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Agendas populistas e instabilidades põem a economia em xeque

Cuidado: insistir no populismo em plena crise é se arriscar à beira do abismo

Pixabay

Todo cuidado é pouco quando fatores que impõem riscos cruzam os caminhos. Se qualquer processo eleitoral em si já embute alguns apegos ao populismo político, mostra-se preocupante a insistência apelativa, numa situação de crise econômica aguda, conforme apontam os cenários. Diante de tamanha instabilidade mundial e local, que acomete a política e a economia, cautela e equilíbrio para as tomadas de decisões nessas áreas são essenciais.

De fato, se o cenário econômico mundial já emitia sinais de mudanças antes da pandemia e da guerra russo-ucraniana, quero crer que um redesenho ordenativo poderá ser considerado no ponto imaginário do "day after" dessas situações exógenas de gravidade. Tentarei ilustrar com brevidade essa provável configuração e dela deverei inserir um certo nível de preocupação que possa advir de ações populistas. Tudo na intenção de mostrar o quanto os sistemas econômicos (mundial e local) foram afetados.

Antes desses fatores que  trato como exógenos (pandemia e guerra), parece-me defensável uma tese de que estava em curso um processo de, no minimo, questionar-se a "ordem econômica vigente". 

Por um lado, uma ideologia crescente em torno de um movimento anti-establishment, de se negar na generalidade as instituições constituídas e até bem consolidadas. Uma linha de pensamento que contagiou uma parte considerável de quem atua nos movimentos políticos, rejeitando o próprio meio de se fazer a política. Enfim, o que se julgava pelos adeptos como entes sistêmicos, da ONU, do Banco Mundial até a formação dos poderes públicos (executivo, legislstivo e judiciário), tudo era descabido.

Em seguida, amparados em tal discurso, alguns exercicios práticos de figuras tidas como novos lideres, tratados como "outsiders", capazes de não só dar as cartas da política e da economia. Mais além, também considerados como alinhados a uma revisão dos velhos conceitos. Muitos deles, refinados com a essência de um conservadorismo extremo. Assim, esses "novos lobos em pele de cordeiros" pregaram contra os modelos de operações globais e atuaram em cima de bandeiras libertárias, associando-as às causas de uma ideologia oposta às lutas contra velhos tabus e conceitos. 

Um exemplo clássico foi o então impulso dado, a partir dos EUA, pelo "trumpismo". Não só pela sua pregação nacionalista e, por conseguinte, bastante protecionista, fato consagrado nos embates comerciais com a China. Bem mais que isso, foi mesmo a difusão de valores avessos às causas libertárias de combate às pautas atuais. Nessa orbita, estão aa agressões ambientais, bem como, as questões de superações sociais, conforme se ainda vê em manifestações absurdas de racismo, misoginia e sexismo.

Todas essas discussões prévias, se não foram devidamente aprofundadas com os adventos de uma pandemia de dois anos e  de um estado de guerra eivado de incertezas, certamente terão outro status já no curtíssimo prazo. Ou seja, o grau de instabilidade é alto e deverá pairar no ar por algum tempo.

Nesse sentido, quando falo aqui dos impactos econômicos diante de uma conjuntura que se mostra adversa, é mesmo muito preocupante a coincidência temporal de tal contexto com o processo eleitoral. Nesse ambiente, nossa experiência política é vasta, quando o assunto é tomar atitudes pelo viés eleitoral, onde quase sempre o fantasma do populismo se faz presente. Quando aqui os economistas, por exemplo, expressam seus receios com a inflação é porque sabem o quanto àquelas adversidades podem ser traduzidas por elevações nos preços internos. Para isso, a dependência externa naquilo que rola nos mercados de petróleo e trigo, por exemplo, traduz-se em riscos inflacionários. Daí, quando o populismo entra em …

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