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Análise em três tempos

Terminal de Granéis Sólidos Suape do Porto de Suape - Foto: Rafael Medeiros/Divulgação Suape

Suape: 42 anos de compromisso econômico

No último dia 07, o Complexo Industrial e Portuário de Suape completou 42 anos. Como o quarto Presidente da instituição (1991), sinto-me compelido, pela força da História e pelas árduas conquistas de todos Governos, a registrar o êxito do projeto e sua contribuição para a economia de PE.

Lembro-me bem da evidência de um projeto em discussão, um ano após sua criação (1979). Acabara de entrar na curso de graduação em Economia, quando fomos levados a conhecer o território, onde ali se instalariam um distrito industrial e uma estrutura portuária (pier e cais). As preocupações ambientais já eram um óbice, que exigia equilíbrio no trato do tema. E mesmo com algumas falhas não evitadas pelo plano de salvaguardas do ecossistema, o projeto seguiu sua trajetória exitosa, lenta e gradual.

12 anos depois daquela visita estudantil, ainda muito jovem, tive a honra de iniciar a gestão maior do projeto, no Governo de Joaquim Francisco. Como havia trabalhado na campanha compondo o grupo técnico, estava ciente do desafio. A PE 60 em duplicação, inicio das operações conteinerizadas (com cais, iluminação, alfândega e a chegada dos primeiros "full containers") e muita articulação política (o Governador pôs a prioridade do projeto como razão maior de uma unidade por Pernambuco). Foi uma experiência e tanto.

Hoje, nos 42 anos, contento-me em reconhecer o peso dos investimentos, que deram significado a geração de empregos e rendas. E confirmar que o Complexo se transformou numa referência logística. Na égide da ANTAQ somos o quinto porto nacional e o primeiro em cabotagem. De janeiro a setembro deste ano crescemos 7% em relação ao mesmo período do ano passado. Enfim, por tantas  conquistas, Suape merece comemoração. 

> Os sinais econômicos da vitória de Biden

Pela importância, este tema extrapolará a coluna de hoje. O sentido desse resultado eleitoral nos EUA representa um impacto na economia mundial, que permite interpretações mais acuradas sobre o que acontecerá em 2021.

Por hoje, cabe-me uma abordagem breve e genérica. Concentro-me nas expectativas, mesmo considerando um cenário indigesto ditado pela crise socioeconômica  causada pela pandemia. 

A vitória de Biden traz alguns nuances, no mínimo interessantes. Apesar da ideologia econômica dos Democratas ser convencionalmemte protecionista, o paradoxo  aqui me parece claro. Não que se possa fugir 100% de conceitos arraigados à politica. Mas, o comportamento errático de Trump, por fazer jus a um nacionalismo extremo (o American First), irá levar o Governo Biden a ser mais incisivo no multilateralismo. Um resgate do espírito de cooperação internacional, sobretudo, pelas sequelas da pandemia, que irão tirar os EUA de um isolacionismo, numa dimensão animadora para o comércio mundial. Os sinais emitidos pelos mercados nesta semana, através das bolsas e dos câmbios, parecem apontar para essa direção. Prometo que voltarei ao tema.
 
> O incômodo do silêncio brasileiro

Enquanto o mundo absorve uma realidade, que parte dessa nova perspectiva da política externa dos EUA, o Brasil aposta num incômodo silêncio. Calar-se por sobrepor preferências pessoais aos interesses de Estado soa como um grito ensurdecedor para quem está do outro lado da diplomacia. Lamentável.
 

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