Logo Folha de Pernambuco

A importância do valor da humanização nas atividades econômicas (I)

A miséria da pandemia e a pandemia da miséria: a piora da concentração de renda

Iniciei esta semana com um propósito bem definido, com relação à temática a ser tratada pelos textos das próximas colunas. Na essência, minha intenção é mostrar o quanto é vital pensar e tratar de humanização no Brasil de hoje. E essa essência tem toda uma relevância sobre os rumos da nossa economia, tamanha é a expressão do custo social que pesa sobre os ombros de cada brasileiro.

No texto de hoje farei uma breve abordagem sobre a piora na concentração de renda, verificável durante o ensejo da pandemia. Seguirei nessa toada de relevar a humanização definida em mais outros temas sociais de impacto econômico.

Dada a convicção de que outros tantos brasileiros foram então acrescidos ao "estoque da pobreza", tratarei no segundo texto  sobre o custo social desse quadro. Aqui, ao se aferir o tamanho dos miseráveis também pela baixa da humanização, preconceitos estruturais e agressões gratuitas se tornaram mais comuns. Em suma: a nossa concentração de renda aumenta, a pobreza ocupa seu espaço e um certo sentimento de aporofobia (uma aversão aos pobres, que se manifesta pelos atos de preconceito e violência).

Para concluir essa linha de raciocínio, o último texto revela o melhor caminho para transformar, por meio da humanização: investir na educação. Pena que essa solução se põe também como algo inalcançável, tamanho é o descompromisso e o abandono pela causa educacional.

A expressão que resume o aumento da desigualdade promovido pela concentração de renda é o choque causado pelos poucos ricos diante da imensidão dos muitos pobres. E isso foi constatado dentro do período da pandemia, de acordo com o relatório da OXFAN, apresentado nesses dias no Fórum Econômico Mundial, em Davos.

De fato, 573 novos bilionários se juntaram a pouco mais de 2000 e constituíram uma fortuna de aproximadamente US$ 13 trilhões ou 14% do PIB global. Isao corresponde três vezes mais que os números obtidos no ano 2000. Vale dizer que os 10 mais ricos do mundo possui mais riqueza do que  40% da população mais pobre, que é algo equivalente a 3,1 bilhões de pessoas. Um exemplo de brutal distorção. 

O danado desse indicador é extrair uma conclusão de que o custo dessa desigualdade, recém ampliada pela pandemia, foi e tem sido pago com vidas humanas. Eis o mistério desafiador que precisa ser revelado e buscado pela sociedade consciente que ainda não abriu mão da luta: resgatar a humanização.

No próximo texto irei justamente falar sobre o custo social das perdas humanas, causadas pela piora da distribuição de renda. Tudo ainda acrescido de doses cruéis de soberbas, preconceitos e agressões. 

A miséria explícita que uma pandemia é capaz de provocar (a gravidade de uma crise sanitária) gera também uma verdadeira pandemia de miséria (crescimento da pobreza).

Veja também

Motociclista morre após colidir com cavalo na BR-101, em Igarassu; animal também morreu
GRANDE RECIFE

Motociclista morre após colidir com cavalo na BR-101, em Igarassu; animal também morreu

Bolsonaro nega participação em trama golpista e admite possibilidade de prisão
INDICIADO

Bolsonaro nega participação em trama golpista e admite possibilidade de prisão: "Pode acontecer agora"

Newsletter