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Adote-se o "Nem 8, Nem 80" no Trato das Relações de Trabalho

Atitudes Extremas Só Aproximam uma Essência Secular de Discórdias

135 anos se passaram, desde o fato histórico dos brevíssimos termos da Lei Áurea, para a sociedade brasileira constatar a pseuda liberdade de trabalhadores negros e escravizados. A  profecia de Nabuco sobre uma provável modo diferenciado de "senzalização" se consagrou por todo esse período, sobretudo, através das ações políticas desprestigiosas que tornaram o modelo de educação excludente. Ademais, o assalariamento que derivou da decisão por uma abolição incompleta do trabalho escravo, levou quase metade do tempo que aqui referenciei, para que algumas conquistas trabalhistas fossem assimiladas. Quase duas décadas depois da mudança do núcleo dinâmico da economia: do agro-exportador para a industrialização.

 

De fato, por trás desse processo socioeconômico, uma constatação histórica que bem explica a resistência da exclusão como variável determinante da construção social brasileira. Assim, pelo olhar que faço na direção do escapismo da sociedade em encarar os preconceitos estruturais com a devida coragem, temo que a manutenção desse comportamento ainda nos dias de hoje, perpetue-se como óbice daquele objeto maior de promover a redução nas desigualdades.

 

Infelizmente, enquanto importante condicionante socioeconômico, as relações de trabalho no Brasil parece mesmo sw pautar por atitudes extremas. Por um lado, o retrocesso histórico e mental (isso mesmo) que ainda se traduz por práticas do século XVIIII, onde indícios de trabalho escravo prevalece. Do outro extremo, o esforço inoportuno  pela manutenção de um aparato trabalhista que, nos tempos atuais (da revolução digital e das facilidades do home office), não se coaduna com as regras dos anos 50).

 

Nesse meio termo do "nem 8, nem 80", a dificuldade por avançar na direção de uma realidade pragmática, o processo econômico atual ainda se esbarra na qualificação profissional. No mundo das exigências que dependem de um fenômeno tratado como "conexismo" (que depende de quem faz conexões e não de generalistas ou especialistas), tornam-se vitais a cognição, o acesso à informação e o domínio de tecnologias, uma excelência de padrão no capital humano que só a educação pode ser capaz de promover.

 

Danado é que nesse contexto já desafiador, que envolve as relações de trabalho, não menos secular é também o problema estrutural que prescide da maior de todas as prioridades públicas: a educação. Justo quem represente o maior exemplo do buraco que distancia o discurso da prática.

 

De fato, é lamentável ter que admitir essa verdadeira tragédia brasileira. Se, pelo menos, os esforços  fossem para contornar as bombas de efeito retardado armadas contra a formação de capital humano, esse princípio político teria lá sua validade. Ao lado das conversas fiadas em torno de prioridades, a velha imprevidência demográfica do século passado também  foi capaz de fomentar todo prejuízo que gerou (e continua a gerar) o naufrágio educacional. Vale exercitar mais reflexões em termos das futuras apostas. Quem sabe...

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