender a composição atual desse indicador, por conta dessa ideia míope de só vê-la pela pressão que advém da oferta. Os números revelam uma força dos efeitos gerados sobre os preços, que se originam pelo lado da demanda, sobretudo na prestação dos serviços. É justamente essa percepção que faz com que o Banco Central mantenha uma das suas competências institucionais. Neste caso, a de atentar para o descontrole da inflação. Assim, diante de uma inércia dos preços elevados, que têm sido praticados pelo setor de serviços, a resistência por baixar os juros é um fenômeno que foge das decisões políticas. A esperança está no recuo dessa expectativa inflacionária, para que a taxa de juros comece a ceder. Algo que, certamente, não se dará como resultado da próxima reunião do COPOM.

O carro da economia está em versão automática. Não cabe mais estabelecer as regras para uma economia em marcha forçada. No modelo  automático atual, o que é vital tem tudo a ver com a atenção nos pedais. A habilidade esperada para essa condução cabe apenas ao tino de cada piloto da equipe. Ao comando da escuderia, parece-me melhor crer nos resultados.

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