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A Hora e a Vez de Salgado Franco, o Super Sincero

Entre a Decisão Política pela Política Social e a Precaução Econômica pelo Controle Fiscal

Pixabay

Chamava-se Salgado Franco um dos personagens mais marcantes da dupla Fernanda Young e Alexandre Machado. Essa inspiração ganhou vida nas telinhas no papel do Super Sincero, por conta da forma compulsiva com a qual só expunha a verdade. 

De pronto, em tempos pautados por fakes instigantes e irritantes, falar a verdade é imperativo, embora no mundo inspirador daquele casal de roteiristas, agir assim - de modo tão sincero - possa causar situações constrangedoras, mesmo que recheadas de um humor que expressasse fatos de um cotidiano banal.

Não estou a insinuar nada além do que a essência que exalava de alguém tão "salgado" no trato, quanto franco no que tem a dizer. O personagem é fantasia, mas a realidade cotidiana dessa sociedade brasileira, tão perplexa quanto dividida, carece de transparência e verdade. Extrapolo na minha tese quando sugiro aos membros da transição do proximo governo de Lula e até os  possíveis condutores, mas equilíbrio e sensatez em áreas inflamadas. 

Quero dizer com isso que não há como tratar o imediatismo da política de proteção social como uma situação de confronto com a necessidade de controle fiscal. É preciso encontrar os pontos de convergência possíveis, por mais amargos que sejam os caminhos para conquistá-los. E há como fazê-los por acontecerem. Habilidade e paciência são fundamentais. E uma boa dose de inspiração em Salgado Franco. 

Um exemplo atual está na recente correria junto ao Congresso, em nome da necessidade de se impor uma PEC que permita o futuro governo de descumprir o teto de gastos. Diga-se de passagem, uma proposição que esteve presente na maioria das candidaturas. Até mesmo a própria situacionista, que enfiou os pés pelas mãos, ao vender ideologicamente a supremacia fiscal, mas foi rendida pelo populismo de uma gastança, cuja farra lhe concedeu quase um R$ 1 bilhão em rombos no tal teto. Isso durante os quatro anos, respeitadas as urgências impostas pela pandemia, a contragosto do que desejava fazer o governo.

A hora e a vez é de Salgado Franco. Antes ele, que encarar outro personagem clássico, este oriundo do universo crônico do genial Nélson: o Sobrenatural de Almeida.

Em nome de um mínimo de equilíbrio, que concilie os planos fiscal e social, é preciso fazer essa hora do consenso e não esperar acontecer uma nova linha de confronto.

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