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Adote-se o "nem 8, nem 80" no agronegócio

Atitudes extremas não aproximam os negócios dos ideais sustentáveis

Pixabay

Minha ideia hoje seria a de ocupar a coluna com algumas observações sobre as expectativas da nossa macroeconomia. Não só pelo esperado anúncio da nova âncora fiscal prometida pela equipe econômica. Também pela avaliação do impacto, ainda em processamento, sobre a economia brasileira, devido ao abalo recém-ocorrido no sistema bancário dos EUA. Como tais fatores projetam para a análise simulações ainda incompletas, melhor por hoje seguir a linha dos textos anteriores. Neles, diante da resiliência de posições extremas a respeito de outros temas econômicos, fiz uma defesa aberta em favor do equilíbrio, da cautela analítica que precisa ser melhor operada.

Assim, antes de trazer à tona essa instabilidade causada pela insegurança nas expectativas, que tal comentar sobre um tema que parece nutrido pelos antagonismos mais extremos? 

Entre vilão da sustentabilidade e fio condutor do melhor exemplo de empreendedorismo, quero tratar hoje do agronegócio. Aqui não valorizo análises sob efeito de uma miopia aloprada, todas incapazes de enxergar o que se extrai de positivo. Seja pelo dinamismo econômico ou pela consciência ambiental. O importante é que há meios de se ajustar uma intersecção plenamente satisfatória. Sem as estéreis e histéricas exarcebações ideológicas.

Foi-se o momento que, há quase um século, o setor agrário-exportador exerceu seu papel como núcleo dinâmico de toda economia brasileira. Mantidas as devidas e distintas condições, os negócios da agricultura hoje (sobretudo, aqueles fortemente vinculados  as exportações) não correspondem ao núcleo dinâmico, naquele sentido de exercer uma maior contribuição para a formação do PIB. No entanto, diante do recuo sistemático de outros setores, bem mais submetidos aos rigores das crises, têm sido importantes amortecedores, nas recentes quedas do nível de atividade da economia brasileira. Claro que há uma importância a relevar por todo esse desempenho, ao olharmos os resultados pelas lentes econômicas. Ir além disso, num contexto outro que evidencie os resultados ambientais, precisa ser algo de uma métrica, cuja régua não torne inviável o conceito e a organização econômica. Afinal, se esse efeito se revela aliado a uma meritória consciência ambiental, há que se realçar o esforço para tal e a conquista alcançada. Tenho cansado de ouvir relatos e ver experiências, todos reveladores da consciência de produtores e das pesquisas científicas de Universidades e da EMBRAPA. E quando a sociedade se rende às evidências de quem sabe instrumentalizar a ciência e tecnologia a favor das causas ambientais, tem-se que tirar o chapéu. Quando os exemplos de produção animal representam inúmeros  exercícios de racionalidade no manejo, justo por respeitar os valores sustentáveis, não há o porquê de considerar tal esforço como insustentável. 

Por essas e outras, sigo na pegada da minha tese sobre as possibilidades de equilíbrio: nem 8, nem 80. Que os muitos exemplos de negócios agrícolas com compromissos sustentáveis sejam bem mais inspiradores.

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