Cenários da Economia e Política em Debate
A Contribuição do Cine PE é Cabível a Todos Setores da Atividade Econômica
Apesar do meu notório envolvimento com a produção cultural há 30 anos, sinto que poderia usar esse espaço para reforçar aquele que é o maior desafio do setor: seu reconhecimento como atividade econômica. Parece algo extemporâneo que um assunto dessa dimensão seja ainda ignorado por tanta gente. Ainda mais quando a Cultura foi exposta ao seu pior momento. Se já precisávamos de avançar antes da pandemia, com esse episódio adverso atuando de forma aliada com as brutais restrições das políticas públicas, morte ou sobrevivência foi o que restou.
Os valorosos heróis da resistência, mas que dependem dessas politicas, certamente têm atravessado seus piores momentos. Infelizmente, algo comum a todas as formas e portes da organização produtiva que compõe a engrenagem. Sempre é bom lembrar que fazer a roda econômica girar na cultura, é natural que haja mobilização de recursos. Não faz a menor diferença entre esse setor e qualquer outro. Assim como, não há inconsistência estratégica em destinar recursos públicos, sejam por incentivos fiscais ou não, porque cultura, além do efeito cognitivo que qualifica o capital humano, promove um sentido de soberania, pelo respeito que se pide dar a identidade nacional.
Com base nesses princípios, onde o papel econômico precisa ser relevado, a direção do Cine PE tem tomado a decisão de trazer esse debate, em forma de seminário. Seja para entender as conjunturas econômica e política, como fizemos na edição passada. Seja para prospectar o futuro, como faremos neste sábado (10/12) e domingo (11/12). Essa atitude não serve apenas para abrir o debate direcionado, cujo alvo seja apenas a cultura ou, em particular, o audiovisual. Ela também é válida para representantes e líderes dos mais distintos setores da nossa atividade econômica. E isso faz sentido, em duas direções.
A primeira delas é mostrar para a sociedade que forma opinião e investe (no caso da cultura, por meio de patrocínios), que a produção cultural têm mesmo dimensão econômica. A segunda direção está estabelecida pelo nivel dos palestrantes convidados, para expor suas opiniões sobre os cenários futuros. Contar com o privilégio de ouvir Edmar Bacha, Cristóvam Buarque e Germano Rigotto não é algo assim tão comum. Um fato presente num projeto cultural, mas que merece ser compartilhado por outros agentes produrivos da nossa sociedade.
Detalhe importante para os interessados pelo debate geral sobre os cenários futuros. O mesmo será amanhã, as 15 h, no hotel Beach Class Convention. O acesso está liberado até a capacidade de ocupação do local.
Os resultados desse debate comentarei numa próxima coluna.