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Ainda Há Motivos para se Acreditar no Futuro do Brasil

Segredos de Arranjos Produtivos que Contribuem para o Desenvolvimento

Regressei ontem de uma viagem marcante, daquelas que revigoram para melhor as nossas expectativas. Não me refiro aqui ao lazer como esse remédio revigorante. Na realidade, estive envolvido com experiências profissionais que revelaram o estímulo ao novo. Também a percepção de que um eixo do dinamismo econômico pode rodar, influenciado por valores como a educação, o conhecimento, a criatividade, a inovação científica, a caoacidade de empreendee e a identidade cultural. Pude ver de tudo um pouco, em São José dos Campos (SP) e Porto Alegre (RS).

 

Sobre a exitosa experiência educacional do Instituto Alpha Lumem, já tive a oporrunidade de enfatizar na coluna passada. Ver de perto um trabalho com crianças e jovens, estimulados nos seus respectivos talentos, é mesmo algo animador. Um corpo discente de alta expressão cognitiva, com baixa retaguarda socioeconômica, embora que, individualmente, bancado por mecenas, dão o sentido de que crença e atitude, em favor da educação, promovem resultados. 

 

Ainda em São José dis Campos há o que se dizer do "Brasil que dá certo". Aquele que tem os pés no chão e os olhos fixados no futuro.  Ciência e Tecnologia se abraçam para gerar mais conhecimento, na intenção de se construir uma  pesquisa comprometida com as distintas maneiras de empreender. O ambiente de inovações tecnológicas ao alcance de todos, sobretudo, no sentido da interação entre as ofertas da academia e  as demandas das empresas, tem revelado resultados surpreendentes. Destaco um entre tantos: a avaliação do impacto ambiental medido por algoritmos capazes de encontrarem  comprometimentos à   sustentabilidade, através do acompanhamento de fluxos de meras notas fiscais. Um modelo tão audacioso que pode proporcionar ao sistema financeiro uma revisão na capacidade de crédito de cada cliente. Neste caso, através de restrições ao crédito, para as empresas que disputarem recursos para investimentos no mercado. Ou seja, menos dinheiro para quem insistir na opção de seguir agredindo linhas produtivas que comprometem as regras de ESG, sobretudo, no item da sustentabilidade.

 

Em Porto Alegre, dois contextos distintos. O primeiro mostra uma outra face do empreendedorismo, através de um exemplo de múltiplos nuances na inovação tecnológica. No ambiente do audiovisual, mais precisamente na área da comunicação, o exemplo de empreendedorismo vem do grupo BOX BRAZIL. Uma prova concreta de que, entre a TV por assinatura e a internet, passando pelo sucesso do modelo "streaming" há um oceano profundo de oportunidades de negócios. No outro exemplo, reforço a ordem de grandeza desses empreendedores modernos, com a realização na cidade, até o dia de hoje, de uma feira de inovações tecnológicas. A revolução para o mundo digital nunca teve com tamanha efervescência. 

 

Por fim, retrato como tempero final dessas conquistas tão reveladoras a "volta" institucional das políticas culturais. Embora a pegada aqui seja outra, não há como dispensar esse registro. Encerrado o medo obscurantista promovido pelo governo passado, a reconstrução cultural se dá em momento oportuno, justo pela abertura ao debate em torno do papel econômico do setor. 

 

Essa valorização da cadeia produtiva da cultura, restaura uma expectativa de vê-la como atividade auxiliar de um novo processo de desenvolvimento. De fato, isso precisa ser percebido com tamanha importância, não só pela geração natural de empregos e rendas. É que tão importante quanto entender essa missão, é enxergar que, por trás de tudo, há algo vital para qualquer nação: a defesa de um conceito de identidade, que jamais deveria ser negligenciado.

 

Diante do volume de decepções que cerca os brasileiros, mostrar a outra face traz alentos e possibilidades de retomada sustentáveis. Isso é o que se espera. Há Brasil por acreditar.

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