A Economia e o "Homo Sustineri"

Alfredo Bertini - Divulgação

Passei os últimos dias com uma espécie de "barômetro da sustentabilidade" em mãos. Explico: a pressão exercida pela causa da sustentabilidade, diante das tantas aflições da sociedade moderna, terminou por me por diante de um reforço no pensar a Economia, enquanto ciência que se faça atual. Ou seja, por essa nova consciência, que ela possa dar resposta aos anseios de uma sociedade hoje bombardeada pela inovação e informação. Além dos mísseis enviados por alguns insanos.

Também não quero me ater ao absurdo das queimadas, que expuseram boa parte do território brasileiro ao status do "irracionalismo ambiental". Vou-me concentrar na minha modesta contribuição de insistir na importância preservacionista. Pelo futuro dos meus netos, cabe esse esforço particular de ser um "ser sustentável". Ou melhor: um "homo sustineri", com o perdão da erudição.

Aqui, sigo o sábio pensamento de Millor, de que na literatura, o melhor está nas velhas escritas. Por isso, nesse tom erudito, fui buscar no latim uma expressão que atenda às demandas de uma sociedade moderna que, efetivamente, precisa viver de modo sustentável. Aliás, se antes imaginava que o "homo" para ser "sapiens" precisava ser "culturae", assumo nessa linha de pensar, que é essencial que ela assuma ser também "sustineri". Portanto, que sua maior sabedoria esteja em poder celebrar a vida. É nisso que qualquer Economia precisa se inspirar.

Entre palestras que proferi e outra que assisti, nos últimos dias, aceitei a importância de poder contribuir, como "pacato cidadão da civilização" (obrigado Skank). Que bem acima do pensar, também é vital agir do modo sustentável. Isso vale ser considerado na macrovisão de se rever conceitos e planos que tratem do desenvolvimento socioeconômico. Assim como, nas análises específicas, considerar que conceitos e práticas microeconômicas precisam ter a humanização das relações como eixo. Seja qual for a direção que caiba à Economia, a revisão de conceitos e a atribuição de valores para os sistemas educacionais, as identidades culturais e as inovações científico-tecnológicas servem de pontos de partida para que se instaure, de verdade, os sólidos fundamentos para um mundo sustentável.

Assim, valerá à pena liberar o "homo sustineri" que está dentro de cada um de nós. 

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